Tragédia em Petrópolis: 'Foi a cena mais horrível da minha vida', diz sobrevivente de desabamento que vitimou quatro pessoas da mesma família

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Segundo Fabiano, todos os moradores da casa estavam no quarto quando o acidente aconteceu:

— Foi a cena mais horrível da minha vida. Estávamos todos no quarto e do nada ouvimos um estrondo. Quando eu abri os olhos, só via lama. Eu tentei segurar o máximo de peso que consegui para salvar a vida da minha família, mas não foi suficiente. Eu só queria proteger a minha filha, só que não tive tanta força. Eu ainda peguei na mão dela enquanto estávamos soterrados. Só sentia a terra e a ferragem, tanto que machuquei a minha orelha. Eu ouvia as pessoas gritando e fazendo barulho do lado de fora. Eu nem sei como estou aqui, foi Deus.

Ainda de acordo com o pai de Ana Beatriz, a jovem era sonhadora e amava a família. Apesar de saber das fortes chuvas que iriam chegar na cidade, Fabiano afirmou que se sentia seguro.

— Nós vemos esses desastres acontecendo, mas nunca achamos que vai ocorrer o mesmo conosco. Eu estou destruído. A minha filha era uma menina nova, com 25 anos, cheia de sonhos, planos e sorridente. Uma fatalidade da natureza, a gente não tem como esperar essas coisas com a gente. A gente só vê pela televisão, mas aí quando acontece com a gente vemos o quanto é dolorido. Quem passa, sabe como é, muito difícil— afirma Fabiano.

Neste sábado, a menina Ayla, de 4 anos, neta de Fabiano, foi resgatada com vida dos escombros da casa da família, após passar cerca de 16 horas soterrada. O pai dela, Douglas José, protegeu a filha com o próprio corpo.