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Por — Brasília

Em meio à homologação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do acordo de delação premiada que trata da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa tenta reduzir sua pena por meio da leitura de livros. Dentre as resenhas que elabora mensalmente, há obras sobre coaching, biografia militar e até história de guerra.

Os relatórios com os conteúdos foram enviados nesta terça-feira pelo diretor da Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, ao juiz corregedor da unidade, onde Lessa está preso preventivamente pelos homicídios de Marielle e Anderson e cumpre pena por outros crimes.

Em outubro do ano passado, o ex-policial militar leu “A Sutil Arte de Ligar o F*da-Se: Uma estratégia inusitada para uma vida melhor”. Descrita na categoria de “coaching, autoajuda, desenvolvimento pessoal e mentalização positiva”, a obra é classificada por ele como “irreverente e subjetiva” em relação aos “anseios da existência humana”.


Em um texto escrito em uma página e meia à mão, Lessa diz que o livro leva o leitor a uma “autoanálise comportamental”, com “reflexão de seus parâmetros, seja no âmbito existencial que nos influencia diretamente na definição de nossos atos ou no âmbito espiritual, que norteia uma enorme parcela de humanidade em suas condutas”.

Já em novembro, Lessa resenhou “Inferno - o mundo em guerra 1939-1945”, que elenca, que traz, além da narrativa da sequência de eventos trágicos, desde a invasão da Polônia até a explosão das bombas de Hiroshima e Nagasaki, a revelação ao leitor do século XXI de como foi viver, lutar e morrer em conflito.

Nas palavras de Lessa, o livro “pode ser considerado o maior acervo de informações sobre a Segunda Guerra Mundial já publicado até os dias atuais”. Para o ex-PM, é trazido à tona “verdades por trás de cada movimento, anteriormente encobertas ou até mesmo romantizadas por antigas narrativas”. 

“São relatados feitos históricos que, dignos de heróis, contrastam contundentemente com impensáveis atrocidades muitas das vezes cometidas entre compatriotas, que se aproveitam do caos generaliza para implementarem antigos ideais e, de forma avassaladora, executarem uma verdadeira e brutal limpeza étnica, desta forma perpetrando a mais pura e mascarada vingança”, escreveu Lessa.

Em dezembro, ex-policial militar leu a biografia “Sniper Americano”, em que é contada a história de Chris Kyle, o franco-atirador mais letal da história dos Estados Unidos, com 160 mortes confirmadas. 


Lessa descreve que a obra traz ainda as experiências do campo de batalha, retratados como “períodos de desdobramentos”, seguindo o que seria um antigo jargão militar americano. 


“Dentre suas inúmeras narrativas de ferrenhos combates, chama atenção em especial o dia que o próprio Chris fora baleado duas vezes em questão de poucos minutos de diferença, o conduzindo a uma profunda reflexão de que ele poderia também ser morto, não acontecendo por extrema sorte e resistentes equipamentos”, pontuou.


No relatório, o ex-PM também afirma que, a morte e a invalidez de dois de seus companheiros e do falecimento de “um jovem fuzileiro americano em seus braços”, abalaram Chris de forma contundente e avassaladora, o levando a difícil decisão de desligar-se da Marinha. “O fato foi decisivamente corroborado pela doença da sua filha caçula”, complementa. 


Com Ensino Médio completo, nas três resenhas, Ronnie Lessa “atendeu plenamente” os critérios de estética textual, fidedignidade, e clareza, segundo avaliação de profissionais da Secretaria Nacional de Políticas Penais ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. 


Lessa foi preso em março de 2019 pela participação nas mortes e, na delação do também ex-policial militar Élcio de Queiroz, é apontado como autor dos disparos que mataram a vereadora e o motorista. Ele foi expulso da corporação e condenado, em 2021, a quatro anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime.

Mais recente Próxima Entenda como foi a participação de Ronnie Lessa no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes

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