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Por — Rio de Janeiro

Desde que o BRT Transbrasil passou a operar plenamente, em 30 de março, duas faixas da pista central da Avenida Brasil passaram a ser dedicadas aos ônibus: a colada à mureta, para os articulados, enquanto a outra aos coletivos convencionais e táxis. Entretanto, essa mudança causou muita reclamação entre os motoristas, que enfrentaram congestionamento intenso nos dias seguintes. A solução implementada pela prefeitura no último dia 23 é que, fora dos horários de pico, a faixa seletiva seja liberada também para carros e motos — o que ajudou a desafogar o trânsito.

A novidade nesta semana será, a partir de quarta-feira, a estreia de uma linha expressa do BRT, na tentativa de "otimizar o deslocamento nos horários de pico". O serviço 61 (Deodoro-Terminal Gentileza) funcionará nos dias úteis, de 5h às 9h e de 16h às 19h, com paradas em cinco das 17 estações do corredor: Guadalupe, Jardim Guadalupe, Fazenda Botafogo, Ceasa/Irajá e Fiocruz.

Um dos fatores para a melhora do trânsito pode ser ainda um aumento na demanda do BRT na via, com as pessoas migrando para os articulados, que circulam em via exclusiva, sem congestionamento. Segundo a Mobi-Rio, em abril, a média diária foi de 35.518 passageiros, enquanto, atualmente, a média da Transbrasil é de 56.553 usuários diariamente (um aumento de 59%).

O GLOBO passou quatro horas numa passarela em Benfica, na Zona Norte, e em nenhum momento identificou o trânsito parado. Em alguns momentos, em meio ao fluxo intenso e lento, o que se via era retenção por conta da entrada de carros de uma agulha na pista central. Segundo alguns motoristas, o trânsito melhorou também por conta da mudança de rota de alguns para a Linha Vermelha, ou a saída de casa nas primeiras horas do dia.

— Dá 4h30 da manhã e já tem um fluxo grande — observa o supervisor de segurança Vagner de Souza, de 43 anos, que trafega pela via diariamente.

Conforme o trânsito fica pesado, o que se vê é que alguns motoristas optam por burlar as regras e invadir a pista seletiva antes do horário permitido. Enquanto foi possível ver motos sem placa (ou com elas cobertas por correntes), entre os carros há quem infrinja as regras mesmo com placa à mostra: pouco depois das 8h, um Siena prata transportava escadas e canos sobre seu teto sem inibição pela seletiva.

Sem pudor: carro com escada no teto trafega pela pista seletiva às 8h - horário em que via é exclusiva para ônibus e táxis — Foto: Fabiano Rocha
Sem pudor: carro com escada no teto trafega pela pista seletiva às 8h - horário em que via é exclusiva para ônibus e táxis — Foto: Fabiano Rocha

De olho no relógio, quando dá 10h — horário da permissão de carros e motos na seletiva — rapidamente se forma uma fila de carros em meio a táxis e ônibus. No entanto, com o passar da hora, o trânsito flui melhor e o que se vê é que a faixa seletiva é esvaziada.

— Ninguém usa a seletiva porque medo de tomar multa — diz o mototaxista de aplicativo Paulo Henrique Santos, de 21 anos, que aguardava em um recuo da Avenida Brasil uma corrida na direção da Zona Oeste: — Se tocar (uma corrida) para o Centro, não vou: se tornou muito estressante e é melhor fugir.

O temor é contraposto com faixas informativas instaladas pelas passarelas da Avenida Brasil. Nelas, além da proibição de caminhões, os horários estão explicados: o uso por veículos comuns é liberado das 10h às 16h e das 20h às 5h.

Segundo o Centro de Operações Rio (COR), da prefeitura, a via está sinalizada com os horários para utilização da seletiva. "Diante disso, a prefeitura não multa motoristas ou motociclistas se eles estiverem utilizando a faixa especial nos horários permitidos", completa a nota.

Fluxo na faixa seletiva da Avenida Brasil muda com o passar do dia​

Fluxo na faixa seletiva da Avenida Brasil muda com o passar do dia​

Caminhões presentes

Depois das 10h, quando a seletiva é liberada para carros e motos, o que se vê é que o trânsito nas outras duas faixas da pista central fica concentrado em caminhões — que quase foram alvo de restrições por parte da prefeitura, que desistiu da ideia no último mês de março.

Com pista seletiva liberada para carros às 10h, o que se vê é concentração de caminhões nas outras faixas — Foto: Fabiano Rocha
Com pista seletiva liberada para carros às 10h, o que se vê é concentração de caminhões nas outras faixas — Foto: Fabiano Rocha

Mesmo assim, o caminhoneiro Ricardo Colliaço, de 47 anos, insatisfeito, é objetivo em dizer que “o que já era ruim ficou pior”. Morador de Limeira (SP), por duas vezes na semana ele se desloca à Avenida Brasil, onde descarrega carretas de piso numa grande loja da via. Segundo ele, “não tem como fugir” do trânsito e ainda questiona reclamações que recebe de cariocas.

— As pessoas não gostam de caminhão, mas não olham para as coisas dentro de casa. Como vocês comem? Vem tudo de caminhão! Vocês não produzem nada — desabafa ele, que diz que só viaja para o Rio porque precisa de dinheiro.

A partir das 8h, o Google Maps informava que o motorista que saísse de Bonsucesso em direção à Passarela 1 da Avenida Brasil, no Caju, levaria 10 minutos. O tempo, durante as horas seguinte, variou pouco, para 9 ou 11 minutos. No entanto, ao meio-dia, o tempo caiu pela metade: sem trânsito, o trajeto passou a ser feito em 5 minutos.

De acordo com o COR, "todas as ações implementadas na Avenida Brasil foram estudadas e observadas pela Prefeitura do Rio, por meio do Centro de Operações e dos técnicos das áreas envolvidas (Secretaria de Transportes, Mobi-Rio e CET-Rio)".

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