Rio
PUBLICIDADE
Por — Rio de Janeiro

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 04/08/2024 - 05:30

Diversidade de Pagamentos no Rio: Inovação X Tradição

No Rio, a diversidade de formas de pagamento em bares e restaurantes gera opiniões divididas entre os frequentadores. Enquanto totens tecnológicos facilitam compras para alguns, há resistência de quem prefere métodos tradicionais. A aceitação de criptomoedas também desponta, trazendo novas possibilidades. A coexistência entre inovação e tradição revela um cenário de perplexidade e burstiness no setor de serviços.

Além das sugestões de comes e bebes, que, afinal, são a alma do negócio, lanchonetes, restaurantes e bares da cidade começam a variar o cardápio de opções... de pagamento. Nos dias de hoje, ainda há os que aceitam apenas dinheiro vivo, em espécie, mas vem crescendo o número de alternativas para tornar mais prático o serviço nos estabelecimentos do Rio de Janeiro — a aposta em tecnologia promete ainda agilizar a circulação da clientela. No Baixo Botafogo, na Zona Sul, por exemplo, as grandes telas dos totens já são uma febre.

— Acho que o totem é uma das melhores invenções feitas para ajudar a diminuir as filas. Muitas vezes as pessoas demoram para fazer o atendimento. Então, fica bem mais prático chegar diretamente na máquina e escolher o que se quer e pagar. Eu tenho visto que, no Rio, esse movimento tem crescido. Antes, era só nas grandes redes de fast food, mas agora vejo esses aparelhos em diversos restaurantes e bares — diz Janaína Brand, de 29 anos.

‘Mudanças positivas’

Assim como Janaína, a estudante Michele Escobar, de 28 anos, acredita que essas mudanças na forma de consumo são positivas. Natural do Equador, a jovem conta que a tecnologia dá a possibilidade de efetuar a compra no seu idioma. Isso, no seu caso, facilita porque ela ainda tem dificuldades com algumas palavras.

— Falo português, mas ainda tenho muito sotaque, e algumas palavras saem emboladas. Muitas vezes as pessoas não me entendem. Com os totens, eu simplesmente mudo o idioma e não passo por esse problema — conta ela.

Há, por outro lado, aqueles que têm algum grau de dificuldade — ou mesmo resistência — para mexer com aparelhos eletrônicos. Stefan Monerrat, de 38 anos, observa que muitos estabelecimentos acabam orientando apenas o uso do totem, mas não oferecem ajuda na hora de utilizar o equipamento:

— É importante que todo estabelecimento tenha um caixa, porque é a opção mais acessível para todos. Já fui em lugares que só tinham cardápio em QR Code e só atendiam por totem. Isso pode representar uma segregação digital.

Sônia Sena, de 68 anos, compartilha essa preocupação. Na sexta-feira da semana passada, ela tentava, com alguma dificuldade, fazer uma compra no totem de uma hamburgueria em Botafogo. A aposentada contou que nunca havia utilizado a tecnologia e não entendia muito bem como o pedido poderia ser feito. E reconheceu que, geralmente, é ajudada pelas filhas nessas situações.

— Hoje é tudo pela internet. Essas coisas de banco, como fazer Pix, eu me viro super bem. Mas no celular sou uma negação. As minhas netas entendem mais do que eu. Eu vim encontrar uma amiga para bebermos um chope por aqui, mas agora até os bares colocam umas torneiras para que você escolha o que vai beber, e liberam o líquido clicando numa tela. Acho muito confuso. Estava com fome, vi a hamburgueria, porém fiquei enrolada no totem e acho que vou comer em outro lugar — concluiu a aposentada.

Assim como Sônia, Regina Santos, de 64 anos, conta que muitas vezes se sente excluída quando vai em determinados estabelecimentos, pois sempre opta por cardápios físicos ou pelo pagamento no dinheiro ou no cartão, em vez do Pix:

— Todo lugar tem que ter um cardápio, mas os atendentes às vezes trazem na maior má vontade. Eu não uso o Pix, e sempre pago no cartão ou com dinheiro. Isso é outra coisa que deixa os garçons às vezes incomodados, por terem que pegar a maquininha ou dar o troco.

Uma lei sancionada pela Prefeitura do Rio, em dezembro do ano passado, determina que o estabelecimento que for flagrado pela primeira vez sem um cardápio físico poderá receber uma advertência, com notificação ao responsável para providenciar a regularização no prazo de 30 dias, sem prorrogação. Em caso de novo descumprimento, o Poder Executivo aplicará uma multa de R$ 1 mil. Se o proprietário não solucionar o problema, será aplicada uma multa com valor dobrado. Aceitar o pagamento em dinheiro também é obrigatório em todos os comércios.

Cardápio informa que restaurante não aceita cartão — Foto: Ana Branco
Cardápio informa que restaurante não aceita cartão — Foto: Ana Branco

Dinheiro ou cheque

Na contramão de outros restaurantes, o Fiorino, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, aceita somente dinheiro ou cheque, e trabalha apenas com cardápio físico. Situado num casarão de 1920, o local, sucesso há mais de três décadas, oferece comida italiana em ambiente intimista. O empreendimento é comandado pelos irmãos Ana Lúcia e João Carlos Aleixo, sócios de outras duas casas: Anna Ristorante e Artigiano, ambas em Ipanema, na Zona Sul, e que seguem o mesmo padrão. Questionados se pretendem passar a aceitar cartões ou Pix, os empreendedores são firmes em dizerem que não.

— Esse nosso sistema sempre funcionou muito bem. As pessoas já conhecem o funcionamento. Isso também não influencia na conquista de novos clientes — assegura João Carlos.

Ana Lúcia ressalta que o menu possui um aviso, logo no começo, sobre as formas de pagamento aceitas. Aos 64 anos, ela cuida sozinha da parte administrativa do Anna Ristorante e abre o jogo:

— Eu sou um dinossauro quando se fala em tecnologia. Lido melhor com o dinheiro. Muitas pessoas ficam indignadas e são até agressivas na hora de questionar nosso método, mas é para uma organização melhor.

Criptomoedas

Apesar de ainda não ser tão comum, o pagamento em criptomoedas começa a ser testado no Rio. O bufê Paladare é um dos endereços que aderiram a essa nova maneira de recebimento. Felipe Silva, responsável pelo serviço, diz que a ideia surgiu com o objetivo de atrair uma nova clientela:

— A cada dia as pessoas buscam mais praticidade e segurança. A criptomoeda, ao meu ver, tem tudo para crescer aqui no Rio. Acho que quanto mais nós nos atualizarmos, mais chance temos de atrair pessoas com interesse no nosso serviço.

Outro negócio está prestes a experimentar a modalidade do pagamento em moeda virtual: o 360 Sports Oficial, empresa que oferece passeios náuticos e gastronomia, na Ilha da Coroa. Fundador do empreendimento, Claudio Matos está animado:

— Esse mundo de cripto não para de crescer. Decidi tentar entender como é que isso funciona e tomei a decisão de entrar nesse mercado.

O presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (SindiRio), Fernando Blower, aponta vantagens e desvantagens dos meios de pagamento mais convencionais. Blower explica que as operações somente em dinheiro favorecem as tentativas de assalto:

— É uma decisão de cada empresa, levando em conta as suas estratégias. Quem só aceita dinheiro, em geral melhora o capital de giro, já que sempre recebe à vista e não paga as taxas cobradas pelas administradoras dos cartões. É uma economia. Mas, por outro lado, tem todas as questões operacionais, como ter sempre troco à mão, dificuldade de controle e até de segurança, ficando mais suscetível a assaltos.

Sobre os totens que começam a se multiplicar, Hulisses Dias, especialista em finanças, defende que permite uma agilidade maior na circulação de clientes nos estabelecimentos comerciais. A tecnologia, no entanto, não se apresenta como uma opção simples para todos, acredita.

— Essa adoção gera eficiência e reduz custos operacionais. Mas também gera divisão de opiniões. Muitos clientes, especialmente os idosos e aqueles menos familiarizados com tecnologia, enfrentam dificuldades. Para esses consumidores, a experiência pode ser frustrante e menos acessível. Por outro lado, os totens podem reduzir filas e agilizar o atendimento. No futuro, provavelmente haverá um equilíbrio entre tecnologia e atendimento humano — afirma ele.

Mais recente Próxima Mães que perderam filhos para a violência policial têm suas dores retratadas em peça inspirada no drama real delas, na Zona Sul

Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio

Mais do O Globo

Dois dos mais famosos brasileiros do mundo se reúnem para campanha de lançamento da linha feminina da Democrata Calçados

Cauã Reymond posa com Gisele Bündchen e entrega: 'Fotografar com ela é como brincar de Siga o Mestre'

Artista foi diagnosticada com tumor no intestino em janeiro de 2023; ano passado ela entrou em remissão, porém, exames de rotina mostraram quatro novos focos de tumores

Preta Gil: entenda a cirurgia para amputar o reto que a cantora realizou como parte do tratamento contra o câncer

Artista sertanejo celebra chegada de novo neto com garrafa de bebida em hospital, e parte dos internautas questiona excesso com álcool

Uísque na maternidade? Reação de Leonardo a nascimento de filho de Zé Felipe e Virginia viraliza e gera debate

O Serviço Meteorológico Nacional informou que a fumaça pode dominar boa parte do território argentino nesta segunda-feira

'Cortina de fumaça': Serviço Meteorológico da Argentina já emite alerta por conta de incêndios; veja mapa

Casal teria discutido na volta de um passeio, na Rodovia Presidente Dutra; Adrielle Barbosa Gonçalves foi levada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu

Soldado da PM do Rio é suspeito de balear a esposa; agente fugiu

Apesar da beleza, ocorrência indica problemas na qualidade do ar

'Sol laranja' impressiona moradores de cidades no Rio; entenda o que provoca o fenômeno

Dono de uma das maiores fazendas de Goiás e de carros de luxo, cantor comemorou aniversário em embarcação em Mykonos, na Grécia, com a esposa, Andressa Suita

Qual é a fortuna de Gusttavo Lima? Cantor teve R$ 20 milhões bloqueados em investigação