Rio
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A Polícia Civil investiga a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 45 anos, cujo corpo foi descoberto em estado avançado de decomposição em seu apartamento no Engenho Novo, Zona Norte do Rio de Janeiro. A principal suspeita do crime é sua namorada, Júlia Andrade Cathermol Pimenta, que supostamente teria permanecido no local com o cadáver por três dias. Em depoimento à polícia, Suyany Breschak, acusada de ser comparsa de Júlia, afirma que a mulher teria colocado 50 comprimidos em brigadeirão "envenenado".

Os vizinhos notaram que Luiz não saia do apartamento desde o dia 17 e também estranharam o cheiro vindo do local, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. Com isso, chamaram o Corpo de Bombeiros. O corpo foi encontrado no dia 20 de maio em estado avançado de decomposição.

A principal suspeita é de que a Júlia queria ficar com os bens e valores do namorado. Ela é considerada foragida pela polícia e há um mandado de prisão em aberto por homicídio. Uma amiga de Júlia, Suyane Breschak, foi presa acusada de participar da trama do crime, recebendo bens da vítima.

Imagens em prédio onde morava empresário ajudam a polícia a investigar a morte

Imagens em prédio onde morava empresário ajudam a polícia a investigar a morte

O corpo de Luiz Marcelo foi encontrado na sala do apartamento. Ele estava sentado no sofá e, ao lado, havia cartelas de morfina. Na cabeça do empresário foi encontrada uma lesão, o que fez com que a morte passasse a ser tratada como suspeita. Equipes da 25ª DP fizeram uma perícia no imóvel.

A principal motivação para o crime, de acordo com as investigações, seria financeira: os investigadores acreditam que a namorada queria ficar com os bens da vítima. O Disque Denúncia (21 2253-1177) divulgou um cartaz em que pede informações sobre o paradeiro de Júlia.

Cartaz do Disque Denúncia: Júlia Andrade Cathermol Pimenta é procurada — Foto: Reprodução
Cartaz do Disque Denúncia: Júlia Andrade Cathermol Pimenta é procurada — Foto: Reprodução

Empresário aparece segurando prato em que estaria brigadeirão envenenado

Uma imagem da câmera de segurança do elevador do prédio no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, onde moravam o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond e a namorada Júlia Andrade Cathermol Pimenta, mostra o casal no elevador. Ela toma cerveja e ele carrega o prato onde estaria um brigadeirão envenenado. A polícia investiga se a ingestão do doce levou Luiz Marcelo à morte.

Luiz Marcelo com o prato na mão ao lado da namorada Júlia — Foto: Reprodução
Luiz Marcelo com o prato na mão ao lado da namorada Júlia — Foto: Reprodução

A possibilidade foi levantada após investigadores da 25ª DP (Engenho Novo) ouvirem o depoimento da cigana Suyany Breschak, presa sob a acusação de ser cúmplice de Júlia. Ela afirmou que a namorada do empresário colocou 50 comprimidos de um potente analgésico no doce.

As imagens que mostram Luiz Marcelo com o prato foi feita no dia 17 deste mês e são as últimas registradas dele.

Entenda como funciona o remédio

Durante o depoimento, Suyany Breschak, apontada como cúmplice de Júlia, relatou que a mulher teria administrado 50 comprimidos em um brigadeirão “envenenado”.

De acordo com o que foi explicado à polícia por Suyany, antes de dar os doces a ele, a namorada de Luiz Marcelo teria moído os comprimidos de Dimorf de 30 mg e colocado o produto em dois brigadeirões.

Após entregar os doces a Luiz Marcelo, Júlia teria contado à comparsa por mensagens que ele ficou com a respiração ofegante, fez um barulho alto e, de repente, parou.

O remédio em questão contém sulfato de morfina, um opioide utilizado no tratamento de dores intensas que não respondem a analgésicos menos potentes. A morfina atua no sistema nervoso central, e alivia a dor ao se ligar aos receptores no cérebro e na medula espinhal. Dessa maneira, ele é comumente prescrito contra dores intensas e crônicas, como aquelas causadas por câncer, lesões graves ou após cirurgias.

Se empregado em altas dosagens, pode provocar convulsões, e não deve ser usado junto de álcool e de outras substâncias depressoras como anti-histamínicos e sedativos.

Suspeito de receptar carro de empresário é preso

Quatro dias após o corpo do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond ter sido encontrado em seu apartamento em avançado estado de decomposição, seu carro foi localizado em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Ele estava em posse de Victor Ernesto de Souza Chaffin, preso por receptação na última sexta-feira. Segundo informações da Polícia Civil, com o suspeito também estavam dois laptops e o telefone do empresário.

A investigação ainda apura se há participação do preso na morte do empresário. Em depoimento na 126ª DP (Cabo Frio), o suspeito confirmou saber que o dono do automóvel havia morrido, mas também sabia que o carro tinha "algum problema".

Júlia foi flagrada pelo circuito de câmeras do prédio deixando o endereço com o carro do empresário no dia 20, retornando sem o automóvel.

Já sua amiga, Suyane Breschak, que está presa suspeita de também ter participado do crime, é citada no depoimento do receptador do carro. Segundo Victor, ele foi à casa de Suyane no último dia 22, onde afirmou ter visto "dois documentos relativos à venda do veículo" de Luiz Marcelo: um assinado por Júlia, em que ela dizia ter recebido R$ 75 mil da amiga pelo carro, e outro, "supostamente escrito à mão pelo marido de Julia dando o carro de presente para a mesma".

Documento escrito por Júlia, justificando ter recebido de Suyane R$ 75 mil pelo carro — Foto: Reprodução
Documento escrito por Júlia, justificando ter recebido de Suyane R$ 75 mil pelo carro — Foto: Reprodução

Para a polícia, o comprovante de compra serviria como uma justificativa para a entrega do carro por parte de Julia, mas é tratado como falso pela investigação. A polícia também apura se esse documento seria um álibi para justificar ainda quantias em dinheiro que estariam num cofre no apartamento da vítima, no Engenho Novo.

Saiba quem é o empresário morto

Empresário Luiz Marcelo Ormond, encontrado morto em apartamento no Engenho Novo — Foto: Reprodução
Empresário Luiz Marcelo Ormond, encontrado morto em apartamento no Engenho Novo — Foto: Reprodução

O empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 45 anos, encontrado morto em seu próprio apartamento no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio, era conhecido pelos parentes como um homem simples e de poucos amigos. Dias antes de desaparecer, contou a pessoas próximas que "estava feliz com seu novo relacionamento" com Júlia.

Bruno Luiz Ormond, primo da vítima, contou ao GLOBO que ele e Júlia se conheciam há pouco mais de um ano. Filho único, Luiz admitiu sentir solidão após a perda dos pais, no início do ano.

— Ele era um homem bondoso e sozinho. Virou a vítima perfeita. A mãe do Luiz não gostava da Júlia. Quando viva, era contra o relacionamento deles. Assim que a mãe dele partiu, no início do ano, ela (Júlia) viu uma oportunidade de se reaproximar dele — afirmou o primo.

De acordo com parentes, Marcelinho, como era carinhosamente chamado, era um homem simples e de poucos amigos. Bruno contou que na última sexta-feira, o empresário chegou a comentar que Júlia estaria combinando de fazer "sua sobremesa favorita":

Segundo Bruno, Luiz e Júlia se conheciam há pouco mais de um ano. Filho único, Luiz admitiu sentir solidão após a perda dos pais, no início do ano.

— Ele era um homem bondoso e sozinho. Virou a vítima perfeita. A mãe do Luiz não gostava da Júlia. Quando viva, era contra o relacionamento deles. Assim que a mãe dele partiu, no início do ano, ela (Júlia) viu uma oportunidade de se reaproximar dele — afirmou o primo.

Segundo Bruno, Júlia levou do apartamento em que o casal morava uma arma (de acordo com o primo, legalizada), joias e alguns itens de valor, como um relógio.

O primo revelou ainda que Luiz Marcelo recebia pensão por invalidez. Ele levou um tiro durante um assalto há dez anos em uma lotérica e perdeu o movimento de um dos braços. Além disso, com a morte dos pais, herdou, além do apartamento no Engenho Novo, mais dois imóveis: um no Méier, na Zona Norte, e o outro na Ilha de Paquetá.

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