O que parecia ser a história de uma paixão finalmente concretizada terminou em tragédia, e, de acordo com depoimentos à Polícia Civil, não foi por falta de aviso. Depois de mais de dez anos de uma relação marcada por idas e vindas, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44, resolveu viver com a namorada, Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29, em um apartamento no Engenho Novo. Em abril, ele alterou seu perfil numa rede social, informando que havia se casado. Em 17 de maio, foi filmado dando um beijo na amada no elevador do prédio. Em uma das mãos, levava um prato no qual, segundo investigadores, estava o brigadeirão envenenado que causou sua morte. Foi a última vez que foi visto com vida. Três dias depois, seu corpo foi encontrado, já em avançado estado de decomposição, na sala de casa.
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As versões de como o casal se conheceu são conflitantes. Para alguns amigos, Marcelo contou que foi por meio de redes sociais; para outros, que viu Júlia pela primeira após bater de carro, acrescentando que ela o ajudou. Foi esse segundo relato que chegou ao conhecimento de uma cabeleireira, amiga da vítima, que estava sempre em contato com Marcelo.
Em depoimento, ela disse que gostava de Luiz Marcelo “como um filho” e que o relacionamento dele com Júlia era “complicado”, porque o empresário sabia que a namorada tinha um relacionamento com outra pessoa, com quem passava os fins de semana.
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A cabeleireira contou ainda que, ao saber que Luiz Marcelo havia feito um pagamento de R$ 2.600 a um agiota a pedido de Júlia, que se dizia ameaçada de morte, alertou o empresário para “largar esse relacionamento, porque é perigoso”. Marcelo não ouviu o conselho e seguiu investindo na paixão. O empresário, segundo a amiga, “chegou a comentar que tinha a intenção de se casar com Júlia e que estava muito apaixonado”.
A mulher conta ainda que, em 11 de maio, Luiz Marcelo chegou ao seu salão “extremamente estranho, sonolento, com a fala mole, dizendo que estava se sentindo mal”, mas não sabia dizer o motivo. Isso, segundo ela, se repetiu nos dois dias seguintes. A situação levou a amiga a perguntar, de forma incisiva, se ele “estava fazendo uso de drogas, o que foi prontamente negado”. Após ver as últimas imagens do empresário com vida, ao lado de Júlia no elevador, ela disse ter reconhecido, no vídeo, o mesmo estado “sonolento, mole” do amigo.
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