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Por — Rio de Janeiro

Funcionários que trabalham no histórico Edifício Dom Pedro II, onde fica instalado o relógio da Central do Brasil, no Centro do Rio, denunciam o mau estado de conservação dos elevadores do prédio. Segundo os relatos, de sete equipamentos, apenas um está em funcionamento: ainda assim, com solavancos e paradas praticamente diárias. Sem distinção entre elevador comum e de cargas, outra reclamação é quanto ao mau cheiro, já que é também é por ali que o lixo é retirado do imóvel. Depois de dois casos em que pessoas morreram em elevadores nesta semana, funcionários dizem conviver com medo.

No edifício, funciona a sede da Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap), além de órgãos vinculados às Secretarias de Direitos Humanos, e Ciência e Tecnologia. Diariamente, o fluxo de pessoas é grande e é comum a formação de filas, especialmente no início da manhã, próximo ao início de expediente, e na hora do almoço. A espera chega a durar 20 minutos, relatam os funcionários.

Elevadores parados no Edifício Dom Pedro II, no Centro — Foto: Reprodução
Elevadores parados no Edifício Dom Pedro II, no Centro — Foto: Reprodução

Uma das opções é usar as escadas, mas o pé direito dos andares é considerado muito alto: avançar de um pavimento para o outro é equivalente a subir dois andares, conta uma servidora, que denuncia a situação.

— Nunca fiquei presa, mas não desço sozinha. Sempre estou acompanhada, porque não dá para saber o que vai acontecer. Ontem (terça-feira), três servidores ficaram presos por 40 minutos até aparecer alguém para retirá-los de lá — relata a funcionária.

Resgate em elevador do Edifício Dom Pedro II, na Central do Brasil

Resgate em elevador do Edifício Dom Pedro II, na Central do Brasil

Com um único equipamento fazendo o transporte entre os andares, uma das consequências é que esse elevador também é usado para transporte de cargas, inclusive de lixo, o que causa um mau-cheiro frequente, diz o relato. Nem mesmo esse elevador escapa das avarias. Imagens mostram um dos casos, em fevereiro, quando, com a porta do elevador aberta, mas fora do andar, os usuários passavam as mochilas e depois desciam, com auxílio de outros funcionários e até de uma cadeira.

— As paralisações no único elevador (que funciona) são diárias. Dá medo, porque diariamente tem pessoas presas no elevador. Além disso, ele dá muitos solavancos e treme muito. Uma mudança é que, quando comecei a trabalhar aqui, a capacidade de cada elevador era de 10 pessoas, passou para 7 e, de ontem para hoje (terça para quarta-feira), passou para 5. Já é uma ideia de que não está bom — completa a funcionária.

Capacidade de 5 pessoas no elevador do Edifício Dom Pedro II — Foto: Reprodução
Capacidade de 5 pessoas no elevador do Edifício Dom Pedro II — Foto: Reprodução

Um processo iniciado em 2023 mostra que o problema não é novidade no edifício. Na ocasião, foi formalizado o pedido de contratação de empresa para "modernização com substituição completa e integral" dos equipamentos. Em fevereiro do ano passado, um documento foi emitido pela Superintendência de Recursos Logísticos da Seap, mencionando "estado avançado de deterioração os sistemas mecânicos, conjunto de tração obsoleto e de baixo rendimento" entre as justificativas.

O pedido pontuava ser "primordial a preservação do patrimônio histórico", já que o prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e "ostenta o maior relógio de quatro faces do continente". O documento já citava que apenas três elevadores estavam funcionando na época, "pois não há peças de reposição, após inúmeras tentativas de resolução dos problemas".

A minuta de contrato estima que o preço da operação seja de R$ 3.284.658,16, que deve ser pago parceladamente, conforme os elevadores forem entregues.

Na última segunda-feira, também no Centro, uma servidora da Secretaria estadual de Fazenda ficou ferida quando um elevador bateu no teto do edifício em que trabalha, na Avenida Presidente Vargas. Naquele mesmo dia, um homem de 40 anos morreu, após a queda de um equipamento num prédio em Copacabana. Ainda nesta semana, um paciente permaneceu 16 minutos num elevador que parou entre os andares do Hospital municipal Salgado Filho, no Méier. Após o resgate, e uma parada cardiorrespiratória, ele morreu.

Em nota, a Seap informa que há uma licitação em curso, que está em fase de elaboração de minuta de edital. O objetivo é a “substituição de peças e execução de retroagir para a reforma geral de elevadores”, dentro de um contrato de prestação de serviço de manutenção. A pasta diz ainda que a “manutenção dos elevadores principais está em dia, sendo realizada por meio de contrato administrado atualmente pela fundação Cecierj”.

O que fazer?

Segundo o major Fábio Contreiras, porta-voz dos bombeiros, as dicas de segurança são as seguintes:

  • Respeitar sempre os limites de peso e número de ocupantes máximos no elevador. O uso incorreto pode não causar problemas imediatos, mas ir aos poucos criando as condições para defeitos futuros;
  • Atenção para ter certeza de que os elevadores se encontram no andar correto quando a porta se abre. Não é à toa que existem avisos com essa indicação. Apesar de parecer óbvia, a informação é importante, ainda mais em tempos de distração extra por conta dos celulares. É preciso especial atenção também com crianças e pets;
  • Evitar brincadeiras como pular e se balançar durante o uso do equipamento. Orientar as crianças nesse sentido é uma boa prática;
  • Não usar o elevador caso note alguma instabilidade no fornecimento de energia elétrica;
  • Em caso de pane, não tentar sair por conta própria. A melhor opção é sempre esperar pelo socorro de um profissional;
  • Manter a calma: os elevadores possuem entradas de ar que garantem o fornecimento de oxigênio até que o socorro venha.

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