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Por O Globo — Rio de Janeiro

A Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) deflagrou, na quinta-feira, a Operação Car Wash com objetivo de cumprir quatro mandados de prisão temporária e outros 113 de busca e apreensão no âmbito das investigações sobre um esquema de vendas de peças de carros de alto padrão, retiradas de veículos roubados na Região Metropolitana do Rio, que eram receptados e desmontados em três favelas de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Entre os itens apreendidos, estão joias, entre elas um anel dourado com a inscrição do nome Genaro — como é conhecido o traficante Geonário Fernandes Pereira Moreno — e um colar de cristais, além de sete celulares, um notebook, documentos, três carros e uma motocicleta.

Na ação, a Justiça também determinou o bloqueio de bens de alguns suspeitos de integrar a quadrilha, como uma lancha e um jet ski. Os desmanches funcionavam como se fossem uma espécie de linha de produção e chegavam a receber 80 carros por fim de semana. Após desmontado, o material era enviado pela facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) para ser comercializado em São Paulo e em outros cinco estados do país. Segundo a investigação, a estrutura criminosa movimentou com o negócio irregular cerca de R$ 30 milhões, num período de apenas oito meses.

Um dos locais, em Santa Catarina, para onde eram levadas as peças dos veículos roubados — Foto: Divulgação
Um dos locais, em Santa Catarina, para onde eram levadas as peças dos veículos roubados — Foto: Divulgação

O dinheiro das vendas era depositado em contas de comerciantes e moradores de comunidades que funcionavam como "laranjas". Depois, os valores eram repassados para terceiros até chegar às mãos dos principais integrantes do bando. Pelo menos 45 pessoas, suspeitas de algum tipo de ligação com a quadrilha, foram identificadas pela polícia.

De acordo com a investigação, o esquema era chefiado por Genaro. Ele é suspeito de comandar o comércio de drogas e os desmanches de carros que funcionavam nas Favelas Santa Teresa, Gogó da Ema e Guacha, todas localizadas no bairro Jardim Bom Pastor, em Belford Roxo.

Genaro conseguiu fugir, mas Robson Lopes Alves, o Tobah ou Foca, apontado como o encarregado de receber as peças em São Paulo, que eram repassadas ainda para lojas de Goiás, Santa Catarina, Bahia, Minas Gerais e Alagoas, foi preso na capital paulista.

— Genaro e o Robson Lopes montaram uma estrutura de desmanche de veículos e comercialização de peças. E ainda criaram uma engrenagem de lavagem de dinheiro com utilização de diversos laranjas e de empresas de fachadas. A maior parte não tinha lastro econômico para estar movimentando montantes financeiros — disse o delegado Moysés Santana, titular da Delegacia de Roubos e Furtos .

Um dos alvos de busca e apreensão, nesta quinta-feira, foi um pré-candidato a vereador de Belford Roxo. Ele negou as acusações. Ouvido pela polícia, foi liberado após prestar depoimento. Segundo o delegado Moysés Santana, os veículos roubados eram desmanchados nas três comunidades e levados para cinco galpões, alugados em nome de laranjas, sendo quatro localizado em Duque de Caxias e um em Belford Roxo. De acordo com a polícia, quando acumulavam nos galpões peças de 18 a 25 veículos roubados ou furtados, um caminhão passava para recolhê-las e transportá-las para São Paulo:

— Lá, Robson tinha uma outra engrenagem para dar uma aparência de licitude para essas peças e as comercializava por preços muito baixos. Acaba sendo uma lucratividade muito alta. Tudo passa pela batuta do traficante Genaro. O bando tinha preferência por receber veículos de luxo e de alto padrão — explicou o delegado.

Além das comunidades na Baixada Fluminense, também houve cumprimentos de mandados de busca nas Favelas da Baixa do Sapateiro e no Timbau, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. Por causa da ação no local, 41 escolas da rede municipal não funcionaram. Na rede estadual, duas escolas, com 900 alunos, ficaram fechadas.

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