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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 21/07/2024 - 04:30

Inteligência Artificial no Rio: Avanços e Desafios

Uso de inteligência artificial no Rio otimiza rotina: diagnóstico de exames, vazamentos de água, sinais de trânsito e incidentes no metrô. Projetos atuais incluem sistema Green Light para reduzir emissões de CO2. Expansão prevista, como no monitoramento de alagamentos via ChatGPT. Avanços destacados, mas alguns problemas, como defeitos em sinais de trânsito. Potencial futuro inclui detecção de atos de vandalismo.

Pensado inicialmente como projeto de futuro, a inteligência artificial (IA) já faz parte do nosso cotidiano. Para além de pesquisa em plataformas como o ChatGPT, a tecnologia pode já ter “cruzado” com alguém pela rua, e a pessoa nem ter reparado. Afinal, no Rio, a IA é usada, por exemplo, para auxiliar em diagnósticos de exames, identificar vazamentos de água e até programar sinais de trânsito. E a previsão é que seu uso seja ampliado nos próximos meses.

No metrô, as linhas 1, 2 e 4 estão há um mês com um sistema que usa IA para minimizar o tempo de resposta a incidentes. O software, associado às imagens geradas por câmeras, é programado para conhecer uma “cena padrão”: o trilho e o trem passando, explica Apolo Araújo, gerente de TI da MetrôRio. Caso algo diferente disso seja detectado, um alerta é emitido para o centro operacional da concessionária. Ao perceber um “gatilho”, que pode ser a queda de um passageiro nos trilhos ou o acesso de um animal, o sistema destaca imediatamente a imagem dessa ocorrência para os operadores.

— Já aconteceu de o cliente deixar celular, carteira ou cartão cair na via. Esse novo sistema facilita a resposta do centro de controle, que consegue identificar o problema e acionar a equipe para minimizar o impacto na operação — conta Araújo.

Na prática, qualquer coisa que use IA precisa de uma programação por trás. Ela pode ser treinada com dados do passado e também ser alimentada em tempo real com novas informações. Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura monitora a qualidade do asfalto a partir de dispositivos acoplados a 108 veículos, incluindo táxis e carros de aplicativo, que circulam pela cidade.

Sinal verde

Chefe da linha de IA do Programa de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, o professor Carlos Eduardo Pedreira considera o momento que estamos vivendo como a “nova revolução industrial”. Segundo suas projeções, a tendência é que as pessoas tenham cada vez mais tempo disponível e possam desfrutar de mais momentos de lazer e entretenimento.

— São modelos que precisavam de máquinas enormes, que não existiam 20 anos atrás. Outro fator muito importante que abriu as portas para o que estamos vendo agora é que as pessoas passaram a ter um computador no seu bolso (celular): como a IA necessita de dados, as pessoas passaram a emiti-los e também a recebê-los o tempo todo — explica Pedreira.

Em maio, o BNDES anunciou o investimento de R$ 29 milhões no Centro de Operações Rio (COR), destinado à implementação da IA no cotidiano do órgão de monitoramento da cidade. Parte desse montante (R$ 5 milhões) é para implantar uma rede de sinais de trânsito inteligentes, o que permitirá que a programação seja ajustada em tempo real de acordo com a leitura do tráfego no momento.

Mas já é possível ver outro projeto do tipo em funcionamento: o sistema Green Light (sinal verde, em português), do Google, que usa a IA para criar recomendações para que as companhias de tráfego das cidades revisem suas estratégias, como o tempo dos semáforos.

O objetivo é diminuir as emissões de dióxido de carbono de veículos — a estimativa é que a parada de veículos seja reduzida em 30% nesses locais. “Quando começamos a trabalhar com uma cidade, o algoritmo Green Light investiga padrões de direção, usa insights do Google Maps e fornece recomendações de cruzamentos para otimizar, com base no impacto esperado da otimização”, informa o Google.

Em parceria com a CET-Rio, o Green Light opera em cinco cruzamentos no Rio: na Estrada do Monteiro com a Rua Esculápio, em Campo Grande; na Avenida Amaro Cavalcanti com Rua Adolfo Bergamini, no Engenho de Dentro; na esquina das ruas da Passagem e Arnaldo Quintela, em Botafogo; e em dois pontos da Avenida Atlântica: nos encontros com a Rua Constante Ramos e a Avenida Prado Júnior, em Copacabana.

Na sexta-feira, O GLOBO esteve neste último cruzamento e ouviu reclamações dos motoristas em relação ao funcionamento do sinal.

— Melhora? Não dá para perceber. O sinal tem é ficado ruim o tempo todo. Ele fica no “atenção” (amarelo piscante) ou apagado direto. Ontem (quinta-feira) parou duas vezes — relatou o taxista Wagner Araujo.

A CET-Rio reconhece que houve defeito elétrico no equipamento do local, mas que “foi prontamente reparado pelas equipes de manutenção”. A companhia pontua que “o defeito não tem qualquer relação com o convênio com o Google” e que “o cruzamento segue normalizado no momento”.

Já na área da saúde, a partir de amanhã uma nova funcionalidade da IA vai entrar em operação. No Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, ela ajudará a analisar exames de raios X de tórax em pacientes acima de 16 anos.

Segundo Ginna Ilka de Carvalho, enfermeira e gerente de projetos da unidade, o programa faz só uma sugestão, já que caberá ao médico fechar o diagnóstico. Até ontem, os profissionais recebiam apenas a imagem do exame no computador. Agora, receberão essa versão “pura” e outra com marcações da IA, que sugerem diagnósticos, como fratura.

Para além das pessoas, nas ruas e calçadas, outro diagnóstico que pode ser feito pela IA é o de vazamento de água. O grupo Águas do Brasil — que engloba concessionárias como a Rio+ Saneamento, a Águas de Niterói e a Águas do Imperador — utiliza um aparelho chamado Fluid. Ele nada mais é que uma haste móvel, conectada à IA, que é aproximada do cano e faz uma gravação do ruído. Assim, a tecnologia identifica se aquele é o som de um fluxo normal de água ou se há algo suspeito. Os dados retornam para o sistema e indicam se há vazamentos.

O som das águas

Antes disso, o único aparelho usado era o geofone, que dependia 100% da escuta dos técnicos e não fazia gravações dos ruídos. Além disso, era preciso utilizá-lo à noite, por ser um horário com menos ruídos de carros na rua.

— No Fluid, a inteligência artificial ajuda a identificar. Já tem um monte de bases de dados identificando o ruído como suspeito ou não — observa Camila Coutinho, gerente de Inovação do grupo Águas do Brasil. — O bom da inteligência artificial é que você pode estar sempre ensinando: “Esse ruído não era de vazamento, era de outra coisa”, por exemplo.

E sempre há tempo de ampliar o uso da IA. No Rio, a prefeitura conta com o Escritório de Dados, seu centro de pesquisa, que pensa e testa novas aplicações. No último verão, por exemplo, foi implementado um sistema que identificava alagamentos a partir de câmeras do COR.

João Carabetta, chefe de dados do município, explica que, em dias de chuva, eram selecionadas cerca de 600 câmeras, de vias importantes, lugares próximos a rios ou com histórico de alagamentos, para o ChatGPT analisar. As respostas eram direcionadas a operadores do COR, que enviavam equipes ao local.

— O protótipo automatizava a coleta de imagens das câmeras, e o ChatGPT respondia para a gente se estava alagado ou não — diz Carabetta, que promete, para o próximo verão, testar se a IA consegue ainda identificar bueiros obstruídos por lixo, para que equipes de manutenção sejam acionadas para limpá-los antes das chuvas.

Atualmente, está em desenvolvimento com a Central Integrada de Vigilância um sistema capaz de ajudar a detectar atos de vandalismo na cidade.

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