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Por — Rio de Janeiro

A engenheira Patrícia Amieiro desapareceu no dia 14 de junho de 2008. Ela estava voltando de uma festa na Zona Sul do Rio, quando, na Barra da Tijuca, teve o carro alvejado por policiais. O corpo dela nunca foi encontrado. O crime completa 16 anos nesta sexta-feira, sem que os envolvidos tenham sido punidos. Um novo júri estava marcado para o próximo dia 20, às 11h, mas novamente o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro adiou a data. Segundo a mãe de Patrícia, a família “não aguenta mais esse sofrimento”.

A juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, responsável pelo caso, aceitou um pedido da defesa dos policiais e remarcou o júri popular para o dia 11 de fevereiro de 2025. Inicialmente, o julgamento tinha sido marcado pela mesma magistrada, da 1ª Vara Criminal, para dia 24 de julho de 2025. Preocupados com o longo tempo de espera para o desfecho acontecer, a família de Amieiro pediu que uma data mais próxima fosse considerada para a realização da audiência e foi atendida. No entanto, a uma semana da data, foi remarcada novamente para daqui a sete meses.

— Há três anos o pai dela não aguentou. Depois de uma depressão profunda, meu marido morreu, aos 76 anos, sem ver a Justiça ser feita pela nossa filha. Eu já estou com 65 anos e não aguento mais esse sofrimento, fico me perguntando se eu também vou morrer antes. Do jeito que está sendo tratado até hoje eu acho também não vou ver a Justiça ser feita pela Patrícia — lamenta Tânia Márcia Amieiro, mãe da vítima.

O primeiro julgamento aconteceu em 2019, quando os policiais Marcos Paulo Nogueira Maranhão e William Luís Nascimento foram condenados a três anos de prisão, mas em regime aberto. Já os agentes Fábio Silveira Santana e Marcos Oliveira foram absolvidos. O resultado desanimou a família de Patrícia, que pediu recurso das decisões.

Um novo alento surgiu em 2020, quando uma nova testemunha de acusação apareceu para ajudar no processo. Um taxista que teria visto os policiais atirarem contra o carro onde estava a engenheira e a retirado do veículo ainda com vida. O caso foi reaberto e, desde então, aguardava novo julgamento.

Segundo o Tribunal de Justiça Marcos Paulo Nogueira Maranhão e Willian Luis do Nascimento, terão novo julgamento por tentativa de homicídio. Já os réus Fábio da Silveira Santana e Marcio de Oliveira Santos serão submetidos a novo julgamento popular pelo crime de fraude processual.

Para a mãe da vítima, a insatisfação já é maior do que a esperança “de ver os assassinos sendo condenados”.

— Quando soube que foi adiado de novo eu não consegui dormir, chorei a noite inteira. Todos os dias da minha vida, nos últimos 16 anos, eu peço muito perdão a minha filha por não estar conseguindo fazer Justiça por ela. Eu não estou conseguindo cumprir o que eu a prometi, peço perdão a ela pelo nosso judiciário — conta a mãe.

Ronnie Lessa cita um dos acusados

O ex-policial Ronnie Lessa em seu acordo de delação premiada, confessou ter praticado outros crimes além dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Em um dos depoimentos, relatou ter matado o ex-policial André Henrique da Silva Souza, o André Zóio, tendo tido como comparsa nesse crime o policial Militar Fábio Silveira Santana, o Fábio Caveira, um dos réus do caso Patrícia Amieiro. Segundo Lessa, foi o PM quem atirou em Juliana Sales de Oliveira, namorada de Zóio.

A mãe de Patrícia acha que se a justiça tivesse sido feita no caso de sua filha, morta em 2008, esse outro crime de Fábio, cometido em 2014, poderia ter sido evitado.

— A justiça (no caso de Patrícia) deveria ter sido feita há muito tempo, para não acontecer o que está havendo agora. Se essas pessoas (os envolvidos no crime) estivessem presas, muitas coisas não estariam acontecendo. Mas, infelizmente, é assim porque não tem justiça — criticou Tânia, ao comentar o relato de Lessa sobre a participação de Fábio na morte de Juliana.

Relembre o caso

Patrícia Amieiro tinha 24 anos quando desapareceu no dia 14 de junho de 2008. Ela estava voltando de uma festa na Zona Sul do Rio, quando, na Barra da Tijuca, teve o carro alvejado por policiais. O corpo dela nunca foi encontrado.

A defesa dos agentes diz que a engenheira perdeu o controle do veículo após os tiros, bateu em dois postes e em uma mureta, caindo na beira do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, onde o foi encontrado. O vidro traseiro estava quebrado e o porta-malas aberto.

Já o Ministério Público reforça que os agentes atiraram contra o carro, retiraram Patrícia de dentro dele e o jogaram no canal, tentativa de evitar a descoberta do homicídio.

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