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GERADO EM: 12/07/2024 - 05:30

Manto Tupinambá recebe cuidados no Museu Nacional da UFRJ

Manto Tupinambá, peça histórica devolvida pela Dinamarca, receberá cuidados especiais no Museu Nacional da UFRJ. Ambiente controlado, com ar condicionado e desumidificador, será preparado para conservar a peça feita de penas sensíveis. Outros 10 mantos estão em museus europeus.

Depois do anúncio em 2023 de que o manto Tupinambá seria devolvido para o Brasil pela Dinamarca, um grupo de trabalho foi criado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para que o Museu Nacional — vinculado à instituição — se preparasse para acolher o item histórico. Documentos aos quais O GLOBO teve acesso detalham a preocupação de que o ambiente em que a peça viria a ser colocada estivesse preparado para conservá-la.

Os Tupinambás foram as primeiras pessoas encontradas pelos europeus ao desembarcarem por aqui, e estão atualmente localizados na Bahia principalmente. Os mantos, que eram usadas por pajés durante alguns rituais, eram feitos com penas de guará — ave com plumagem na coloração vermelha — amarradas e entrelaçadas pelo cálamo (uma espécie de "caule" das penas), através da tecelagem de uma trama de fios vegetais.

Ao todo, outros 10 mantos retirados do Brasil estão localizados em museus europeus: há peças na Itália, na Suíça, na Bélgica e na própria Dinamarca. Em 2000, o manto já tinha visitado o Brasil, quando foi exposto na "Mostra do Redescobrimento", exposição sobre os 500 anos de história do país, em São Paulo.

O manto Tupinambá do século XVII, devolvido ao Brasil pelo Museu Nacional da Dinamarca — Foto: Divulgação
O manto Tupinambá do século XVII, devolvido ao Brasil pelo Museu Nacional da Dinamarca — Foto: Divulgação

Por conta das penas serem consideradas "muito sensíveis a flutuações de umidade e temperatura", documento do GT de Acolhimento ao Manto Tupinambá mencionou a necessidade de se ter um aparelho de ar condicionado e um desumidificador no ambiente.

Também é necessário controlar a luz, para evitar que as penas desbotem e fiquem mais frágeis. Cuidados com a poeira e com insetos, como traças, também são listados como essenciais. Os parâmetros ideais são de que a temperatura ambiente fique entre 18 e 23 graus, preocupação principalmente no verão carioca. A umidade relativa do ar também precisa ficar entre 40% e 60%, com variação diária de no máximo 2,5%.

Uma mapoteca — mobiliário adequado para guardar plumárias em museus — sob medida também precisou ser confeccionada, sob medida. A estimativa inicial era de que os gastos para montar esse ambiente ideal para o manto sejam da ordem dos R$ 100 mil.

Os documentos mostram ainda que outra preocupação é de que o manto não fique em contato direto com o metal, além de precisar de "camadas de acondicionamento", para uma manipulação segura: a peça deve ser feita com filme de poliéster 75 microns, para evitar que partículas se acumulem sobre a face externa do manto; assim como o nylon de serigrafia, para auxiliar na manipulação; e a chamada "placa de foam board", que serviria como suporte. Materiais que possam se decompor, como a madeira, não podem ser usados.

Depois de chegar no Brasil sob segredo e estar em local não divulgado, o manto passará por um descanso, que será seguido por rituais indígenas e até um evento de apresentação, que deve ocorrer no mês que vem. Quando exposto ao público, ele ficará numa sala de 100m² da Biblioteca Central do Museu Nacional, também localizada na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Essa será a sua casa até que as obras do palácio bicentenário, destruído por um incêndio em 2018, sejam concluídas.

Projeção de como é a sala de 100m² em que o manto Tupinambá ficará na Biblioteca do Museu Nacional, até reabertura do prédio principal, em 2026 — Foto: Reprodução
Projeção de como é a sala de 100m² em que o manto Tupinambá ficará na Biblioteca do Museu Nacional, até reabertura do prédio principal, em 2026 — Foto: Reprodução
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