Equipes da Polícia Civil estão, desde as primeiras horas do dia, em busca de Leandro Machado da Silva, de 39 anos, e Eduardo Sobreira Moraes, 47. Ambos são alvo de mandados de prisão temporária, por envolvimento no assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, há uma semana, no Centro do Rio. Leandro, que é policial militar, seria o responsável pela parte logística do crime, como o aluguel de carro, enquanto Eduardo teria seguido os passos do advogado nos dias anteriores e no próprio dia da execução. Conhecimentos oriundos de investigação prévia foram determinantes para o avanço do caso, conforme explica o delegado Alexandre Herdy, titular da Delegacia de Homicídios da Capital:
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— Nós já tínhamos um trabalho sobre um grupo criminoso e conseguimos cruzar o Leandro Machado, policial militar, a outro investigado nosso que está envolvido em outros homicídios, bem sofisticados e de extrema ousadia.
Segundo a corporação, o modus operandi do crime chamou a atenção dos investigadores, que já acompanhavam um grupo de matadores de aluguel com as mesmas características.
— Praticado com requintes de crueldade, à luz do dia, por homens encapuzados, no Centro da cidade, do lado da OAB, com 21 disparos de pistola efetuados à queima-roupa da vítima: são características que revelam uma assinatura de determinado grupo criminoso investigado pela Delegacia de Homicídios, cujos crimes apresentam uma alta complexidade de elucidação — explicou Felipe Curi, diretor do departamento de Homicídios.
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Esse grupo trabalharia mediante contratação em que, depois do pagamento, independente de quem fosse a vítima, os assassinos executariam o serviço.
Já o delegado Rômulo Assis, presidente desse inquérito, detalhou a dinâmica do caso. Foram usados dois veículos semelhantes (Gol). O primeiro, que seguiu o advogado de sua casa até o escritório, e um segundo, de onde saiu o executor.
— Fizemos diligências e identificamos que a pessoa (que fez o monitoramento), e que usou esse carro por mais de três meses, como sendo o Eduardo (Sobreira Moraes) — disse o delegado Rômulo. Já Leandro apareceu como o responsável por fazer o aluguel desse carro e entregá-lo a Eduardo.
O veículo foi encontrado em Maricá, já alugado por outra pessoa, sem ligação com o crime, a princípio. Segundo a Polícia Civil, o advogado Rodrigo Marinho Crespo, morto no dia 26, foi monitorado desde o dia 22.
Nenhum dos mandados de prisão foi cumprido até o início da tarde desta segunda-feira, mas os procurados já teriam ciência que estão sendo procurados: segundo informações da Polícia Civil, equipes estiveram em endereços de parentes da dupla, que está Incomunicável, por terem desligado seus telefones.
Em entrevista coletiva concedida na Cidade da Polícia no fim desta manhã, o secretário de Polícia Civil, Marcus Amim, explicou que a investigação está “somente no começo”, e que ainda falta chegar aos autores intelectuais, os executores e a motivação do assassinato de Rodrigo.
— A princípio, (a motivação) não está ligada diretamente à atividade advocatícia — explicou Amim.
O avanço no caso foi atribuído ainda ao reforço recente no efetivo da Delegacia de Homicídios, conforme pontuou o secretário de Polícia Civil, que elogiou o trabalho dos agentes.
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