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Por — Rio de Janeiro

O inquérito sobre a morte do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 45 anos, segue em andamento. O corpo dele foi encontrado no dia 20 de maio em seu apartamento no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. O caso está prestes a completar um mês e ainda seguem aparecendo novas informações que vêm sendo apuradas pelos agentes da 25ª DP (Engenho Novo) sobre possíveis relações entre os integrantes do drama do assassinato.

A polícia acredita que a namorada Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos, tenha envenenado Luiz Marcelo com um brigadeirão feito com comprimidos de morfina. O medicamento Dimorf foi comprado no dia 6 de maio pela mulher, que chegou a apresentar uma receita. No laudo toxicológico, que analisou uma parte do estômago de Luiz Marcelo, foi identificado esse medicamento, além do Clonazepam, um tranquilizante. Ela ainda teria ficado no apartamento da vítima com o corpo durante três dias.

Apesar de a polícia acreditar que a motivação seja financeira, a mando de Suyany Breschak, outros elementos ainda são investigados para que o inquérito seja concluído. No momento, os agentes aguardam novos depoimentos e a quebra dos sigilos bancários e telefônicos das suspeitas.

Entenda quais são os personagens e os laços entre eles:

Luiz Marcelo Ormond

Luiz Marcelo Antônio Ormond — Foto: Reprodução/Redes sociais
Luiz Marcelo Antônio Ormond — Foto: Reprodução/Redes sociais

O empresário Luiz Marcelo conhecia Júlia Cathermol desde 2013. Os dois assumiram um relacionamento em abril deste ano, mês em que começaram a morar juntos. Sem herdeiros e com uma vida reservada, ele planejava uma união estável ao lado da mulher, que, segundo a polícia, almejava ser declarada sua dependente financeira.

A polícia afirma que Luiz Marcelo tinha acabado de vender um imóvel, que recebia quantias mensais por aluguéis e que teve celular, laptops e carro subtraídos de seu apartamento. No entanto, só a quebra de sigilo bancário permitirá à investigação saber para onde foram esses valores e se há alguma transferência bancária em sua conta. A investigação ainda não concluiu se houve movimentações financeiras.

Júlia Cathermol

Veja o momento em que suspeita de matar empresário com suposto brigadeirão envenenado chega à 25ª DP

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Para a polícia, Júlia é a autora do crime. A psicóloga começou a morar com Luiz Marcelo um mês antes do crime, em um apartamento no Engenho Novo, Zona Norte do Rio. A suspeita é de que Júlia tenha matado o namorado envenenado com um brigadeirão. Ela também teria tentado retirar dinheiro da conta do empresário após dias de morto, convivendo com o corpo no apartamento dele, e vendido os bens dele. Ela se entregou à polícia no dia 4, e decidiu não prestar depoimento.

Jean Cavalcante

Jean Cavalcante de Azevedo soube, pela televisão, que a namorada Júlia Andrade Cathermol Pimenta estava foragida. Pelo noticiário, descobriu também que a mulher mantinha um relacionamento com Luiz Marcelo, e é considerada suspeita pela morte dele. Jean prestou depoimento na 25ª DP (Engenho Novo), onde enfatizou não fazer ideia de que a namorada tinha uma vida paralela.

Antes de ser presa, Júlia teria deixado uma carta para Jean dizendo que precisava de ajuda e que teria sido coagida a cometer o crime. No relato, ela também fala que os dois pensavam em se casar e teriam uma viagem para o Chile. Além disso, o pai de Jean se negou a defender a ex nora após descobrir a traição com o filho.

Carla Cathermol

Carla Cathermol de Faria e Marino Bastos Leandro, mãe e padrasto de Júlia Cathermol Pimenta, prestaram depoimento na terça-feira (dia 4) — Foto: Domingos Peixoto
Carla Cathermol de Faria e Marino Bastos Leandro, mãe e padrasto de Júlia Cathermol Pimenta, prestaram depoimento na terça-feira (dia 4) — Foto: Domingos Peixoto

Horas antes de Júlia se entregar na 25ª DP (Engenho Novo), a sua mãe Carla Andrade Cathermol de Faria compareceu com o marido na unidade para prestar depoimento. O casal tinha opiniões diferentes sobre o que a jovem deveria fazer. No dia 20 de maio, eles foram até a casa da psicóloga em Campo Grande, e o casal retornou para a residência com a suspeita, em Maricá. A mãe não queria que a filha se entregasse à polícia, o que fez com que a situação se estendesse até o dia 31 de maio, quando eles levaram Júlia até uma rua escura no bairro da Barreira, na mesma cidade, e pararam próximo a uma palmeira. Lá, a psicóloga informou que não queria que eles soubessem o lugar exato em que ela estaria. Carla deu R$ 400 para a filha e, desde então, perderam o contato com a suspeita até ela ser presa.

A mãe de Júlia disse em depoimento que a filha tinha medo de Suyany e que, por isso, sempre a obedecia. A psicóloga acreditava nos poderes mágicos da mulher, vista como cigana legítima, e temia que ela fizesse mal aos pais caso não a obedecesse.

Marino Bastos

O policial civil aposentado Marino Bastos Leandro, de 74 anos, é padrasto de Júlia. Segundo a polícia, ele foi fundamental para que a suspeita se entregasse. Conforme o depoimento de Marino, ele tentou convencer Júlia a se apresentar na delegacia, mas sua companheira, extremamente abalada com a situação, não queria que a filha se entregasse e o pressionou a não fazer nada. Para eles, Júlia justificou que fez uma "besteira" acreditando que uma "feiticeira" mataria sua família por meio de feitiços.

Ele também contou que Júlia não tinha contato e nem afeto com o pai biológico. Por isso, ele considera Júlia como sendo sua filha. O padrasto afirmou também que ele pagava um curso de pós-graduação em psicologia para Júlia. Ela teria ainda pedido o valor de R$ 100 mil emprestado para “um investimento em fundo, apresentando uma planilha de investimento”.

Suyany Breschak 

Suyany Breschak afirma que é 'cigana legítima'

Suyany Breschak afirma que é 'cigana legítima'

A polícia acusa Suyany Breschak de ser a mandante e a arquiteta do assassinato de Luiz Marcelo Antônio Ormond. Ela foi presa temporariamente no dia 28 de maio. Nas redes sociais, a cigana ensinava a fazer simpatias e divulgava trabalhos espirituais. Segundo os agentes, Suyany é uma mulher articulada e usa o "misticismo" para se aproximar e coagir as pessoas. A polícia investiga ainda se foi para Suyany que Júlia tentou passar os bens de Luiz Marcelo, como um carro e computadores, já que ela teria uma dívida de cerca de R$ 600 mil a serem pagos de trabalhos anteriores.

Leandro Cantanhede

Suyany Breschak e Leandro Jean Rodrigues Cantanhede — Foto: Reprodução
Suyany Breschak e Leandro Jean Rodrigues Cantanhede — Foto: Reprodução

O atual namorado de Suyany, Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, relatou em depoimento à polícia que o trabalho espiritual dela era fraude porque “ela aterrorizava os clientes” e, durante brigas do casal, ela dizia que, se ele terminasse o relacionamento, “morreria em razão de seus feitiços”. Eles estavam juntos há quase um ano. Além disso, já alegou estar sofrendo ameaças de familiares da namorada. Também foi ele que contou que teria visto Suyany e Júlia amassando os comprimidos dados a Luiz Marcelo, que as duas negociaram o carro da vítima como pagamento de dívida e que se viram no mesmo dia em que o corpo foi encontrado.

Victor Chaffi

Além das duas armas e do carro do empresário, Júlia também teria tentado vender outros bens da vítima. Victor Ernesto de Souza Chaffi, ex-namorado de Suyany Breschak, foi quem vendeu as armas e tentou passar o carro, doze relógios, um ar condicionado e dois notebooks em um bar, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. Ele chegou a ser preso por receptação, por estar de posse do carro da vítima, mas segue em liberdade após pagar uma fiança de R$ 5mil.

Ele também contou à polícia que, durante a negociação da venda do carro em Araruama, na Região dos Lagos, a ex-namorada teria pedido que ele dormisse no mesmo quarto que Júlia porque ela estava com medo de dormir sozinha. Segundo Victor declarou à polícia, durante a negociação da venda do carro entre Júlia e Suyany, ele e o atual namorado da cigana, Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, estavam no mesmo local.

Zoraide Breschak 

A mãe de Suyany, que mora em Campinas, em São Paulo, nega as acusações feitas pelo atual genro de que estaria o ameaçando. Zoraide Breschak afirmou ao GLOBO que Leandro está mentindo. Segundo ela, a filha foi incentivada pelo namorado a depor e ele teria dito para ela "levar a culpa de tudo, que depois tirava ela". Na entrevista, ela também disse que pretende ficar com a guarda dos dois netos enquanto a filha estiver presa. Para ela, uma das evidências de que a filha seja incapaz de participar do assassinato é que “eles ciganos tem medo até de ir a cemitério”. 

A mãe de Suyany nega que tenha conhecido Júlia. Segundo ela, as duas foram apresentadas pelo ex-marido da filha, Orlando Ianovich Neto. Ele teria sido o primeiro a fazer trabalhos para a Júlia. Os dois teriam até contas em comum em uma casa em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, e teriam também “um esquema de dinheiro com essa posição da Júlia de garota de programa”.

Orlando Ianovich

Orlando Ianovich Neto, também cigano, viveu um relacionamento de 14 anos com Suyany Breschak — Foto: Reprodução
Orlando Ianovich Neto, também cigano, viveu um relacionamento de 14 anos com Suyany Breschak — Foto: Reprodução

Casado com Suyany por 14 anos, o ex-marido Orlando Ianovich Neto, com quem ela tem dois filhos, de 8 e 4 anos, também prestou depoimento à polícia. À polícia, ele afirmou ter sido vítima da ex-companheira de uma tentativa de sequestro, em 2022, e de furto, em 2023. Orlando chegou na 25ª DP segurando pastas com documentos contra Suyany, afirmando que ela é "perigosa". Eles também já tiveram outras disputas judiciais por falta de pagamento da pensão alimentícia dos filhos e por violência doméstica.  

Orlando, assim como Suyany, se apresenta como cigano e dá dicas de simpatia nas redes sociais. No Instagram, onde acumula mais de 100 mil seguidores, ele divulga a realização de trabalhos espirituais e comenta a vida de subcelebridades, como os participantes do BBB.

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