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Por — Rio de Janeiro

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GERADO EM: 26/06/2024 - 03:30

Disputa por herança de ganhador da Mega-Sena.

Renê Senna, ganhador da Mega-Sena assassinado, está enterrado em sepultura simples. Família disputa herança de mais de R$100 milhões, com filha e irmãos brigando na justiça. Ex-mulher condenada por mandar matá-lo em disputa judicial. Sepultura não possui ostentação.

Quem entra pela primeira vez no pequeno cemitério de Rio Seco, na Zona Rural de Rio Bonito, na Região Metropolitana do Rio, não imagina que numa sepultura coletiva feita de cimento e com paredes de azulejos de piso, onde o luxo não está presente, descansa o corpo de um homem que nasceu pobre, mas chegou a viver uma parte da vida como um milionário.  Ganhador de um prêmio de R$ 52 milhões na Mega-Sena, o lavrador Renê Senna foi assassinado a tiros, no dia 7 de janeiro de 2007, e sepultado no local, no dia 8. O crime aconteceu um ano e meio após a vítima fazer uma aposta e acertar os seis números da loteria da Caixa Econômica Federal.

Na sepultura não há o nome ou foto de Renê. A única referência que o ganhador da Mega-Sena está sepultado ali consta num trecho de um pedaço de mármore, onde há a inscrição" Família Senna", numa referência ao sobrenome do lavrador. O túmulo não conta com estátuas de bronze, flores, ou uma única cruz. Há apenas dois pequenos jarros com plantas plásticas secas. Quis o destino que o milionário fosse sepultado por um amigo de infância.

Coveiro Paulo Correia relatou a dor de ter que sepultar o amigo Renê Senna — Foto: Foto Domingos Peixoto
Coveiro Paulo Correia relatou a dor de ter que sepultar o amigo Renê Senna — Foto: Foto Domingos Peixoto

Coveiro do cemitério, Paulo Correia de Castro, de 67, trabalha no local há 26 anos. Ele ainda lembra de como foi a dor de enterrar aquele com quem conviveu por muito tempo.

— Ele era meu amigo, a gente bebia junto. Foi muito difícil fazer o enterro dele. Doeu muito, ele não merecia morrer assim. O Renê era boa praça — disse Paulo Correia.

Segundo o coveiro, as visitas ao túmulo do amigo são raras. Há ainda alguns que procuram por curiosidade.

— Geralmente aparece alguém no Dia de Finados. Fora isso, só quanto tem algum enterro e alguém lembra de perguntar por curiosidade se o Renê está sepultado aqui — contou.

Conhecida como Viúva da Mega-Sena, Adriana Ferreira Almeida conseguiu progredir do regime fechado para o semiaberto e recebeu autorização da Justiça para passar o Natal na casa de sua mãe, em Tanguá, na Baixada — Foto: Reprodução
Conhecida como Viúva da Mega-Sena, Adriana Ferreira Almeida conseguiu progredir do regime fechado para o semiaberto e recebeu autorização da Justiça para passar o Natal na casa de sua mãe, em Tanguá, na Baixada — Foto: Reprodução

Mas, por pouco, o ganhador da Mega-Sena não foi sepultado num outro lugar. Quando Renê ainda era vivo, uma pessoa próxima a ele chegou a comprar um jazigo para o milionário em um cemitério com um projeto paisagístico. Depois que o crime aconteceu, parentes optaram por realizar o sepultamento no Cemitério de Rio Seco. Enquanto o corpo do lavrador está sepultado numa sepultura familiar, ao lado de pelo menos mais três familiares, 17 anos depois do homicídio, a filha e oito irmãos de Renê ainda disputam o direito de receber parte de uma herança estimada agora em mais de R$ 100 milhões por conta de aplicações financeiras feitas ainda em vida pelo milionário.  

No último dia 4 de junho, o advogado Sebastião Mendonça, que representa oito irmãos e um sobrinho do lavrador, entrou na Vara Cível do Fórum de Rio Bonito com um pedido de nulidade do último testamento, apresentado por Renata Almeida Senna, filha do milionário. O documento, que substituiu outros três anulados por decisões judiciais anteriores, apresenta Renata como única herdeira de Renê e deixa de fora da herança oito irmãos e um sobrinho do lavrador. Anda não há prazo para a Justiça se manifestar sobre a solicitação feita pelos tio e um primo de Renata.

 Em novembro de 2021, outra decisão judicial já havia garantido para a filha do ganhador da Mega-Sena 50% da herança. Na época, foi determinado pela Justiça que metade da fortuna do pai, cerca de R$ 43 milhões (sem contar com pouco mais de R$ 10 milhões, frutos da venda de uma fazenda onde Renê morou antes de morrer), fossem depositados na conta de Renata Senna, considerada herdeira legítima do milionário, depois do recolhimento de impostos pelo Estado.

A decisão foi tomada depois que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um recurso da viúva Adriana Ferreira Almeida Nascimento, condenada a 20 anos de prisão após ser apontada como mandante da morte de Renê. A ex-mulher do milionário tentava validar um terceiro testamento (dois outros já haviam perdido a validade por conta do documento apresentado por Adriana) que dava direito a ela à metade da fortuna. Adriana já cumpriu quatro anos da pena, contando o período em que ficou presa preventivamente, antes da sentença. De acordo com levantamento feito na Vara de Execuções Penais, Adriana Ferreira de Almeida Nascimento cumpre pena no regime semiaberto. Atualmente, ela está na prisão albergue domiciliar aguardando progressão para o regime aberto.

O Judiciário considerou que Renê foi manipulado por Adriana, que já teria um plano para matá-lo. O acórdão, assim, reconheceu a validade de um dos testamentos anteriores, que dava a oito irmãos e um sobrinho de Renê o direito à outra metade de seus bens, além da parte já destinada por direito à Renata.

Em setembro de 2023, Renata protocolou petição na Justiça alegando que o documento havia caducado (perda de validade) e apresentou cópia de outro testamento, datado de 14 de outubro de 2006, onde ela aparecia como única herdeira do pai. Assim, a nova documentação revogou a anterior, dando a ela o direito de receber outros 50% que eram destinados aos irmãos e a um sobrinho do ganhador da Mega-Sena.

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