"Cheguei ao trabalho esgotada". Esse foi um resumo da manhã desta segunda-feira para a cuidadora de idosos Viviane do Carmo, de 45 anos. Moradora de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ela era usuária do Metrô na Superfície (MNS), que parou de circular no último sábado. Viviane se queixou da substituição do modal pela integração com linhas de ônibus municipais. No primeiro dia útil do novo sistema, Viviane chegou 45 minutos atrasada ao trabalho, na Gávea, na Zona Sul do Rio, depois de enfrentar fila em frente à estação de Botafogo para pegar um coletivo lotado e ter que viajar em pé.
— Foi horrível. Antes, descia na PUC, atravessava e já estava no trabalho. Hoje tive que descer na praça do Jockey e andar a (Rua) Marquês de São Vicente toda. Cheguei esgotada, detonada — afirmou.
Outra que também se queixou do fim do serviço foi a cozinheira Sandra Cristine de Souza Silva, de 51 anos. Ela costumava chegar à estação de Botafogo e pegar o ônibus disponibilizado pela concessionária até o Jardim Botânico, também na Zona Sul, onde trabalha:
— Era bem mais fácil. Hoje, enfrentei um filão para conseguir pegar o ônibus. Vim em pé. Cheguei já cansada, 40 minutos atrasada.
O MetrôRio informou que está acompanhando o novo processo de integração. A Secretaria municipal de Transportes do Rio (SMTR) afirmou que "o fim do Metrô na Superfície foi uma decisão unilateral da concessionária Metrô Rio, que era responsável pelo serviço. A secretaria vai observar a demanda de passageiros nas seis linhas convencionais que começaram a fazer integração tarifária com o Metrô para ajustar a oferta de ônibus em caso de necessidade".
Duas décadas de funcionamento
O Metrô Na Superfície durante mais de duas décadas. Ele integrava o bairro da Gávea às estações de Botafogo e Antero de Quental, na Zona Sul do Rio e fez a sua última viagem às 23h30 da última sexta-feira. A decisão de tirar o modal de operação foi anunciada há pouco mais de uma semana pela concessionária MetrôRio. O serviço foi substituído por pela integração com seis linhas de ônibus municipais. Na sexta-feira, equipes do GLOBO acompanharam as viagens para testar as duas opções. O resultado já havia mostrado um gasto maior de tempo para os passageiros chegarem a seus destinos.
A nova integração só poderá ser feita com a utilização do cartão Riocard Mais. O intervalo entre a passagem pelo validador do primeiro e do segundo modal deverá ser de até duas horas. Para quem fizer a primeira parte da viagem de ônibus, haverá, inicialmente, a cobrança do valor da tarifa rodoviária vigente (R$ 4,30).
Ao passar na catraca do metrô — apenas nas estações Botafogo e Antero de Quental —, será cobrado o restante (R$ 3,20). Já quando o embarque inicial acontecer no metrô, a tarifa de R$ 7,50 será cobrada de uma só vez, não havendo cobrança adicional nos ônibus, que manterão trajeto e pontos originais, segundo a Secretaria municipal de Transportes.
Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio