O Ministério Público Federal recomendou que os cemitérios do Rio de Janeiro preservem as ossadas dos mortos na ação policial realizada no Jacarezinho, comunidade da Zona Norte do Rio, no dia 6 de maio de 2021. Esta é considerada a ação policial mais letal da história do estado do Rio. Ao todo, foram 27 civis mortos. O pedido foi enviado atendendo a uma solicitação da Rede de Atenção a Pessoas Afetadas pela Violência de Estado (RAAVE). No documento, o MPF pede que os restos mortais fiquem à disposição da Justiça até que haja definição sobre a abertura de investigações federais.
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O objetivo da Recomendação é assegurar que os restos mortais possam ser periciados caso o MPF decida pela federalização das investigações. No pedido, a RAAVE aponta que os arquivamentos e a estagnação das investigações de casos de assassinatos cometidos por agentes públicos causa sofrimento e adoecimento as famílias atingidas. Eles também afirmam que isso viola o direito constitucional à verdade, memória, justiça e reparação.
A operação, que contou com 200 agentes, durou cerca de nova horas. Ela foi motivada por uma investigação sobre arregimentação pelo tráfico de crianças de até 12 anos, que circulariam pela favela com fuzis, além de atos “terroristas” atribuídos à quadrilha, como sequestro de trens da Supervia.
Durante o confronto, o desespero se espalhou pela região e passageiros em um vagão do metrô se jogaram no chão, mas não foi possível evitar que dois fossem feridos por estilhaços. Além das 28 vítimas, dois policiais foram baleados e uma terceira pessoa foi atingida por um tiro no pé dentro de casa.
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