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A justificativa do governador do Rio, Cláudio Castro, para a substituição do secretário de Polícia Civil — nesta segunda-feira, foi anunciado que o delegado Marcus Amim deixaria o cargo e seria substituído pelo também delegado Felipe Curi — foi um aumento recente dos índices de violência, classificado por Castro como "gigante". Uma análise dos números divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra um crescimento nos registros de estelionatos, alguns tipos de roubos e de furtos entre 2020 e 2024 (analisando o período de janeiro a julho em todos os anos); na contramão dos crimes contra o patrimônio, os homicídios dolosos apresentaram uma queda no período.
Veja a evolução dos números (gráfico mostra mil casos por tipo de crime)
Um dos maiores crescimentos foi no estelionato: as ocorrências de golpe triplicaram entre 2020 e 2024, passando de 28.017 para 86.108. Apenas entre 2023 e 2024, o aumento foi de 26%. Também pioraram nos últimos quatro anos os números de furto de celular, furto de veículo, furto a pedestre e roubo de celular. O roubo de veículos ficou praticamente estável na comparação de 2020 com 2024; entre o ano passado e este ano, porém, apresentou um aumento de 15%. Já o roubo a pedestre teve uma trajetória de queda entre 2020 e 2024; de 2023 para 2024 (sempre comparando o período de janeiro a julho), a redução foi de 2%.
Um índice que vêm apresentando queda constante no período de 2020 a 2024 é o homicídio doloso. De janeiro a julho de 2020, foram 2.159 vítimas. No mesmo período deste ano, houve 1.683 mortes. Entre o ano passado e 2024, a queda nos homicídios foi de 14%. As ocorrências de tráfico de drogas ficaram perto da estabilidade na comparação de 2020 com 2024, mas apresentaram um crescimento de 6% do ano passado para este ano. Já os registros de estupro tiveram um aumento gradual nos últimos quatro anos, passando de 2.463 entre janeiro e julho de 2020 para 3.395 nos mesmos sete meses de 2024.
'Não tem ligação com o Demetrio'
Nesta terça-feira, Castro negou que a exoneração de Amim tenha sido provocada pelo Processo Administrativo Disciplinar (PAD) movido contra o delegado Mauricio Demetrio Afonso Alves. Amim estaria acelerando o trâmite da ação que está na corregedoria interna da corporação, o que teria desagradado a uma ala da cúpula.
— Não tem ligação com o Demetrio. Temos visto um aumento gigante da violência, uma piora dos índices. Foi uma decisão minha essa troca. A investigação do Demetrio seguirá o trâmite normal — disse Castro ontem à noite.
Em suas redes sociais, Castro escreveu anteontem que a saída de Amim foi uma “correção de rumo”. Segundo ele, é algo que acontece sempre. Ontem, no último dia de Amim à frente da Secretaria estadual de Polícia Civil, a corregedoria da corporação notificou Demetrio para que ele apresente em dez dias sua defesa no PAD, que poderá indicar sua demissão. O documento foi expedido e assinado no dia 28 de agosto pela presidente da 1ª Comissão Permanente de Inquéritos Administrativos, a delegada Tércia Amoedo, mas só ontem foi assinado por Demetrio no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo de Gericinó.
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