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Por O Globo — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 13/08/2024 - 05:30

Prefeitura afasta profissionais após morte no hospital

Após a morte de Richard Cruz no Hospital Lourenço Jorge, a Prefeitura do Rio afasta dois profissionais de saúde. Família acusa médico de agressão. Enfermeira relata comportamento agressivo do paciente. Secretaria de Saúde promete investigação rigorosa. Contexto de perplexidade e burstiness evidente na narrativa sobre a trágica morte e as diferentes versões dos envolvidos.

A Prefeitura do Rio determinou o afastamento dos dois profissionais envolvidos no episódio que resultou na morte do jovem Richard Cruz, de 20 anos, no Hospital municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, no último sábado. Segundo o governo municipal, a medida é para que a dupla esteja disponível para prestar esclarecimentos à polícia e, enquanto isso, irão receber suporte ocupacional.

Richard foi levado à unidade, após ter sido encontrado na rua com um corte à faca no pescoço. Durante a internação, segundo relatos de parentes e amigos, ele teria sido agredido por um dos médicos, que acertou, com um soco, o ferimento. As circunstâncias da morte são investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital.

À polícia, uma enfermeira que presenciou a morte do paciente afirmou que o rapaz estava "descontrolado e em acesso de fúria".

No depoimento, a enfermeira descreveu o comportamento de Richard como agressivo e ameaçador.

"Que no transcorrer do atendimento, ele (Richard) se apresentou de forma agressiva, e não atendia aos comandos, momento em que foi advertido pela declarante (enfermeira), que lhe disse 'se você tirar o acesso, vamos ter que te conter'. [...] Que em resposta Richard disse para a declarante que ia tirar o acesso, e que se alguém tentasse evitar sairia machucado; Que foi quando questionou Richard se ele a estava ameaçando, e disse para ele que iria chamar uma guarnição".

A profissional, então, contou que alertou o médico responsável sobre o comportamento de Richard.

"Que reportou o fato ao médico, que receitou uma medicação para ver se acalmava Richard; Ocorre que nem foi possível fazer a medicação, pois o paciente tirou o outro acesso, que estava no outro braço; Que neste momento ocorreu um atrito verbal entre o médico e o paciente, pois Richard queria água, mas o médico respondeu negativamente; Que devido ao fato de haver risco cirúrgico, o fornecimento de água e comida é vedado; Que o paciente não estava aceitando esta determinação, e desferiu um soco contra o médico, que, para se defender, afastou seu rosto.

Por fim, ela conta que o médico revida as agressões na tentativa de imobilizar Richard.

"Que Richard novamente investiu contra o médico, novamente com outro soco, quando o médico tentou imobilizar Richard ao solo, utilizando as pernas; Que o médico não conseguiu conter Richard, que estava descontrolado".

Versão da mãe

Ao Bom dia Rio, da Rede Globo, a mãe de Richard, Alessandra Ferreira da Silva, contou que foi chamada pela equipe médica para conter o filho, que havia retirado os acessos venosos e estava se recusando a receber tratamento. Ela revelou também que o rapaz tem diagnóstico de depressão e, há um tempo, recebe cuidados para essa condição.

"Ele gritou que estava sendo maltratado, que queria água e ninguém dava. O médico tentou conter ele, que reagiu. Depois, deu socos no meu filho e acabou acertando onde estava o ferimento da faca".

Lindiane Teixeira, amiga da família, esteve no hospital para acompanhar Alessandra assim que soube da internação de Richard. Segundo ela, os profissionais sabiam que Richard era paciente psiquiátrico, mas não tiveram cuidado ao tratar dele:

— Ele tinha depressão grave, já havia sido internado algumas vezes para tratá-la. A gente sabe que o Richard deu um empurrão no médico, não sabemos se ele estava em surto ou coisa parecida. A reação do médico foi dar três chutes nele e um soco no pescoço, onde estava a ferida. Imediatamente, ele caiu no chão, jorrou muito sangue.

A mulher conta que houve um desentendimento verbal entre Richard e o médico antes das agressões começarem:

— O médico teria dito "quem manda aqui sou eu", logo após o Richard falar que queria ir embora. A gente acredita que ele tenha ficado nervoso com a situação, ainda mais quando viu que a mãe foi chamada, e empurrou o médico. Mas nada justifica a reação de dar um soco nele, ainda mais de profissional que promete salvar vidas. Queremos justiça!

Posicionamento da Secretaria de Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) considera a denúncia grave e está empenhada em uma apuração rigorosa e imparcial dos fatos ocorridos no Hospital Municipal Lourenço Jorge (HMLJ). Os profissionais envolvidos estão identificados e à disposição da Polícia Civil para prestar depoimento. Outros pacientes que estavam no mesmo setor da unidade também poderão, a critério da autoridade policial, ser chamados como testemunhas.

Os profissionais alegam terem sido agredidos pelo jovem e usado os meios necessários para a contenção. Caberá à investigação policial concluir se houve excessos que contribuíram para o óbito.

A SMS e a direção do HMLJ se solidarizam com a família de Richard e seguem à disposição para colaborar com a Polícia Civil em tudo o que for solicitado para a elucidação dos fatos.

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