A ministra Maria Helena Mallmann, da Ouvidora Nacional da Mulher, enviou ao Conselho Nacional de Justiça um pedido de intervenção na conduta da desembargadora Valéria Dacheux , da 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio. A magistrada, no final de abril, decidiu que a curatela de Regina Gonçalves, de 88 anos, ficasse com o marido, a quem ela acusa de violência doméstica e patrimonial. A ministra cita alegação da própria Regina à ouvidoria, na qual afirma que a postura da desembargadora contraria todas as decisões protetivas conferidas em jurisprudências.
Foi Regina quem apresentou o pedido à ouvidoria, no qual solicitou "averiguação da conduta" da desembargadora. No relato, a idosa, de 88 anos, afirmou que "estaria sendo mantida em cárcere privado e estaria sendo maltratada pelo Sr. José Marcos Chaves Ribeiro".
A ministra reproduz trecho do pedido da socialite na qual ela afirma que a desembargadora "desacredita na palavra da vítima e atua em conjunto com defesa do acusado [...] para manter a curatela com o agressor. Atua ainda contra seus pares do Tribunal de Justiça do Rio, suscitando teratológico suposto conflito de competência". Nesta parte, ela se refere a decisão contrária da magistrada a de uma colega de primeira instância, que decidiu que Regina ficasse sob os cuidados da família.
Procurado para falar sobre a situação da desembargadora, o Tribunal de Justiça informou que "não se manifesta sobre decisões judiciais".
Medidas cautelares
Também na quinta-feira, o delegado titular da 12ªDP (Copacabana) apresentou ao Ministério Público, dois pedidos de medidas cautelares em favor de Regina. Entre elas está a proibição de que o marido se aproxime dela, além da transferência da curatela para algum parente de Regina.
No documento enviado ao MPRJ, o delegado Ângelo Lages solicita ainda que as restrições sejam estendido a três outras pessoas. Um empresário que alugou uma casa de Regina em São Conrado, o caseiro desse imóvel e uma mulher também investigada. Lages considera que todos são agressores da idosa, seja física ou materialmente: "há fortes indícios de que os referidos investigados atuaram contra a vítima e seu patrimônio".
Na solicitação da curatela, o policial pede para que ela seja destituída do atual marido e passe para um parente ou outro curador. Ele faz menção ao Estatuto do Idoso, no qual pede atenção para a "real condição de vulnerabilidade e risco da vítima, e pelo fato que as violações a seus direitos fundamentais estão sendo perpetrados por José Marcos, curador da vítima até o prezado momento".
A socialite Regina Gonçalves
![Com 88 anos, Regina Gonçalves é uma das moradoras mais antigas do Chopin, edifício em Copacabana — Foto: Arquivo Lu Lacerda](https://s2-oglobo.glbimg.com/JLn17716axdBvr4xCIExbHwWeug=/0x0:1000x1000/430x432/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/M/B/AAm4BTSmGkZNBrHIAz2g/regina-1-.webp)
![Com 88 anos, Regina Gonçalves é uma das moradoras mais antigas do Chopin, edifício em Copacabana — Foto: Arquivo Lu Lacerda](https://s2-oglobo.glbimg.com/949idwf_oMwV_FAllxcpmbwMbTY=/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/M/B/AAm4BTSmGkZNBrHIAz2g/regina-1-.webp)
Com 88 anos, Regina Gonçalves é uma das moradoras mais antigas do Chopin, edifício em Copacabana — Foto: Arquivo Lu Lacerda
![Segundo amigo próximo, socialite Regina Gonçalves, de 88 anos, foi mantida em cárcere privado pelo motorista — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/f-lM7sPY54xl4iKJ7_RsBRRqYmA=/0x0:620x646/216x215/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/n/m/lKmW4UTfiq6AjVUzDJqA/whatsapp-image-2024-04-21-at-12.03.48.jpg)
![Segundo amigo próximo, socialite Regina Gonçalves, de 88 anos, foi mantida em cárcere privado pelo motorista — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/hprhmxJO6xrxAESYN2fTunYOfqc=/620x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/n/m/lKmW4UTfiq6AjVUzDJqA/whatsapp-image-2024-04-21-at-12.03.48.jpg)
Segundo amigo próximo, socialite Regina Gonçalves, de 88 anos, foi mantida em cárcere privado pelo motorista — Foto: Reprodução
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![Regina Gonçalves nasceu na Cidade de Passos, em Minas Gerais. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/KgERjUNtr0T8RYbyxOo-Q3CAI6w=/0x0:521x400/216x215/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/q/9/AeJ8NJSBWyOiE4Mxl46A/reginalemosgon04-cred-reprod-01-01-10.jpg)
![Regina Gonçalves nasceu na Cidade de Passos, em Minas Gerais. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/l_wfhbxxoDZzGsxRNtI0BiHF9tI=/521x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/q/9/AeJ8NJSBWyOiE4Mxl46A/reginalemosgon04-cred-reprod-01-01-10.jpg)
Regina Gonçalves nasceu na Cidade de Passos, em Minas Gerais. — Foto: Reprodução
![Regina Gonçalves em comemoração do ano novo, no seu apartamento no Edifício Chopin — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/KhljI-EXjjwe3R0Xc4ybilG2ZS0=/522x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/u/8/AOJkJLRgavnzIQdI7kiA/regina-lemos-goncalves.jpg)
Regina Gonçalves em comemoração do ano novo, no seu apartamento no Edifício Chopin — Foto: Reprodução
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![Regina Gonçalves é viúva do empresário Nestor Gonçalves, fundador do Conglomerado do Grupo Nestor Gonçalves e Grupo Copag do Brasil. — Foto: Reprodução](https://s2-oglobo.glbimg.com/QF731053UUZUcF-q-C5QTntErqo=/640x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/Z/T/17vfBCTzAxnSqeuzrU8A/dsc-0035-2.webp)
Regina Gonçalves é viúva do empresário Nestor Gonçalves, fundador do Conglomerado do Grupo Nestor Gonçalves e Grupo Copag do Brasil. — Foto: Reprodução
Disputa judicial
A queda de braço entre a família de Regina e seu companheiro existe desde 2016, mas só este ano a batalha judicial entre as partes se acirrou. No dia 2 de janeiro, José Marcos Ribeiro, com quem Regina tem uma união estável desde 2021, alegou que ela teve um "surto" e foi à casa do irmão, em Copacabana, onde ficou hospedada por cerca de dois meses.
Uma ação foi movida pela família da socialite contra o homem, acusado de praticar violência psicológica e doméstica, além de ameaça. Ele também é apontado como autor de furtos de joias e outros bens valiosos que integravam o patrimônio de Regina.
Em abril, um laudo assinado por perito judicial atestou que é "possível" a socialite ser "suscetível à manipulação e à implementação de falsas memórias". No final daquele mês, a desembargadora Valéria Dacheux, da 6ª Câmara de Direito Privado, contrariando a decisão em primeira instância do Tribunal de Justiça, manteve a tutela provisória de Regina com o marido e revogou a medida protetiva de afastamento entre os dois.
No dia 11 de julho, a Ministra Maria Helena Mallmann, do Tribunal Superior do Trabalho, pediu ao Conselho Nacional de Justiça para investigar a conduta da desembargadora.
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