Detalhes sobre a morte da turista israelense Alma Bohadana, de 24 anos, após cair de uma ribanceira em Santa Teresa, na região central do Rio, na noite desta segunda-feira, foram revelados pelo israelense Dan Hen, que estava com ela, no depoimento prestado à polícia. Ele foi ouvido na condição de testemunha na Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (Deat), que era responsável pela investigação. Nesta terça-feira, a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumiu o caso.
À polícia, Dan contou que chegou ao Cristo Redentor com Alma às 16h10. Cerca de uma hora depois, eles tentaram pedir um carro de aplicativo, mas, como nenhum motorista aceitava a corrida, decidiram descer a pé. O israelense conta que por volta das 18h30, quando passavam pela Cachoeira Silvestre, um carro vermelho veio na direção dos dois. O automóvel parou entre Dan e Alma. Segundo o israelense, com aparência de 30 anos, desceu do banco do carona do veículo e disse “give! give! give!” (em português, “me dá”).
Segundo Dan Hen, as falas foram em tom ameaçador, e o suspeito teria começado a mexer as mãos, indicando que Alma entregasse seus pertences. O israelense afirma não se lembrar se o homem portava arma de fogo ou faca.
![O local onde a turista morreu — Foto: Editoria de Arte](https://s2-oglobo.glbimg.com/ckaxtZQyI1u68RZMD48YZ-HnJEA=/0x0:648x592/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/0/m/0Aj5IYQAGwBn8ArZxWBg/corpo-turista-santa-teresa.jpg)
Ainda de acordo com Dan, Alma se assustou com a situação e passou por cima de uma mureta. O israelense disse também que, após a queda da turista, ele desceu a escadaria que fica próxima, mas não a achou. O rapaz, então, ligou para outro amigo israelense e, enquanto estava na ligação, encontrou a jovem. O israelense conta que, naquele momento, Alma chorava, aparentando sentir dor. Logo após, porém, ela ficou quieta.
![Turista caiu de altura de 15 metros em Santa Teresa — Foto: Editoria de Arte](https://s2-oglobo.glbimg.com/rB8JF5KgBzvIMhcA3vNPgjDU6hw=/0x0:648x316/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/i/a/MFgt3sTcmv9XTKH15OYA/turista-israelense-rio-esquema.jpg)
Versões diferentes
Num primeiro momento, Dan foi ouvido por agentes do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), ainda no local da queda de Alma. Os policiais tentavam entender o que havia acontecido antes de encaminhá-lo para a Deat para que o israelense fosse formalmente ouvido. Na ocasião, ele apresentou versões diferentes.
Num primeiro momento, ele contou que Alma era sua namorada e que ambos correram ao após se assustarem com uma motocicleta e deduzirem que seriam roubados. O turista não relatou ter sido abordado nem ter visto arma ou qualquer outro objeto.
Depois, o Dan afirmou ter sido abordado por uma van ou um carro vermelho, e mais uma vez afirmou não ter visto arma nem outro objeto ameaçador.
Na terceira entrevista com os policiais do BPTur, o israelense disse que conheceu Alma somente no hostel em Copacabana, onde estavam hospedados, e que eles eram amigos. Dan contou aos agentes que ela não apresentou documento no local, onde ficaria apenas uma noite. Ele também não estava com sua documentação.
O hostel forneceu uma foto do passaporte de Dan. Já Alma, segundo o que foi informado, não apresentou documentos para o pernoite no local. A vítima foi fotografada e as imagens enviadas às autoridades de Israel para que seja feito o reconhecimento facial. Segundo a polícia, no local onde a mulher caiu estavam outras pessoas, e não se sabe se os pertences da vítima foram levados.
Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio