Tragédia em Petrópolis: cão Boss, do Corpo de Bombeiros, teve papel fundamental em resgate de criança

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— Ele (Boss) estava indo toda hora cheirar o mesmo local. Até que a menina chorou e eles ouviram. Foi um alívio muito grande. Os próprios bombeiros abraçaram e beijaram o cachorro como forma de gratidão — conta Jonathan Oliveira, de 31 anos, primo de Douglas José, de 25 anos, pai de Ayla, encontrado morto neste sábado.

Boss iniciou seu treinamento aos 3 meses de idade no canil do Corpo de Bombeiros, em Magé, em 2022. O quartel é renomado por sua especialização no trabalho com cães ao longo de 15 anos. Durante um ano e nove meses, o cão foi submetido a provas de obediência, destreza, busca em áreas de mata, floresta e em escombros.

Após esse período Boss foi habilitado para atuar em operações de resgates, incluindo a localização de pessoas soterradas, e recebeu seu diploma de Certificação Nacional de Cães de Busca e Resgate.

Originário do Espírito Santo, Boss, um setter inglês, foi selecionado para receber estímulos para desenvolver motricidade e habilidades sensoriais, além de ser treinado para buscar pessoas pelo olfato. Embora a raça não fosse previamente representada no canil, já demonstrou sucesso em outras instituições, como na Bahia.

Após as buscas realizadas nos escombros em Petrópolis, o cão foi levado para um período de descanso no quartel do Corpo de Bombeiros do município.

O canil do Corpo de Bombeiros do Rio é referência no país, com 17 cães e mais de 50 certificações nacionais e internacionais. O treinamento dos animais é iniciado ainda bem cedo, aos 45 dias de vida. Ainda filhotes, os animais iniciam uma série de exercícios, com estímulos motores e sensoriais, para despertar aptidões necessárias para atuação no socorro. Os cães bombeiros detectam a presença da vítima mesmo que oculta em cenários onde o deslocamento é difícil para humanos.