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Por O Globo — Rio de Janeiro

Policiais civis da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) realizam, nesta quarta-feira, a Operação Magnum para desarticular uma rede envolvida em processos de lavagem de dinheiro e atividades ilícitas que favorecia milícias do Rio de Janeiro, atualmente de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho. O esquema teria movimentado R$ 30 milhões em três anos. De acordo com a polícia, os alvos são pessoas físicas e empresas envolvidas. Os agentes cumprem mandados de busca e apreensão. Equipes estão na capital, em outros municípios fluminenses e em quatro estados.

Com o apoio do Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra) nas investigações, a polícia identificou que um dos alvos utiliza empresas do setor de transporte e intermediários para "lavar" a origem ilícita de recursos provenientes de atividades criminosas da milícia, como grilagem de terras, loteamento irregular de terrenos e extorsões. Nesse esquema, o grupo movimentou cerca de R$ 30 milhões no período de 2021 a 2024.

Entre os alvos estão Marcelo Morais dos Santos, o Grande, e Marcus Vinicius Vitoriano Profeta, o Profeta., segundo a TV Globo. O Grande estaria inicialmente vinculado ao miliciano Danilo Dias Lima, o Tandera, quando às finanças e à prática de lavagem de dinheiro. Em 2022, ele teria se aliado à milícia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho. A mudança, destaca a Polícia Civil, aconteceu num período em que Tandera sofreu consideráveis baixas em seu grupo.

Para garantir a circulação e a lavagem dos recursos recebidos com a organização criminosa, Marcelo se apresentava como empresário e constituiu uma empresa. De acordo com uma investigação do Ministério Público, que se desdobrou numa operação no ano passado, entre julho de 2022 e janeiro de 2023, Marcelo, por meio da pessoa jurídica, movimentou e transferiu mais de R$ 1,3 milhão, valor, segundo as autoridades, absolutamente incompatíveis com a sua renda lícita declarada.

— Para dissimular a origem ilícita, ele utilizava de empresas no nome dele, empresas essas de fachada, que sequer tinha funcionário cadastrado, empresa de transporte que sequer tinha um caminhão ou um veículo de cargas para transportar esse material, e com essa empresa ele dissimulava a origem e ingressava com esses recursos dando aparência de lícito — disse o delegado Jefferson Ferreira do Nascimento, da DCOC-LD, à TV Globo.

As equipes estiveram em bairros da Zona Oeste da capital, como Recreio dos Bandeirantes, Barra da Tijuca, Curicica, Campo Grande, Santa Cruz e Paciência, e em Seropédica, na Baixada Fluminense, e em Petrópolis, na Região Serrana, para cumprir os mandados. Segundo a Polícia Civil, também há diligências da operação nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo. As ações são realizadas em parceria com as polícias destes locais.

Um dos investimentos para a "lavagem" de dinheiro são moedas digitais. Foi encontrado o valor de R$ 350 mil com apenas um dos alvos. Até as 8h30, duas pessoas foram conduzidas para a sede da DCOC-LD, na Cidade da Polícia. Um deles dono de uma loja de roupas em São Cruz e outro como representante de uma empresa de bebidas em Santa Cruz, Zona Oeste da cidade. São alvos dos 56 mandados de busca e apreensão 23 pessoas e empresas que estariam ligadas ao esquema. Um dos endereços em que agentes estiveram nesta manhã foi no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, que seria da namorada de Grande, também foi alvo de mandado. A Justiça determinou o bloqueio de bens de suspeitos de integrarem a quadrilha. A mulher não foi encontrada. As informações são da TV Globo.

O delegado destaca que a operação também tem como finalidade a asfixia aos negócios do esquema criminoso. Segundo as investigações, Marcus Vinicius é suspeito de lavar dinheiro por meio de uma empresa de consultoria e outra de comércio na internet. Os negócios teriam movimentado quase R$ 3 milhões em apenas um ano e meio.

A operação conta com a participação de unidades especializadas, incluindo equipes de inteligência, unidades táticas, peritos financeiros e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). No cumprimento dos mandados, os agentes buscam fazer a coleta de provas, apreensão de bens e prisão dos envolvidos, além de recuperação de ativos ilícitos.

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