Suspeito de comercializar as armas furtadas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri (SP), em setembro do ano passado, Luiz Claudio Severo dos Santos, o Pretão, foi preso na manhã desta terça-feira. Ele recebeu voz de prisão quando saía de casa em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, por volta das 6h. A captura ocorreu graças a um cerco montado pela Polícia Civil fluminense, após monitoramento da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Secretaria de Inteligência da corporação e do Exército.
Suspeito de comercializar armas furtadas do Exército em SP é preso no Rio
Preso preventivamente, Luiz Claudio foi levado para a DRE, localizada na Cidade da Polícia, e, em seguida, encaminhado para uma unidade prisional. Contra ele, há uma ficha criminal extensa: lesões corporais — na direção de veículo automotor e causada por atropelamento — além de violência doméstica. Até esta terça, ele estava em liberdade provisória, respondendo por estelionato e associação criminosa.
A suspeita é que ele seja integrante de um grande esquema de lavagem de capitais, após identificação de movimentações suspeitas na conta de seu comparsa, Jesser Marques Fidelix, preso no mês passado.
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Além de Jesser, Márcio André Geber Boaventura também foi preso em abril, ambos apontados como receptadores das 21 metralhadoras que desapareceram do Exército. A dupla atuaria fornecendo armas a traficantes do Comando Vermelho, para serem usadas em conflitos na região de Jacarepaguá, onde o domínio está em disputa com milicianos.
Relembre
Militares do Arsenal de Guerra do Exército identificaram, em outubro do ano passado, o sumiço de 21 metralhadoras do estoque do batalhão, localizado em Barueri, na Grande São Paulo. Eram 13 metralhadoras calibre.50, do tipo antiaérea, e oito calibre 7,62. O caso gerou a abertura de um Inquérito Policial Militar, conduzido pelo próprio Exército. A tese inicial de que havia um erro de contagem das armas foi descartada. Na época, as autoridades já seguiam as investigações apostando nas hipóteses de furto ou extravio.
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À época, o Comando Militar do Sudeste (CMSE) explicou que a contagem das armas é realizada apenas quando algum militar precisa pegar o armamento para manutenção ou transporte. A norma interna diz que após abrir o espaço no qual as armas ficam guardadas, o soldado precisa fazer uma contagem do armamento e registrar o número em arquivos do Arsenal de Guerra.
Ainda segundo o Comando Militar do Sudeste, as metralhadoras eram “inservíveis”. O Arsenal é uma unidade técnica de manutenção, responsável também para iniciar o processo de “desfazimento e destruição” dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada.
Logo após a identificação do furto, 480 militares foram mantidos aquartelados. Isso faz parte do procedimento de averiguação administrativa tocado pelo Exército.
Poucos dias depois, agentes da DRE do Rio apreenderam oito das metralhadoras desviadas. O armamento estava na Gardênia Azul, território da Zona Oeste da cidade. Outras nove foram encontradas em um lamaçal em São Roque, no interior paulista, logo após.
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