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Por O Globo — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 23/07/2024 - 15:01

Delegado acusado de discriminação e corrupção: vida de luxo e condenações.

Delegado Maurício Demétrio é denunciado por discriminação e injúria racial após ofensas racistas pelo WhatsApp. Além disso, condenado por obstrução de justiça e corrupção, leva vida de luxo incompatível com sua renda. Prisão na Operação Carta de Corso revela ostentação com dinheiro, carros de luxo e viagens internacionais. Sentença pede sua remoção da corporação policial.

O delegado Maurício Demétrio Afonso Alves, condenado a mais de nove anos de prisão por cinco crimes, é novamente denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, desta vez, por discriminação e injúria racial. A denúncia, feita pela 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Rio, relata três episódios em que ele demonstrou seu "desprezo por pessoas de cor preta ou fez ofensas racistas".

Segundo o documento, todas as falas ocorreram por meio do aplicativo Whatsapp. Em um dos casos, em outubro de 2018, Demétrio chama uma delegada aposentada de "macaca" e "criola". Da mesma forma, em 2020, ele usa a expressão "tinha que ser preto" ao se referir ao então ministro da Educação. Outro episódio ocorreu em março de 2018, quando o então delegado ironiza a morte da vereadora Marielle Franco, "que, no contexto do que restou demonstrado com a prova dos autos, assim o fez por preconceito racial, certo que a falecida vereadora era mulher de cor preta", diz a denúncia.

Além da condenação pelos dois crimes, o MPRJ requer que o delegado seja condenado a pagar R$ 100 mil pelos danos morais causados à delegada aposentada, bem como R$ 100 mil a título de dano moral coletivo.

Quem é Maurício Demétrio

Há mais de 20 anos na corporação, o policial já passou por diversas delegacias, quase todas especializadas — delegacias do Meio Ambiente (DPMA), do Consumidor (Decon), de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). Foi nesta última que, segundo o Ministério Público do Estado do Rio, o policial usava a estrutura para negociar e cobrar propina de comerciantes da Rua Teresa, em Petrópolis, na Região Serrana.

A sentença que o condenou saiu no início de janeiro passado, em decisão da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa do Rio. Em trecho do documento, o juiz Bruno Monteiro Rulière afirma que o desvio de finalidade das operações policiais foram “o ponto central da questão posta em julgamento”. “Aponte-se que os crimes são gravíssimos e foram praticados justamente valendo-se da função pública que exerce e da estrutura que a Polícia Civil lhe confere”. Na sentença, o magistrado determinou que o delegado seja removido do quadro da corporação.

Ostentação

Demétrio foi preso em junho de 2021, na Operação Carta de Corso, do Ministério Público. No momento da prisão, os agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do MP apreenderam R$ 240 mil em dinheiro na casa de Demétrio, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, além de 13 celulares, três carros de luxo blindados e joias, como relógios de marca famosa.

Com a análise de três dos telefones apreendidos, os promotores do MPRJ descobriram que o policial levava uma vida de luxo, não compatível com sua renda. Demétrio ostentava riqueza, inclusive contratando seguranças particulares para protegê-lo em viagens.

Os promotores descobriram ainda que o policial fazia, com frequência, viagens internacionais com a família em classe executiva pagas em espécie. Fora as hospedagens em hotéis de luxo, aluguel de mansões em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio, e carros de luxo no Brasil e no exterior.

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