Rio
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Por — Rio de Janeiro

Cruzar a Avenida Pastor Martin Luther King Jr, que liga os bairros de Del Castilho e Pavuna, na Zona Norte do Rio, é um desafio para motoristas e, ainda maior, para pedestres. Cercada por pelo menos 11 favelas, com iluminação precária e muito lixo nas calçadas irregulares, a via é cenário de assaltos e arrastões frequentes. São 25 quilômetros de extensão, ao longo da linha 2 do metrô, onde bandidos armados não se intimidam ao fechar o trânsito para roubar carros ou assaltar passageiros, apesar de a avenida ser endereço das sedes da 44ª DP (Inhaúma) e do 41º BPM (Irajá).

— Fui assaltada em dezembro do ano passado. Um sujeito de moto levou minha carteira e meu celular. Tudo muito rápido: ele saiu da favela, pegou minhas coisas e voltou rapidinho. Depois disso, parei de passar por ali. Prefiro enfrentar o trânsito da Linha Vermelha — contou uma professora, que mora em Acari e usava a Martin Luther King Jr como rota alternativa para chegar a Botafogo, na Zona Sul, onde trabalha.

Há um mês, um desses casos terminou com a morte de Flávia Benedito Pedrosa, de 30 anos. Ela teria tentado dar marcha a ré no veículo, e os criminosos atiraram. Diante dos casos recorrentes, a via passou a ser chamada de “rua do perdeu”. Os trechos mais perigosos, de acordo com moradores, são perto do Cemitério de Inhaúma e na altura do Engenho da Rainha.

— Cansei de passar perrengue em ônibus e passei a pegar carro de aplicativo para vir do metrô para casa. Mas agora nem o carro de aplicativo dá segurança, porque todos os dias tem arrastão. O morador que paga seus impostos está cansado de viver com medo — desabafou o analista de dados José Soares, de 36 anos, morador do Engenho da Rainha.

Desvalorização

Em 23 dias, O GLOBO levantou nove arrastões na avenida. Em 30 de março, nove dias após a morte de Flávia, foram mais dois ataques: um por volta das 17h e outro uma hora depois. Motoristas foram saqueados na altura do Engenho da Rainha. Cena parecida, e na mesma altura, aconteceu em 1º de abril. Oito dias depois bandidos voltaram a fechar a pista, mas à noite, logo depois da 44ª DP. Nos dias 13 e 14, foram quatro casos.

— Tem pouca polícia aqui. Fica uma viatura ali, outra acolá, e onde não tem os ladrões fazem a festa. O movimento na rua caiu muito. Vários pontos comerciais fecharam ao longo do tempo. Imóveis desvalorizaram. Eu moro na Pavuna há mais de 30 anos e só vejo a situação piorar. A bandidagem tomou conta da Pastor Martin Luther King Jr — disse o comerciante Álvaro Silva, de 42 anos.

Alertas de assaltos na avenida são comuns em grupos de WhatsApp de motoristas de aplicativo.

— Não vou em hora alguma. Caso algum passageiro peça para passar por lá, argumento que não vou porque é perigoso demais. Se existe um caminho alternativo, não há razão para a gente se expor — contou um profissional, que preferiu não se identificar.

Em nota, a Polícia Militar informou que vem “trabalhando de forma conjunta com as delegacias da Polícia Civil para identificar e prender os criminosos envolvidos em tais delitos”. Já a Polícia Civil afirmou que, “por meio de delegacias distritais e especializadas, investiga e combate os delitos praticados na região”. Segundo a corporação, nos 12 meses encerrados em março, em comparação com igual período imediatamente anterior, houve queda de 2,8% nos roubos de veículos nas áreas que abrangem a avenida.

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