A pré-candidata a vereadora Juliana Lira de Souza Silva, a Nega Juh, assassinada a tiros neste sábado, ao lado do filho Alexander de Souza Gomes, em um trailer de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, iria disputar pela primeira vez uma eleição municipal. A revelação foi feita pelo deputado e secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento Deodalto José Ferreira, mais conhecido como Dr.Deodalto, para quem a vítima já trabalhou em campanhas eleitorais anteriores.
Segundo Dr.Deodalto , Nega Juh não tinha inimigos e contava com boas chances de ser eleita.
— Ela me ajudou em três campanhas eleitorais, estou no terceiro mandato como deputado estadual. A Juliana não tinha problema com ninguém, ajudava a todos e tinha um trabalho voltado para a área de saúde. Era minha amiga. Eu a conhecia há 12 anos. Ela era do DC ( Democracia Cristã) e tinha boas chances de ser eleita — disse o secretário.
Quarenta e três políticos foram assassinados no Estado do Rio de Janeiro nos últimos 20 anos em casos com suspeita de participação do crime organizado. São homicídios — em geral execuções brutais, com emboscadas, homens encapuzados e múltiplos disparos — nos quais há indícios concretos de atuação de milicianos, traficantes, contraventores do jogo do bicho ou grupos de extermínio. Nova Iguaçu aparece na lista com cinco casos.
As mortes de Nega Juh e de Alexander são investigadas pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Agentes da especializada tentam identificar quatro homens encapuzados, apontados como autores do duplo assassinato. O crime aconteceu no Bairro São Benedito, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Segundo testemunhas, os assassinos teriam disparado tiros em direção a uma mesa de um trailer onde estavam Nega Juh, o filho e outras duas pessoas. Baleado, Alexander ainda correu, mas foi alvejado outras vezes. Atingida por um dos disparos, a pré-candidata morreu em uma cadeira.
A polícia tenta saber quem era o principal alvo dos assassinos e não descarta nenhuma linha de investigação. As outras duas pessoas que acompanhavam mãe e filho conseguiram fugir e não ficaram feridas. O crime aconteceu por volta das 19h, na Rua Alexandrina. Primeiras informações recebidas pela polícia revelam que os assassinos desceram de um carro escuro, de placa não anotada, e fizeram vários disparos. Em seguida, os bandidos fugiram.
Em uma rede social, o secretário e deputado estadual Dr. Deodalto postou uma homenagem à amiga assassinada. "Com muita tristeza pela trágica notícia, presto minha homenagem à minha grande amiga, Nega Juh, e ao seu filho, que nos deixaram de forma tão brutal. Nega Ju sempre foi minha parceira, uma guerreira incansável que dedicou sua vida ao serviço da comunidade. Agradeço por tudo que fizeram por mim e por tantos outros. Que a memória e o legado de vocês permaneçam vivos em nossos corações. Descansem em paz, queridos amigos", escreveu na postagem.
Procurada, a Polícia Civil não confirmou se trabalha ou não com a hipótese de crime político. Segundo uma nota enviada pela corporação, a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense assumiu a investigação do caso. O documento diz ainda que testemunhas estão sendo ouvidas e diligências são feitas para identificar os autores e esclarecer a motivação dos assassinatos. Mãe e filho foram sepultados, neste domingo, no Cemitério de Nova Iguaçu.
Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio