'Ainda não tive tempo de viver o luto', diz mãe de rapaz eletrocutado, que iniciou uma busca incansável para punir responsáveis

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No domingo, poucas horas após o filho ter sido eletrocutado, ela estava no local do acidente e pôde testemunhar que os equipamentos haviam sido retirados para serem instalados em outro evento, prejudicando o trabalho da perícia. No mesmo dia, foi ao Instituto Médico-Legal (IML) conversar com peritos e liberar o corpo do rapaz.

O sepultamento foi na tarde de segunda-feira, em Maricá, e menos de 15 horas depois ela já estava na porta da 32ª DP (Taquara) para acompanhar uma pessoa que também estava no show e a procurou se oferecendo para dar o seu testemunho à policia. De lá, voltou ao Riocentro para acompanhar a perícia complementar da Polícia Civil, feita nesta terça-feira, no food truck onde João estava. Na sexta-feira, irá à Nova Friburgo, na Região Serrana, buscar mais uma testemunha que se dispôs a falar com os investigadores sobre o caso.

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— Ainda não tive tempo de viver o luto. Estou tentando ser forte para esclarecer tudo isso. Quero justiça. Deixei meu filho ir a um show que deveria ter segurança, mas não teve. Então, eu preciso apurar os fatos, buscar testemunhas que estavam no evento. Não tem como viver o luto até essas questões serem resolvidas, porque eu preciso de uma resposta — afirmou a mãe.

Desde a noite de sábado, quando o filho morreu, Roberta tem dormido muito pouco. Ela contabiliza três horas de sono de domingo para a segunda-feira e um pouco mais que isso de segunda para terça-feira. Assim que soube do acidente, correu do Hospital do Fundão, onde estava com o marido, técnico de engenharia da UFRJ, para o Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, para onde João Vinícius foi levado.

Por enquanto, ela conta com os sete dias de licença do trabalho, que tirou por conta da morte do filho. Mas, se o esclarecimento dos fatos durar mais tempo que isso, não sabe ainda como vai fazer.

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Para ter certeza de que receberá as respostas que busca, convocou uma espécie de perícia particular para acompanhar os trabalhos dos peritos da Polícia Civil. Esse acompanhamento está a cargo de especialistas em eletricidade da UFRJ, como o atual marido dela, Rubem da Silva Santos do Nascimento, de 41 anos, e um colega dele que é engenheiro eletricista.

— Era um evento grande evento. Não sei quanto ele pagou, mas não foi barato, já que ele ficou na pista premium. Tinha que ter no mínimo segurança e não esses cabos todos exposto vistos aqui — disse a Roberta.

A delegada Elaine Rosa, da 32ª DP (Taquara), também esteve no food truck e afirmou que está aberta a receber os laudos da perícia da família. Sobre a nova perícia da polícia, ela afirmou que foi importante para estabelecer algumas hipóteses para a morte da vítima:

— Também estamos fazendo uma reprodução simulada dos fatos, uma vez que desmontaram o local antes da realização da primeira perícia.

A delegada disse ainda que pôde ser constatado que no local do evento havia pontos não vedados, que podem ter acumulado água, além de fios desencapados. Sobre a desmontagem da cena antes da primeira perícia, Elaine afirmou que vai apurar quem a autorizou para responsabilizar.