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GERADO EM: 11/07/2024 - 07:33

Pedreiro ferido por estaca em cirurgia

Pedreiro atingido por estaca na cabeça passa por cirurgia em estado grave. Acidente semelhante ocorreu em 2012, mas vítima sobreviveu sem sequelas. Caso atual em Duque de Caxias exige cuidados intensivos.

A equipe médica envolvida na cirurgia na retirada da estaca de madeira da cabeça do carpinteiro e auxiliar de serviços geraisVitor Soares do Nascimento, de 28 anos, considera o procedimento um sucesso. O paciente chegou ao Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, após ser ferido na cabeça quando o objeto caiu enquanto ele trabalhava na sede da empresa, em Mangaratiba, na tarde de ontem. Ele foi levado para a unidade de helicóptero pelos bombeiros pela complexidade do caso, chegando às 14h53.

Vítor passou por uma cirurgia de cerca de 4 horas para a retirada da estaca, que ficou encravada por cerca de 6cm. A área atingida foi o lobo frontal direito, responsável pelas emoções. O paciente, que segue em observação no CTI. Apesar de o quadro ser considerado "potencialmente grave", dada a complexidade, ele está lúcido, fala, não mostra danos na memória e consegue responder a perguntas simples, como o próprio nome, a idade e a data, além de mostrar mobilidade nos quatro membros. Vitor passou por novos exames na manhã desta quinta-feira. Menos de 24 horas após o acidente, os resultados são satisfatórios, destaca o cirurgião e chefe da neurologia da unidade, Vinicius Zogbi:

— Sem dúvida a agilidade foi fundamental. O paciente fez esse trauma de crânio lá em Mangaratiba. Foi atendido, prontamente atendido lá. Solicitado essa vaga zero. Ele veio de helicóptero pelos bombeiros até o nosso hospital. Chegou aqui, a equipe toda já estava à disposição, já sabendo do caso. Foi feita a tomografia em tempo rápido e a sala de centro cirúrgico já estava pronta. Ele foi levado, e a cirurgia foi um sucesso.

Por se tratar de um material sujo, os médicos tiveram cuidado para evitar infecção, com a retirada de resíduos.

— Foi drenada essa contusão, removida a estaca e foi feita a lavagem exaustiva da cavidade, por conta de ser um material contaminado. E foi fechado. O paciente, logo após o procedimento, conseguiu ser extubado, então foi retirado o tubo. Ele já mobilizou os quatro membros. Ainda sonolento no pós-operatório, por conta da anestesia, mas já começou a dar sinais de interação — conta Vinicius Zogbi

Estaca atinge lobo frontal do pedreiro Vitor Soares do Nascimento — Foto: Editoria de Arte
Estaca atinge lobo frontal do pedreiro Vitor Soares do Nascimento — Foto: Editoria de Arte

Em casos assim, o paciente pode ter o cabelo raspado para facilitar a limpeza da região ferida. Os médicos encontraram no ferimentos também terra e areia. As sujeiras devem ser retiradas completamente para evitar infecções. O paciente segue com um dreno no local.

— Agora pela manhã examinamos, passamos no CTI para examiná-lo. Foi feito uma tomografia de crânio que mostra que o resultado foi muito satisfatório. A contusão foi completamente drenada. Ainda pode ocorrer algumas intercorrências, que a gente vai esperar durante o tempo agora. A gente vê, primeiro que ele deu sorte de não pegar em algumas estruturas importantes do cérebro, foi no lobo frontal direito e isso melhora bastante o prognóstico dele — diz o cirurgião.

O pedreiro Vitor Soares do Nascimento teve uma estaca cravada na cabeça quando trabalhava — Foto: Divulgação
O pedreiro Vitor Soares do Nascimento teve uma estaca cravada na cabeça quando trabalhava — Foto: Divulgação

O cirurgião estima que, nestes primeiros dias, serão feitas avaliações constantes. Uma nova tomografia será feita na sexta-feira para acompanhar a evolução. Uma nova cirurgia deve ser feita apenas futuramente, para a colocação de uma prótese no local onde foi perdido o osso. Com o impacto, parte do crânio foi quebrada, e recitados os fragmentos em cirurgia. Vitor também deve passar por fisioterapia.

— Ele vai continuar internado com a gente, acredito eu, durante algumas semanas. E depois a gente vai dar continuidade no tratamento. Claro, em algum momento ele vai voltar pra Mangaratiba, que é a cidade que ele mora. E a gente vai dar todo o suporte em relação a isso. Mas alguns tratamentos específicos para esse paciente, como fisioterapia, pode ser acompanhado, pode ser feito por lá.e o nosso equipe de cirurgia vai dar continuidade também caso esse paciente precise. Até mesmo para reconstrução da calota craniana. Porque quando caiu o objeto, a estaca ali na cabeça, na parte frontal do paciente, fez uma cratera. Então, parte desse osso se perdeu — diz o diretor- geral da unidade, Thiago Resende.

Imagem  mostra como ficou a estaca na cabeça de Vitor Soares do Nascimento — Foto: Reprodução
Imagem mostra como ficou a estaca na cabeça de Vitor Soares do Nascimento — Foto: Reprodução

Ferido durante o trabalho

Vitor estava trabalhando quando sofreu o acidente em que uma estaca de madeira o atingiu na cabeça, ficando cravada. A estrutura tem cerca de 40cm, dos quais 6cm ficaram dentro do crânio do auxiliar de serviço geral, na tarde de quarta-feira, em Mangaratiba, na Costa Verde. Anderson Costa, que estava presente no momento, conta que o rapaz não usava proteção e correu para chamar o Corpo de Bombeiros:

— Nós estávamos cerrando uma madeira em cima de uma lâmina, até que ele se descuidou e ela veio para cima dele. Quando eu vi a cena, eu fiquei desesperado. A minha primeira reação foi correr para o Corpo de Bombeiros. Ele desmaiou, mas depois recuperou a consciência. Nós perguntamos o nome dele, ele falou, aí pedimos para ele continuar deitado.

Imagens do crânio de Vitor — Foto: Reprodução
Imagens do crânio de Vitor — Foto: Reprodução

Vitor trabalhava na sede da empresa Casa Trevo Madeiras, onde é auxiliar de capintaria, em Mangaratiba quando sofreu o acidente. Ele manejava uma serra circular de bancada, equipamento usado para cortar madeira. Ele passava uma tábula de 30cm de largura para fazer sarrafos com 2cm de espessura e 5 metros de comprimento. Em uma das manobras, uma das ripas bateu na serra, que estava ligada, e foi lançada na direção de Vitor, acertando-o na cabeça, conta a advogado da empresa, Flávio Prado.

— Ele caiu, tentou se levantar, e foi contido pelo proprietário, que estava próximo e viu ele caído. Ele (Vitor) tentou, fez a menção de levantar, e o proprietário falau para ele deitar. (Vitor) Fez a menção de tirar a estaca da cabeça também. Nós estamos na beira da Rodovia Rio-Santos. Em frente é o Corpo de Sombeiros e o Samu. Os meninos entraram na base, gritando por socorro, logo vieram com ambulância, o colocou na maca, estabilizou e fez a remoção dele para o hospital de Mangaratiba — conta Flávio Prado, que acompanhou o caso. — Ficamos lá durante todo o momento do atendimento. A equipe foi fantástica. A médica disse que ele tinha que ser transferido.

Sobre Vitor não estar com capacete, o advogado da empresa destaca que são entregues os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), mas que neste caso, ainda assim, poderia não ter evitado o ferimento dado o ângulo emq ue foi lançado:

— Altura de 90 cm (da serra), e o Vitor tem 1,70m, mais ou menos. O capacete para surtir efeito nesse caso teria que ser de automobilismo, envolvendo toda a cabeça.

Prado afirma que a empresa está prestando toda assistência à família e que nos próximos dias vai reunir a documentação para o Ministério do Trabalho, ter se tratar de um acidente, e para o INSS, para afatamento do trabalho durante o tratamento e a recuperação.

Imagens do crânio de Vitor — Foto: Reprodução
Imagens do crânio de Vitor — Foto: Reprodução

Dada a complexidade do caso, os primeiros-socorros aconteceram no local. Uma equipe do Samu o atendeu e o encaminhou para o Hospital Municipal Victor de Souza Breves no município, com transferência quase que imediata, de helicóptero, para o Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes, em Dique de Caxias. O paciente chegou lúcido e falando, às 14h53. A unidade atende casos de baixa e de alta complexidade, 24 horas por dia.

— Os bombeiros sabem muito bem tratar esse tipo de primeiros-socorros, mas quando acontece um trauma desse tipo, com algum material perfurocortante, que está fixado no corpo do paciente, o ideal é que não tente retirar isso, que ele fique e seja encaminhado ao hospital com esse material. Tanto é que quando começa a cirurgia, a gente não retira isso em sala também. A gente faz uma craniotomia, abre em volta do crânio e aí, a partir do momento que tem toda a visualização de onde que ele está encostado, é que a gente consegue fazer a remoção do material — disse o cirurgião Vinicius Zogbi.

Imagens do crânio de Vitor — Foto: Reprodução
Imagens do crânio de Vitor — Foto: Reprodução

A mãe do rapaz chegou ao Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes nesta quinta-feira, por volta das 10h30, vinda do município na Costa Verde. Ela foi ver o filho e não falou com a imprensa.

Caso semelhante 12 anos antes

O acidente envolvendo o carpinteiro não é o primeiro a acontecer na cidade. Em agosto de 2012, um operário da construção civil, de 24 anos, foi atingido na cabeça por um vergalhão que despencou do quinto andar do prédio em que ele trabalhava, uma obra em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e sobreviveu.

O pedaço de ferro, de dois metros de comprimento, atravessou o capacete de Eduardo Leite, perfurou o cérebro e saiu pela região entre os olhos, acima do nariz. O impacto foi de 300 quilos. Os bombeiros cortaram uma parte do vergalhão no local do acidente e levaram o ferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde a vítima, para espanto de todos, chegou falando normalmente.

Eduardo foi submetido a uma cirurgia de cinco horas e não apresentou nenhum tipo de sequela. Na ocasião, o paciente foi atendido pelo neurocirurgião Ivan Sant’Ana, que mandou chamar o chefe da neurocirurgia, Ruy Monteiro, e, em pouco tempo, começaram a planejar a cirurgia para a retirada do ferro. Sant'Anna destaca que esses acidentes são raros, e as infecções pós-cirurgia são a maior preocupação.

— Esses casos são uma excepcionalidade, não acontecem toda hora. O mais importante nessas situações é que o paciente vá para um hospital com equipe multidisciplinar porque são emergências complicadas. No caso que eu tratei ainda tivemos que tirar o vergalhão. O maior drama que enfrentamos nesses acidentes são as infecções porque nós damos o antibiótico para o paciente, mas não sabemos o que vai o acometer — explica o neurocirurgião.

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