Rio
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O que era para ser um final de semana de lazer se tornou um verdadeiro pesadelo para a família de Rafael Júnior Oliveira Larangoti, de 34 anos. Natural de Itaguara, município de Minas Gerais, o rapaz veio com a mulher, Neli Eustaquiam Paloma de Jesus, de 28 anos, e os três filhos aproveitar as praias de Cabo Frio, na Região dos Lagos, durante o seu aniversário. No entanto, no segundo dia de viagem, a lancha em que a família estava pegou fogo e provocou queimaduras graves nos cinco. Nesta segunda-feira, após 24 dias internados, Neli e o filho Gabriel, de 8 anos, deixaram o Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, e foram reencontrar Rafael, Rafaela, de 9 anos, e Miguel, que está completando 5 anos de idade, no Hospital Roberto Chabo, em Araruama.

— A minha sensação é de alívio e de renascimento. Sobreviver foi um milagre de Deus e eu agradeço por estar aqui com a minha família. Do jeito que foi aquele acidente não era nem para nós estarmos vivos aqui. Estamos nos recuperando aos poucos e vamos ganhando alta devagarzinho. A minha mulher e os meus dois filhos, Miguel, de 5 anos, e Gabriel, de 8 anos, já receberam alta, mas eu ainda estou no hospital e a minha filha Rafaela, de 9 anos, está internada no CTI pediátrico — diz Rafael — Meus filhos ainda estão muito assustados, psicologicamente abalados. Eles são crianças e estão em fase de formação, então acho que vai demorar para eles se recuperarem. Eu mesmo não estou conseguindo dormir, preciso tomar remédios. No entanto, apesar de tudo, só quero agradecer por poder estar comemorando mais um ano do meu filho.

Neli, Rafael, Miguel e Gabriel sofreram queimaduras em um acidente de lancha em Cabo Frio — Foto: Arquivo pessoal
Neli, Rafael, Miguel e Gabriel sofreram queimaduras em um acidente de lancha em Cabo Frio — Foto: Arquivo pessoal

O drama e as dificuldades da família vão além das questões de saúde. Segundo Rafael, os familiares precisaram alugar uma casa em Araruama, na Região dos Lagos, para poder auxiliar nos cuidados com as crianças. Ainda de acordo com Rafael, a empresa responsável pela lancha alugada não entrou em contato com a família para prestar ajuda.

Vítimas de explosão de lancha em Cabo Frio comemoram recuperação

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— A minha sogra, o meu sogro e a minha tia estão aqui para nos ajudar. É importante trocar os acompanhantes para que eles possam descansar um pouquinho, então alugamos essa casa em Araruama. Estamos custeando tudo com o nosso dinheiro, mas está difícil. Eu sou mecânico e a minha mulher é do lar, não estamos trabalhando. Sorte que nós temos a nossa família bem unida e que nos auxilia demais. Se não fosse isso, eu não sei como seria. Em nenhum momento os responsáveis pela lancha nos procuraram para saber como nós estamos ou nos ofereceram ajuda. Tudo isso é revoltante demais — explica Rafael.

Família comemora os 5 anos de Miguel — Foto: Arquivo pessoal
Família comemora os 5 anos de Miguel — Foto: Arquivo pessoal

O mecânico aponta que a lancha não contava com colete salva-vidas ou equipamentos de emergência. Antes de entrar na embarcação, a família relata que chegou a sentir um cheiro forte de gasolina. O acidente ocorreu cerca de 15 minutos depois do início do passeio. Com medo das chamas, Miguel, filho mais novo do casal, pulou no mar e precisou ser resgatado pelo pai. O resto da família foi salva pelo Corpo de Bombeiros.

— Nós alugamos a lancha ali perto da Ilha do Japonês e logo depois começamos a sentir um cheiro muito forte de gasolina. Eu ainda cheguei a falar com o comandante, mas ninguém nos alertou sobre nada. Uns 15 minutos depois a lancha pegou fogo e explodiu. Meu menino mais novo não sabe nadar e pulou na água, então eu precisei ir atrás dele. Os meus dois outros filhos ficaram na lancha. A minha esposa abraçou os dois e usou o próprio corpo como forma de proteção. Foi uma cena muito chocante para mim. Nossa sorte é que os bombeiros estavam fazendo um treinamento ali perto e nos resgataram — explica Rafael.

O Hospital Roberto Chabo informou que Rafael se encontra estável e Rafaela está em estado grave. Procurada pelo GLOBO, a Marinha disse em nota que a "Delegacia da Capitania dos Portos em Cabo Frio (DelCFrio) instaurou Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN), a fim de apurar causas, circunstâncias e possíveis responsabilidades, sobre o acidente". A corporação destaca que "após concluído o IAFN, os autos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo (TM), orgão responsável por julgar a ação e eventualmente atribuir sanções punitivas na esfera administrativa tais como multas, suspensão e até cancelamento dos certificados de habilitação".

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