Decisão de conceder Forte de Copacabana à iniciativa privada começa a ser debatida; entenda

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A modelagem será feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que assinou nesta terça-feira, em Brasília, contrato com Exército. Hoje vinculado à Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural da instituição militar, o local não funciona mais como forte. No espaço, há um museu e opções gastronômicas: a Confeitaria Colombo e o Café 18 do Forte. Ali, acontecem ainda eventos, como exposições temporárias e apresentações musicais.

Patrick Corrêa, que também aguarda para saber qual será o objeto da concessão, vê a iniciativa "com bons olhos".

— Quanto mais estrutura para o Forte receber turistas e cariocas, melhor. A vista do museu é invejável. Ali, tem um café colonial e um almoço maravilhosos — diz o presidente da Riotur, acrescentando que o Rio vive um momento bom para o turismo: — Temos um mix de possibilidades. Agora, temos até friozinho e neblina.

Anuário da Secretaria municipal de Turismo, divulgado em março, mostra que a orla de Copacabana e do Leme foi o local da cidade que mais recebeu turistas em 2023: 6,9 milhões No estudo, foi levada em consideração a geolocalização de telefones celulares.

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Horácio Magalhães lembra que, no passado, chegou a haver a intenção de vender o terreno do forte ,para que ali fosse erguido um empreendimento imobiliário. Houve reação contrária de moradores de Copacabana, a ideia foi abortada, e o local foi tombado pelos órgãos de patrimônio estadual e federal.

— Hoje, no forte, não há mais paiol. Ele virou museu — lembra o presidente da Sociedade Amigos de Copacabana. — Novas iniciativas, como a concessão, são interessantes. Mas desde que não maculem o tombamento do forte. Queremos que seja preservada a sua memória, artística, arquitetônica e cultural.

O Forte de Copacabana completa, em 28 de setembro, 110 anos de inauguração. Ele levou seis anos para ficar pronto. E José Manoel Pereira Rebouças, presidente da colônia de pescadores Z13, vizinha da instituição militar, volta ao passado:

— Já havia pescadores em Copacabana há mais de cem anos atrás. Nossos registros mostram que alguns deles trabalharam na construção do forte. Também houve caso de operários que, após a obra, viraram pescadores.

Manoel cita que as filas para acessar ao Forte de Copacabana chegam até a entrada da colônia, antes da abertura do espaço. O local funciona de 10h às 19h, de terça a domingo e em feriados.

O Forte de Copacabana é um dos principais pontos turísticos do Rio, recebendo cerca de 35 mil pessoas por mês, de acordo com o BNDES. Ano passado, atingiu exatos 623 mil visitantes, segundo o comando da unidade, por conta da exposição sobre a obra da pintora mexicana Frida Kahlo. O museu tem um acervo variado de 15 mil peças, além de indumentárias, armamentos e objetos de uso pessoal históricos.

Segundo o BNDES, com a assinatura do contrato, será feito um diagnóstico do espaço. Só após ele ser concluído, diz o banco, é que será escolhido o modelo de concessão e o que será incluindo nela, para ser apresentado ao Exército. O prazo para a definição da modelagem é de até 36 meses.