Nesta quinta-feira, os cariocas se despedem de um outono atípico, marcado por recordes de temperatura média. A estação termina após belos dias de sol e praias lotadas, eventos ao ar livre e semanas de veranico. Os meses de abril e maio se destacaram pelas "anomalias" climáticas, como o alto índice de secura no ar e as ondas de calor. Além do clima, shows de artistas como Madonna e a turnê de despedida da banda Natiruts atraíram inúmeros visitantes para a cidade maravilhosa.
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Praias com dias de Caribe
A última semana do outono no Rio foi presenteada com águas transparentes e tons de turquesa e esmeralda que costumam ser associados ao Caribe. O mar paradisíaco e a visita de animais marinhos foram resultado da combinação de tempo seco, ventos e ondas, apontam especialistas.
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A estiagem na cidade ajudou na limpeza da água, já que a vazão dos rios, que levam para o mar o lixo e esgoto despejado, diminuiu. Os ventos de sul e sudoeste foram fundamentais para empurrar a água oceânica, muito mais limpa, para a costa, explica o biólogo marinho e documentarista Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano e um dos mais experientes mergulhadores da cidade.
Veranico "mudou" a estação
O fenômeno climático fez com que os cariocas mantivessem os casacos e guarda-chuvas guardados ainda durante a estação. Com céu claro e azulado, as altas temperaturas e tempo seco prevaleceram durante boa parte do outono.
Segundo o Alerta Rio, o estado foi afetado pela ocorrência de um período de falta de chuva e calor em pleno inverno ou período frio, como é a média do outono. O fenômeno ocorreu em parte do Brasil; uma massa de ar relativamente mais quente e seca influenciou o tempo diretamente.
Com queda de temperatura principalmente à noite e de madrugada, períodos em que ocorre a perda de calor da superfície, com resfriamento rápido, névoa e nevoeiro se formaram em algumas manhãs da capital. A diferença entre as temperaturas chegou a 16 graus.
No dia 1º de maio, uma onda de calor prolongada, que funcionava como um bloqueio na atmosfera, impediu a passagem de frentes frias pela cidade, concentrando o fenômeno na Região Sul. Segundo meteorologistas, isso impactou diretamente nas chuvas intensas que levaram o Rio Grande do Sul a decretar estado de calamidade.
Abril mais seco
A condição de veranico contribuiu para que o mês de abril fosse o mais seco desde 1997, conforme apontou o sistema Alerta Rio, órgão de meteorologia da prefeitura do Rio. As altas temperaturas e a baixa umidade relativa do ar foram marcas na cidade durante todo o outono.
De acordo com o levantamento, a média das temperaturas máximas em abril na última década é de 31,3ºC. Neste ano, a média das máximas para abril foi dois graus mais alta, atingindo 33,5ºC. Com a baixa umidade, pessoas que estavam no município começaram a apresentar problemas como olhos vermelhos e sensação de areia, alergias, garganta e nariz secos, entre outros problemas. Nesses casos, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é se manter sempre hidratado.
Shows pela cidade
Em maio, a rainha do pop, Madonna, lotou a praia de Copacabana com um megashow. De acordo com estimativa divulgada pela Riotur, o evento atingiu a marca recorde de 1,6 milhão de pessoas, que foram até a praia para acompanhar o encerramento da Celebration Tour, em comemoração aos 40 anos de carreira da diva.
A presença da cantora levou a cidade a viver uma atmosfera de carnaval ou revéillon fora de época, com a presença de estrangeiros de todo canto do mundo e ruas lotadas. Realizado na baixa temporada do turismo, o evento foi capaz de inflacionar os valores de hospedagem e gerar filas em lojas da Saara para comprar camisas e adereços que estampavam o rosto da estrela.
Outro cantor que também se apresentou na praia da Zona Sul de forma gratuita foi Djavan. O artista fez parte do festival Tim Music Rio, que aconteceu no último fim de semana de maio e no primeiro de junho. O evento também teve as participações de Iza, Marina Sena, Diogo Nogueira e outros. Além deste, a cidade também foi palco da turnê de despedida da banda Natiruts, que lotou o Estádio Nilton Santos em dois shows no último fim de semana.
Eventos e atividades ao ar livre
Com o clima estável e dias quentes, os esportes ao ar livre foram muito procurados durante a estação em todo o estado, em especial a corrida de rua. Em junho, a capital recebeu o maior evento da modalidade na América Latina, a Maratona do Rio. Quarenta e cinco mil corredores competiram nas distâncias de 5 km, 10 km , 21 km e 42 km pela Zona Sul e Centro da cidade.
Os parques também foram requisitados por quem queria fugir do calor. O Jardim Botânico, por exemplo, foi um dos refúgios mais procurados em abril. Com 540 mil metros de área verde e 9 mil espécies de plantas, o local recebeu mais de 47 mil visitantes, cerca de trêsmil a mais que no ano anterior.
A cidade também recebeu, em abril, o Web Summit, um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do mundo. Cerca de 30 mil pessoas passaram pelas palestras de nomes como o do próprio prefeito do Rio, Eduardo Paes. O evento aconteceu entre os dias 15 a 18 no Riocentro, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
*Estagiário sob supervisão de Leila Youssef
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