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GERADO EM: 30/08/2024 - 16:12

Extorsão de R$1,5 mi: Revelações no Caso Marielle

Élcio de Queiroz revelou em audiência no STF que o Comissário Marco da DH exigiu R$1,5 mi de Adriano da Nóbrega para não envolvê-lo no caso Marielle. Lessa confirmou a propina. Élcio não sabia do assassinato e se sentiu traído, mas mantém amizade com Lessa. DHC era visto como extorsivo, levando Élcio a optar por delatar à Polícia Federal.

O ex-PM Élcio de Queiroz afirmou, durante a audiência de instrução e julgamento da ação penal contra os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco, que o comissário Marco Antônio Barros Pinto, conhecido como Marquinho da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), exigiu R$ 1,5 milhão do chefe do Escritório do Crime, o ex-capitão Adriano da Nóbrega, para não indiciá-lo no inquérito do homicídio da parlamentar. Élcio acrescentou em seu depoimento que o próprio Ronnie Lessa, assassino confesso do crime, também comentou que Marquinho lhe pediu propina.

— O Capitão Adriano (ex-capitão) iria ser implicado no assassinato da vereadora, mas pagou R$ 1,5 milhão à DHC, por meio do comissário Marco. Adriano pagou em duas parcelas para não ser incluído no inquérito dela (da vereadora). Marquinho mandou recado para o Ronnie também, mas ele me falou: "Não vou ser extorquido por policial" — contou Élcio. — O comissário Marco dizia que quem mandava na delegacia era ele e o delegado, e que os outros eram só marionetes deles — afirmou o delator.

A testemunha Ronnie Lessa fala no terceiro dia de audiência ao STF sobre a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes — Foto: Reprodução
A testemunha Ronnie Lessa fala no terceiro dia de audiência ao STF sobre a morte de Marielle Franco e Anderson Gomes — Foto: Reprodução

Perguntado pelo promotor Olavo Evangelista Pezzotti, representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), por que decidiu fazer a delação à Polícia Federal, o réu colaborador explicou que não podia confiar na Polícia Civil, especialmente na DHC, justamente devido às extorsões que presenciou.

— Eu não tinha como fazer delação premiada com a Polícia Civil. Na verdade, só o último delegado da DH mencionou a possibilidade de fazer um acordo, mas eu só confiava na Polícia Federal, por causa de tudo isso que já falei — disse Élcio, em seu primeiro dia de depoimento, sem revelar o nome do delegado que propôs a delação.

Élcio afirmou que não sabia que o objetivo era matar Marielle, pois, segundo ele, Lessa disse que era para realizar um monitoramento. Apesar de se sentir traído, o ex-PM declarou que não sente raiva de Lessa:

— Minha amizade com o Ronnie não terminou. Fiquei chateado com ele por não ter me contado que era um homicídio. Ele disse que era uma situação de vigilância. Queria colaborar desde o início, mas ele (Lessa) não deixava. Eu queria negociar a minha pena. Sempre fui o provedor da minha família, que só soube que havíamos cometido o crime quando fiz o acordo. Meus filhos foram alvo de chacota na escola. Nossas famílias foram envolvidas nisso tudo — relatou Élcio.

O GLOBO procurou as defesas do comissário Marco Antônio Barros Pinto e do delegado Giniton Lages, que atuaram na prisão de Élcio e Lessa quando estavam na DHC, para comentarem a acusação do delator, mas elas não quiseram se pronunciar. Os dois são apontados pela Polícia Federal como suspeitos de obstrução às investigações do caso Marielle.

Já a Polícia Civil do Rio mandou uma nota:

"No que diz respeito ao depoimento do criminoso citado, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) informa que a declaração, por si só, não tem nenhum crédito se não tiver outros elementos que corroborem as afirmações. Vale ressaltar que o assassino foi preso pela Delegacia de Homicídios pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, e pela tentativa de homicídio contra a assessora da vereadora; logo, ele tem todo o interesse de desqualificar o trabalho da Polícia Civil.

A Sepol destaca ainda que, no fim do ano passado, a atual gestão criou um grupo de trabalho no Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), para analisar os inquéritos de homicídios ainda sem solução e os que porventura ocorram, relacionados ao crime organizado nas suas principais frentes de atuação: milícia, tráfico e contravenção; reforçando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade".

Na audiência de instrução e julgamento da ação penal contra os mandantes da morte de Marielle, os réus são: os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e deputado federal, respectivamente; ao delegado Rivaldo Barbosa; aos policiais militares Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, e ao major Ronald Paulo Alves Pereira. Foi nesta sessão, realizada na tarde desta sexta-feira, que o réu colaborador Élcio de Queiroz prestou depoimento.

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