O Corpo de Bombeiros realizou uma vistoria nos túneis e mergulhões da cidade do Rio, após o episódio de incêndio em um caminhão no túnel da Covanca, na Linha Amarela, na última quinta-feira. Por causa da fumaça provocada pelo fogo, 110 pessoas precisaram de atendimento médico. Até esta segunda-feira, dez seguiam internadas — uma delas em estado grave no CTI do Hospital municipal Ronaldo Gazolla. Até o momento, dos 23 túneis vistoriados, apenas dois estão regulares junto à corporação e contam com o Certificado de Aprovação e cumprem todas as medidas de segurança contra incêndio e pânico previstas em lei.
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Após a vistoria realizada na sexta-feira (9), os bombeiros deram um prazo de 24 horas para que a Lamsa, concessionária que administra a via expressa, realizasse a manutenção do sistema de ventilação e exaustão mecânica de gases nos túneis da via, incluindo o da Covanca. A empresa terá ainda 60 dias para obter o Certificado de Aprovação junto à corporação. O não cumprimento das medidas poderá resultar na interdição das estruturas.
Dos 23 túneis vistoriados, apenas o Marcello Alencar, na Zona Central do Rio, e o Rio 450 Anos, também na mesma região, estão regulares e cumprem todas as medidas de segurança contra incêndio e pânico. Os outros 21 não têm o Certificado de Aprovação.
Confira quais são os 21 túneis irregulares:
- Rebouças - Rio Comprido / Lagoa / Cosme Velho / Jardim Botânico
- Rafael Mascarenhas - Gávea
- Zuzu Angel - Gávea
- Eng. Luiz Jacques de Moraes (Joá) - São Conrado
- Eng. Andre dos Santos Filho (Pasmado) - Botafogo
- Prefeito Alaor Prata - Botafogo
- Noel Rosa - Tijuca
- Nelson Carneiro (Transolímpica Sent. Barra) - Barra até Av. Brasil
- Cauby Peixoto (Transolímpica Sent. Deodoro) - Barra até Av. Brasil
- Covanca (Linha Amarela S/A) - Pechincha
- Vice-Presidente José de Alencar - Vargem Grande/Guaratiba
- Mergulhão de Campo Grande - Campo Grande
- Do Leme (Galeria Coelho Cintra) - Copacabana
- Eng. Marques Porto (Novo) - Copacabana
- Pref. Sá Freire Alvim - Copacabana
- Maj. Rubens Vaz - Copacabana
- Santa Bárbara - Laranjeiras
- Rio Comprido - Laranjeiras (Túnel da Rua Alice)
- Martim de Sá (Frei Caneca) - Catumbi
- João Ricardo (Túnel da Marítima) - Gamboa
- Arquiteta Nina Rabha (Túnel da Saúde) - Gamboa
Segundo o Corpo de Bombeiros, cabe à Lamsa a adoção de medidas de segurança. O não cumprimento, num prazo de até 60 dias, poderá resultar em multa e na interdição da estrutura. E a vistoria, realizada na sexta-feira, e as medidas buscam “conscientizar a sociedade sobre a importância da cultura de prevenção e garantir a segurança da população”.
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Em nota, a concessionária informa que realizou, na madrugada do dia 8 para o dia 9, vistoria em toda extensão do Túnel da Covanca, na Linha Amarela, e na mesma madrugada, fez a manutenção corretiva, garantindo a operação normal da via. A Lamsa disse ainda que segue à disposição para prestar todas as informações necessárias aos órgãos competentes. Já a Prefeitura do Rio ainda não se manifestou.
Relembre o caso
Imagens de pessoas correndo desorientadas entre carros parados, com baixa visibilidade em meio à densa fumaça, dentro do Túnel Engenheiro Raimundo de Paula Soares, mais conhecido como Túnel da Covanca, dão a dimensão dos momentos de tensão vividos por quem passava pela Linha Amarela na manhã da última quinta-feira. Um caminhão de uma distribuidora de bebidas pegou fogo na pista no sentido da Ilha do Fundão às 7h19. Pelo menos 110 pessoas foram atendidas em hospitais públicos e privados — duas permaneciam em estado grave no início da noite de ontem.
O incêndio causou um grande nó no trânsito da cidade. Em meio ao engarrafamento, a imagem de uma coluna de fumaça saindo de dentro do túnel impressionava. Cerca de 30 carros foram abandonados dentro do túnel por motoristas que buscaram fugir do local. Alguns contaram com a solidariedade de motociclistas e ganharam carona em direção à saída.
Conforme a Lamsa, concessionária que administra a Linha Amarela, a via ficou totalmente fechada nos dois sentidos das 7h19 até as 8h24, quando a pista sentido Barra foi liberada. Somente às 10h45, uma das faixas para o Fundão foi aberta. A normalização total do tráfego, no entanto, só ocorreu por volta das 14h, ou seja, quase sete horas depois do acidente.
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