Em meio às suspeitas de envenenamento de cães na região do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, os veterinários da área têm orientado os tutores a não levarem seus animais de estimação para passear. Quem conta isso é a veterinária Andrea Marinho, de 60 anos, que há 36 trabalha na região, e que atendeu a cadela Mel, que morreu há um mês com suspeita de envenenamento.
— Muita gente não está nem saindo de casa com os bichinhos, até por um alerta nosso. Estamos no auge de um problema, então é, no máximo, deixar (o cachorro) fazer um xixi rápido e voltar, nada de cheirar canteiro — observa Andrea.
Desde maio, mais de 40 cães deram entrada em clínicas veterinárias da Barra da Tijuca com sinais de intoxicação, conforme mostrou O GLOBO na última semana.
Só Andrea, que não atua mais em clínicas mas segue acompanhando seus pacientes, já atendeu a oito cães em estado “bem grave”, e outros quatro em estado mediano. Um deles, a Mel, morreu.
Desde o fim de maio, por exemplo, a veterinária conta ter percebido muitos casos de animais com uma gastroenterite hemorrágica. O que chamou a atenção dela e de outros profissionais é que esses não eram quadros virais, como um surto de parvovirose ocorrido na década de 1990.
— Está estranho. A gente não sabe o que é. Pode ser alguém colocando remédio nas plantas dos canteiros, ou até (envenenamento) proposital — completa Andrea, que cita que a intoxicação pode ocorrer não só por ingestão, mas também por inalação.
Os animais intoxicados, no geral, apresentam salivação intensa, tremores, dor abdominal aguda, seguida de vômito e diarreia (que costumam ser hemorrágicas).
A indicação é que o animal seja levado ao veterinário imediatamente, porque ele precisará receber medicamento injetável — o vômito não permitirá uma absorção adequada à medicação — e hidratação.
Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio