O acidente envolvendo um carpinteiro na quarta-feira, que teve o crânio perfurado por uma estaca de madeira enquanto trabalhava, não é isolado. Em 2012, um operário da construção civil foi atingido na cabeça por um vergalhão que caiu do quinto andar do prédio onde estava, em Botafogo. Um ano depois, um homem atirou um arpão contra a própria face, em Petrópolis, na Região Serrana. A lança penetrou pelo olho esquerdo e atingiu o cérebro dele. Apesar do susto, as três vítimas sobreviveram. Relembre os casos acidentais.
Arpão em Petrópolis
No dia 14 de abril de 2014, Bruno Barcellos de Souza Coutinho, de 34 anos, se feriu acidentalmente com um arpão de pesca de 30cm, enquanto o limpava. Ele morava em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. A ponta do objeto perfurou seu olho esquerdo e atingiu uma parte do cérebro, chegando a 15cm de profundidade.
Ele foi levado às pressas para o Hospital Santa Teresa, onde ficou internado por alguns dias. O arpão ficou alojado em sua cabeça por cerca de 10 horas. Na unidade, passou por duas cirurgias de emergência: a primeira, para retirada do artefato, a segunda, para correção do olho perfurado. Apesar do globo ocular ter sido preservado pela equipe médica, a visão foi perdida.
Durante o procedimento, foi constatado que o arpão não atingiu nenhum vaso cerebral, o que impediu sequelas mais graves.
Vergalhão em obra
Em agosto de 2012, um operário da construção civil, de 24 anos, foi atingido na cabeça por um vergalhão que despencou do quinto andar do prédio em que ele trabalhava, uma obra em Botafogo, na Zona Sul do Rio, e sobreviveu.
O pedaço de ferro, de dois metros de comprimento, atravessou o capacete de Eduardo Leite, perfurou o cérebro e saiu pela região entre os olhos, acima do nariz. O impacto foi de 300 quilos. Os bombeiros cortaram uma parte do vergalhão no local do acidente e levaram o ferido para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, onde a vítima, para espanto de todos, chegou falando normalmente.
Eduardo foi submetido a uma cirurgia de cinco horas e não apresentou nenhum tipo de sequela. Na ocasião, o paciente foi atendido pelo neurocirurgião Ivan Sant’Ana, que mandou chamar o chefe da neurocirurgia, Ruy Monteiro, e, em pouco tempo, começaram a planejar a cirurgia para a retirada do ferro. Sant'Anna destaca que esses acidentes são raros, e as infecções pós-cirurgia são a maior preocupação.
— Esses casos são uma excepcionalidade, não acontecem toda hora. O mais importante nessas situações é que o paciente vá para um hospital com equipe multidisciplinar porque são emergências complicadas. No caso que eu tratei ainda tivemos que tirar o vergalhão. O maior drama que enfrentamos nesses acidentes são as infecções porque nós damos o antibiótico para o paciente, mas não sabemos o que vai o acometer — explica o neurocirurgião.
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