Rio
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Por — Rio de Janeiro

Após os grandes congestionamentos verificados na Avenida Brasil, desde o início da operação do BRT Transbrasil, a Prefeitura do Rio anunciou, nesta quinta-feira, duas mudanças na via expressa que entrarão em vigor a partir do feriado de 23 de abril. A faixa seletiva passa a ser liberada durante todo o dia nos finais de semana e nos feriados para veículos particulares. Nos dias úteis, a liberação do uso para esses carros vale apenas fora dos horários de pico, de 10h às 16h e das 20h às 5h. Mesmo a própria prefeitura tendo feito um estudo mostrando que, apesar de serem em volume correspondente a um nono do total de veículos, os caminhões provocam grande impacto na via, nenhuma alteração foi anunciada para as carretas.

— A gente entende que (a Avenida Brasil) é uma via que precisa de um período de adaptação, de mudança de comportamento e de análise permanente. Maína (Celidônio, secretária de transporte) acaba de anunciar mudanças para o dia 23 de abril. Vamos esperar os resultados com muita tranquilidade, mas sabendo que sim, se for necessário, como os estudos do COR (Centro de Operações Rio) apresentaram, a gente pode fazer novas restrições e novas mudanças na Avenida Brasil, sempre para priorizar o serviço de transporte público de qualidade, mas também melhorando a qualidade da via para os motoristas e caminhões, aumentando a segurança para quem circula de moto e de carro. Enfim, melhorando toda a segurança viária — afirmou o secretário da Casa Civil, Eduardo Cavaliere.

Veja o que mudou na Avenida Brasil para desafogar trânsito — Foto: Editoria de Arte
Veja o que mudou na Avenida Brasil para desafogar trânsito — Foto: Editoria de Arte

As mudanças anunciadas para as seletivas valerão apenas para automóveis e motos. A circulação de caminhões segue proibida na seletiva, mesmo fora dos horários de pico. Com relação à calha do BRT não haverá alteração e ela segue exclusiva para o transporte público. Nos horários em que os carros particulares estarão permitidos para usar a seletiva, os motoristas precisarão observar os limites de velocidade da pista, que são de 60km/h com redução para 40km/h próximos as estações. O objetivo, segundo a prefeitura, é garantir a segurança viária.

— Essas regras de velocidade permanecem por uma questão de segurança viária. Esse carrro estará transitando ao lado de um ônibus BRT na altura das estações. A gente precisa que ele ande com precaução e garanta toda a segurança viária. Nos horários de pico, que são de 5h às 10h e das 16h às 20h, a faixa seletiva estará funcionando como agora, mostrando a priorização do transporte público, para o bom funcionamento e atendimento desse trabalhador que está se deslocando nos picos da manhã e da tarde — explicou Maína Celidonio.

A faixa seletiva tem 14,4 quilômetros de extensão, entre o Trevo das Margaridas (Rodovia Presidente Dutra) e o Caju (Viaduto da Treliça). Segundo o presidente da CET-Rio, Joaquim Dinis, a liberação da seletiva fora do rush matinal, por exemplo, se dá porque até as 10h a quantidade de BRTs que precisam atender à população é muito maior por ser também é o horário que as pessoas saem para trabalhar.

— Então, a gente precisa garantir a qualidade dos serviços do BRT. A expectativa é de que, com esse horário liberado, os motoristas de caminhões e os motociclistas possam adaptar o seu horário e chegar na Avenida Brasil já num momento em que a gente tem uma faixa a mais Então, a gente precisa garantir a qualidade dos serviços do BRT. A expectativa é de que, com esse horário liberado, os motoristas de caminhões e os motociclistas possam adaptar o seu horário e chegar na Avenida Brasil já num momento em que a gente tem uma faixa a mais acredita Joaquim Dinis, presidente da CET-Rio.

O estudo feito pelo COR, com base em uma série histórica de acidentes mostra que a probabilidade de caminhões se envolverem em acidentes na Avenida Brasil é seis vezes maior do que com carros, levando-se em conta a frota em circulação. Além disso, a remoção de um caminhão envolvido em acidente é mais demorada, levando em média 63 minutos, contra 44 minutos no caso de veículos de passeio.

O levantamento toma como base informação que o volume médio de veículos no pico matinal chega a 4.548 carros de passeio (54%) do movimento total, enquanto caminhões e carretas totalizam 527 (6%). Apesar da diferença, no mesmo período, carros de passeio se envolveram em 38% das ocorrências, contra 27% de carretas e caminhões. Os demais acidentes envolveram principalmente motocicletas (16%) e ônibus de passageiros (12%).

— Novas mudanças e anúncios são possíveis sim, envolvendo todo tipo de veículo. Mas, sempre ouvindo a sociedade civil, os órgãos de representação e , em especial, nosso corpo técnico — apontou Cavaliere.

A expectativa da prefeitura é que com a flexibilização da seletiva fora do horário de pico, os motoristas dos veículos particulares adaptem os seus horários, saindo mais tarde de casa e, com isso, o fluxo de veículos diminua na Brasil. O chefe executivo do COR, Marcus Belchior disse que as medidas anunciadas nesta quinta-feira são resultado das análises das duas últimas semanas.

— Comparando esta semana com a semana anterior, que foi o início da operação 100% do Sistema BRT no corredor Transbrasil, a gente percebe uma melhora de mais de 20% no congestionamento. E o estudo que o COR fez mostra que qualquer ocorrência ou acidente com caminhões ou carretas provoca um alto impacto na Avenida Brasil. Essas novas medidas apresentadas hoje já são resultados dessas análises — destacou..

José Eugênio Leal, professor emérito da PUC-Rio e especialista em transporte, que defende a supressão da faixa seletiva à direita, destinada a ônibus expressos, veículos de serviço e táxis, como medida eficaz para amenizar os congestionamentos, considera como paliativa a flexibilização anunciada pela prefeitura apenas nos fins de semana, feriados e fora dos horários de pico. Ele também não acredita que a mudança vai estimular motoristas a saírem mais tarde de casa

— A solução apresentada é melhor do que nada, mas ainda não é o que se espera para resolver o problema principal que é o congestionamento na hora do pico — diz o o especialista, para quem o ideal seria que a liberação total da seletiva para os outros veículos, sem limitação de horários e dias.

Clarisse Cunha Linke, diretora-executiva do Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento (ITDP Brasil) considera as mudanças anunciadas pela prefeitura como uma solução intermediária, que ainda não são ideais para resolver os problemas dos congestionamentos na Avenida Brasil. Porém, acredita serem necessárias até que se consiga negociar medidas eficazes de fato como a integração do BRT Transbrasil com linhas intermunicipais e a criação de regras para a circulação de caminhões pela via.

— A gente está num contexto delicado em que há um super projeto sendo implantado, sem ampliar a capacidade viária para outros veículos e ainda com muitas peças da engrenagem que precisam ser melhor azeitadas. Acho que como uma solução intermediária é o que precisa ser feito para que se caminhe com as negociações. Continuo achando que o grande foco é que a prefeitura tem que ter é trazer o governo do estado para o Transbrasil, fazendo com que os ônibus intermunicipais entrem na na canaleta, pois esse é um corredor de escala metropolitana e fundamental para conexão entre a Baixada Fluminense e a cidade do Rio.

Sobre essa integração, a secretaria estadual de Transporte e Mobilidade Urbana informou que tem participado de “reuniões periódicas com a secretaria municipal de Transportes a fim de definir as atribuições e avaliar a oferta de transporte público no corredor Transbrasil, além de discutir os custos para a conclusão das obras” e que “em 2020, o Estado cedeu o terreno para construção do Terminal Deodoro” que ficou a cargo da prefeitura assim como a de “outros terminais, incluindo Margaridas e Missões” que ainda não saíram do papel.

Clarisse Linke acha ainda necessária discutir uma solução para a circulação de caminhões na Avenida Brasil. Ela lembra que pouco antes da entrada em operação do Transbrasil, a prefeitura chegou a anunciar medidas restritivas para o transporte de cargas, com determinação de horários específicos de circulação. Porém, houve reação do setor e a mudança foi descartada.

— Houve uma reação do setor porque, obviamente, isso tem um impacto na cadeia logística e os caminhões são fundamentais para o funcionamento e abastecimento da cidade, sem sombra de dúvida. Mas, eles também geram uma série de questões ali nas faixas que restaram da Avenida Brasil, pelo tamanho e quando tem enguiço. É preciso pensar junto com o setor logístico como mitigar o impacto do transportre de carga na Avenida Brasil de um modo geral — sugere.

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