Rio
PUBLICIDADE
Por — Rio de Janeiro

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 23/08/2024 - 04:31

Gestão pública assume hospitais no Rio: desafios e críticas.

Empresa pública do Sul assume gestão do Hospital Federal de Bonsucesso, com 55% dos leitos vazios. Ministério da Saúde transfere seis hospitais no Rio para gestão municipal. Desafios incluem reabertura de setores fechados e equipe reduzida. Críticas apontam falta de melhorias consistentes e necessidade de ações mais objetivas na saúde. Ministério busca integração e eficiência na descentralização.

Estratégico, destino de pacientes vindos de diversas áreas do Rio e da Baixada Fluminense, o Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) está prestes a mudar de mãos. O Ministério da Saúde deve anunciar nas próximas semanas a transferência da unidade, que fica às margens da Avenida Brasil e perto do Complexo da Maré, para o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), empresa pública que administra três hospitais, uma UPA e 15 postos no Rio Grande do Sul. Os desafios do novo gestor serão reabrir o pronto socorro, fechado há anos, concluir obras paradas e recompor a equipe. Ontem apenas 45% dos 412 leitos do Bonsucesso estavam ocupados.

Andaraí fica para depois

A mudança faz parte da estratégia do Ministério da Saúde de sair da administração de seus seis hospitais gerais no Rio. O Andaraí foi o primeiro a ganhar novo destino: uma portaria do governo federal, do início de julho, pretende transferir a unidade para o município. A medida prevê a gestão compartilhada por um período de 90 dias, passível de renovação. No entanto, o acordo só deve sair do papel depois da eleição municipal, no fim de outubro.

Com a transferência do Bonsucesso, uma filial do GHC será aberta no Rio até o fim do ano. Todos os detalhes desse projeto já foram aprovados pelo Conselho de Administração do grupo. Ao assumir a unidade, a empresa vai se deparar com os serviços da sala amarela, utilizada para atender pacientes no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) da emergência, fechado, além da falta de médicos. Esses setores foram afetados por um incêndio em 2020, em que três pacientes morreram, e não voltaram a funcionar. Além disso, servidores do hospital estão em greve desde 4 de agosto, em protesto contra a descentralização.

— Essa transferência de gestão pode ser vista como uma aposta ousada do governo federal, mas também como um reconhecimento tardio de que o sistema, como estava, havia falhado. Se por um lado há expectativas de melhorias na qualidade do atendimento e na gestão hospitalar, por outro, fica a dúvida: será que um novo modelo de administração vai ser suficiente para reverter anos de descaso e devolver ao hospital a importância que ele merece? — questionou uma médica, que prefere não ser identificada.

Especialista em saúde pública e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lígia Bahia disse que a transferência do Bonsucesso é uma tentativa de o Ministério da Saúde “dividir responsabilidades”.

— A decisão de trazer um grupo de fora para um hospital como o Bonsucesso pode ser considerada uma extravagância do governo. Não tivemos aumento no orçamento da Saúde e muito menos vimos mudança nos cenários político e técnico. Portanto, as promessas de melhorias teriam que ser mais consistentes. É preciso ter uma sinalização muito mais objetiva do governo, algo que vá além do anúncio da mudança de gestão. A hierarquia de um hospital é complexa. Essa ideia de mudar por cima não resolve o problema — opinou.

Nessa transição de toda a rede, o Ministério da Saúde discute ampliar as atribuições de seu Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), que desde abril centraliza as compras dos seis hospitais gerais. A ideia é que o órgão tenha autonomia para assumir a gestão de recursos e a gestão dos contratos dessas unidades do Rio. Para isso, o departamento ganhará seis novos coordenadores, um assessor de ensino e pesquisa, oito chefes de divisão e um pregoeiro.

Depois do Bonsucesso, o Hospital Federal dos Servidores do Estado deve ser transferido para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Nessa divisão, o Hospital Federal da Lagoa ficaria com a Fundação Oswaldo Cruz ou o governo estadual. O destino do Hospital Federal de Ipanema é incerto, e existe uma intenção do Ministério da Saúde de negociar que o Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, fique com a prefeitura. Antes, no entanto, será preciso acertar os detalhes do Andaraí. O Ministério quer que o município do Rio assuma o controle total do hospital, cujo orçamento seria de R$ 400 milhões por ano.

‘É uma integração’

Procurado, o secretário de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, afirmou que a pasta está buscando maneiras de fazer com que os seis hospitais voltem a funcionar:

— O que nós estamos fazendo não é um fatiamento, é uma integração. A pressa em fazer esses acordos é porque a gente quer resolver o problema, mas existe cautela para evitar qualquer problema. Faz sentido, dentro da regra do SUS, descentralizar e buscar gestões que tragam mais eficiência

Mais recente Próxima Rio tem inverno de turismo aquecido e preços na praia inflacionados como na alta temporada: mate e coco a até R$ 15

Inscreva-se na Newsletter: Notícias do Rio

Mais do O Globo

Trabalhador de 28 anos tentava salvar máquinas da empresa e foi engolido pelo fogo

Brasileiro morre carbonizado em incêndio florestal em Portugal

Marçal prestou depoimento nesta segunda-feira (16) sobre o episódio

Novo vídeo: ângulo aberto divulgado pela TV Cultura mostra que Datena tentou dar segunda cadeirada em Marçal

Polícia Civil deve cumprir mandados de prisão contra os suspeitos ainda esta semana

Incêndios florestais no RJ: 20 pessoas são suspeitas de provocar queimadas no estado

Além de estimativas frustradas, ministro diz que comunicação do BC americano levou analistas a vislumbrar possibilidade de subida na taxa básica americana

Haddad vê descompasso nas expectativas sobre decisões dos BCs globais em torno dos juros

Ministro diz que estes gastos fora do Orçamento não representariam violação às regras

Haddad: Crédito extraordinário para enfrentar eventos climáticos não enfraquece arcabouço fiscal

Presidente irá se reunir com chefes do STF e Congresso Nacional para tratar sobre incêndios

Lula prepara pacote de medidas para responder a queimadas

Birmingham e Wrexham estão empatados na liderança da competição

'Clássico de Hollywood': time de Tom Brady vence clube de Ryan Reynolds pela terceira divisão inglesa

Projeto mantém medida integralmente em 2024 e prevê reoneração a partir de 2025

Lula sanciona projeto de desoneração da folha de pagamento de setores intensivos em mão de obra

Empresas de combustível foram investigadas pelo Ministério Público por esquema de fraudes fiscais

Copape e Aster pedem recuperação judicial para tentar reverter cassação de licenças pela ANP