A Polícia Civil faz, nesta terça-feira, uma operação para desmantelar uma estrutura criminosa de fornecimento de drogas no atacado ligada ao Comando Vermelho do Rio que atuava em conjunto com uma facção do Amazonas. As investigações apontam o material vindo do AM para o RJ era vendido tanto em comunidades quando no asfalto. As investigações apuraram que, em um período de dois anos, a organização movimentou cerca de R$ 30 milhões.
- Passo a passo de Anic: Advogada e sequestrador se encontraram no dia do desaparecimento, diz a polícia
- Explosão de casos: Bandidos usam IA para sofisticar golpes no Rio; até Gabigol caiu
A ação, chamada de Rota do Rio, visa a cumprir 99 mandados de busca e apreensão domiciliar em endereços do Rio, do Amazonas, de Minas Gerais e do Pará, estados para onde o CV vem se expandindo. Os alvos são pessoas físicas e jurídicas ou associados a um dos "braços operacionais e financeiros” da facção criminosa.
Alguns dos mandados são cumpridos nas comunidades Fallet, Fogueteiro e Prazeres, na região central do Rio. Os agentes se encontram também em endereços nobres da cidade, nos bairros de Ipanema, Arpoador, Copacabana, Barra da Tijuca, Catete e Recreio dos Bandeirantes. Uma pousada de luxo em Búzios, na Região dos Lagos, também é alvo, assim como endereços em Cabo Frio, cidade vizinha.
No Morro dos Prazeres foi preso Juan Roberto Figueira da Silva, o Cocão, apontado pela polícia como chefe do tráfico no local. Segundo investigadores, ele era responsável por roubos realizados na Tijuca, na Zona Norte do Rio, e bairros no entorno. Contra Cocão havia cinco mandados de prisão preventiva em aberto.
Pagamentos pulverizados
Para encobrir a origem ilegal do dinheiro da compra e da venda das drogas, a organização criminosa realiza pagamentos de forma pulverizada a intermediários. Entre eles, há um frigorífico no Amazonas que pertence a um ex-prefeito de um município naquele estado, que teve o mandato cassado por abuso de poder econômico.
Com a operação desta terça, a polícia espera conseguir provas e confiscar bens móveis e imóveis relacionados às atividades de tráfico. E, assim, enfraquecer significativamente o poder de atuação do Comando Vermelho.
A polícia destaca que a investigação comprova ainda que o tráfico que age com violência nas comunidades e o do asfalto, quando as drogas são vendidas em bocas de fumo montadas em apartamentos, têm o mesmo fornecedor. A quadrilha do AM as adquiria em região de fronteira, segundo o Bom Dia Rio.
Estão à frente da operação equipes da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (Dcoc-LD), com o apoio da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) da Polícia Civil do Amazonas.
Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio