A polícia irá ouvir, nesta segunda-feira, novas testemunhas sobre o caso do empresário Marcelo Ormond, assassinado em seu apartamento no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. A suspeita do crime é a namorada Júlia Andrade Cathermol Pimenta, considerada foragida. Segundo Marcos André Buss, delegado da 25ª DP (Engenho Novo), são esperados novos três depoimentos.
— Nós iremos ouvir mais três pessoas: o gerente da farmácia onde ela comprou os medicamentos e outras duas testemunhas. Essa semana nós retomaremos com força total as investigações e nosso objetivo é capturar a Júlia. Nossas equipes viraram a noite e estão em outros municípios buscando ela — conta o delegado.
De acordo com a investigação policial, Luiz Marcelo morreu após comer um brigadeirão, que teria sido envenenado pela parceira com 50 compridos de um forte analgésico moídos. Contra ela há um mandado de prisão em aberto por homicídio.
Parentes relatam que Marcelinho, como era carinhosamente chamado, era um homem simples e de poucos amigos. Bruno Luiz Ormond, primo da vítima, contou ao GLOBO que na última sexta-feira, o empresário chegou a comentar que Júlia estaria combinando de fazer "sua sobremesa favorita". Bruno aponta que Luiz e Júlia se conheciam há pouco mais de um ano. Filho único, Luiz admitiu sentir solidão após a perda dos pais, no início do ano.
— Ele era um homem bondoso e sozinho. Virou a vítima perfeita. A mãe do Luiz não gostava da Júlia. Quando viva, era contra o relacionamento deles. Assim que a mãe dele partiu, no início do ano, ela (Júlia) viu uma oportunidade de se reaproximar dele — afirmou o primo.
'Não era um homem rico'
O primo revelou ainda que Luiz Marcelo recebia pensão por invalidez. Ele levou um tiro durante um assalto há dez anos em uma lotérica e perdeu o movimento de um dos braços. Além disso, com a morte dos pais, herdou, além do apartamento no Engenho Novo, mais dois imóveis: um no Méier, na Zona Norte, e o outro na Ilha de Paquetá.
— Ela fez isso por dinheiro. Por pouco dinheiro. Ele não era um homem rico. Ela estava tentando fazer união estável com Marcelo. Júlia dizia que queria ajudá-lo a fazer investimentos com o dinheiro dele. Por isso, decidiram abrir uma conta conjunta.
Bruno diz que Júlia levou do apartamento em que o casal morava uma arma (de acordo com o primo, legalizada), joias e alguns itens de valor, como um relógio.
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