Em depoimento à polícia, a namorada do advogado Rodrigo Marinho Crespo, assassinado à luz do dia no último dia 26, no Centro do Rio, disse que a vítima passava por problemas financeiros e estava advogando para pessoas vinculadas a "cassinos on-line". Dias antes do crime, Crespo teria dito para ela que estaria arrecadando fundos para abrir um novo negócio e que faltava encontrar o "operador".
À polícia, a namorada contou que o advogado estava animado por começar a trabalhar com cassinos: " No mês de dezembro de 2023, Rodrigo disse que iria advogar para o cassino online e estava muito empolgado, pois acreditava que iria ganhar muito dinheiro", relatou ela.
Durante o depoimento, a namorada da vítima relatou que Crespo perdeu clientes importantes recentemente e que vendeu seu carro, uma Mercedes Benz, por enfrentar problemas financeiros. No sábado, dia 24, ele teria saído para encontrar um homem chamado "Marcelo", "para tratar de assuntos de negócio". De acordo com ela, ele seria o "operador" que Crespo procurava.
O sócio de Crespo, no entanto, negou a informação sobre os cassinos e disse que o advogado era uma pessoa muito estudiosa e teria feito um artigo sobre o assunto. Também confessou que estava afastado da vítima "pois estavam em momentos diferentes da vida".
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A irmã do advogado disse, também em depoimento, que Crespo estava estudando sobre a regulamentação de jogos no Brasil e que queria entrar no mercado.
O advogado foi atingido por disparos quando estava na Avenida Marechal Câmara, próximo às sedes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), do Ministério Público e da Defensoria Pública.
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Nesta segunda-feira, policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) iniciaram uma operação em busca do policial militar do 15º BPM (Duque de Caxias) Leandro Machado da Silva, de 39 anos, e Eduardo Sobreira Moraes, de 47. Além dos mandados de prisão, os agentes cumprem mandados de busca e apreensão em endereços ligados a eles, já considerados foragidos. A sede do batalhão de Duque de Caxias é um dos alvos. Não se sabe ainda quem é o mandante do crime e sua motivação.
Quem era o advogado
Formado pela PUC-RJ em 2005, fez especialização em sua área de atuação na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Numa rede social, ele escreveu que costumava falar sobre a “regulamentação do mercado brasileiro de jogos lotéricos e registro de apostas. No site do Tribunal de Justiça, ele aparece contratado em processos diversos, principalmente nas áreas de direito imobiliário e do consumidor.
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A polícia tenta esclarecer se a morte do advogado pode ter relação com o trabalho da advocacia. Rodrigo era sócio fundador, desde 2010, do escritório Marinho & Lima Advogados, cuja sede fica perto do local do crime. As áreas de atuação do escritório incluem, conforme consta em sua página na internet, Direito do Entretenimento e Jogos, tais como loterias estaduais, produtos de capitalização na modalidade filantropia e consultoria para implantação de operações relacionadas aos jogos que possuem amparo legal.
O que diz a PM
A Polícia Militar afirmou, em nota, que a Corregedoria Geral da Corporação apoia a operação da Polícia Civil com relação ao homicídio do advogado. Segundo a corporação, Leandro Machado já estava afastado do serviço nas ruas por responder a um outro inquérito por participação em organização criminosa, tendo sido preso preventivamente em abril de 2021. A PM frisou ainda que Corregedoria já havia instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar em relação ao policial, que pode culminar com sua exclusão dos quadros da corporação.
Velório e sepultamento de Rodrigo Marinho Crespo
Advogado é executado no Centro do Rio :
- Um advogado foi assassinado próximo à sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio, na tarde desta segunda-feira.
- A vítima foi identificada como Rodrigo Marinho Crespo. Ele é sócio do escritório Marinho e Lima Advogados.
- A vítima estava na calçada quando foi atingida. O crime aconteceu por volta das 17h, a cerca de 50 metros da sede da OAB.
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