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Por — Rio de Janeiro

RESUMO

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GERADO EM: 15/09/2024 - 04:30

Cena roqueira no Rio de Janeiro: vitalidade e diversidade

A cena roqueira no estado do Rio de Janeiro mostra vitalidade com mais de 8.000 shows e eventos de rock realizados este ano. A cidade é palco de variados subgêneros, com destaque para a Nova Onda do Rock Carioca. Diversos locais, como a Praça da Bandeira e a Audio Rebel, fortalecem o cenário musical. Coletivos como Rockarioca e eventos como o Bacafest impulsionam a renovação e a diversidade no rock carioca, mostrando que o estilo vai além de riffs de guitarra, promovendo uma atitude diante da vida.

O volume é alto e impressiona: só este ano foram realizados ou estão programados 8.275 shows e eventos de rock em todo o Estado do Rio. A maior parte acontece na capital, mas há muito bate cabeça também na Região Metropolitana e no interior. São mais de 22 por dia, em média, em pelo menos 50 casas que abrem espaço para o gênero ou são inteiramente dedicadas a ele. As opções — não importa o subgênero, punk, metal, progressivo, o que for — são muitas. O Rio é rock o ano todo.

A conta foi feita pelo divulgador e gerente de projetos Rob Alves que há tempos se dedica a compilar e planilhar todos os eventos de rock realizados no estado. Nela, entram desde pequenas apresentações em bares especializados até as realizadas em grandes palcos. Além de organizar os números do rolê, Rob criou uma página no Instagram para divulgar semanalmente os shows. A @agendarockrj já tem quase 37 mil seguidores.

Estilo de vida

Neste primeiro fim de semana de Rock in Rio, por exemplo, estão listados por lá mais de uma centena de eventos. A maior parte é de covers e tributos, mas há muita gente apostando em trilhar o caminho das composições próprias. Esses são responsáveis por mais de 900 gigs de norte a sul do Rio em 2024.

— O levantamento serve como insumo para o pessoal que toca saber onde tem mais demanda, que zona da cidade é mais cover, que local é mais autoral. E a agenda ajuda o público a encontrar o lugar certo para se divertir — explica Rob, que aposta na consolidação gradual do que ele chama de Norc, a Nova Onda do Rock Carioca.

Definir o que é rock é tarefa das mais árduas. Os conceitos são muitos, mas todos de uma forma ou de outra convergem para a constatação de que ser roqueiro tem a ver com uma postura diante da vida, mais que com um riff de guitarra ou uma levada rápida de batera. Liberdade, inquietação e energia lá em cima fazem parte da receita que, convenhamos, cai como uma luva (de preferência com o punho cerrado e apenas os dedos indicador e mínimo para o alto) para definir também o Rio.

Na geografia do rock na cidade, o epicentro é a Praça da Bandeira. Por lá, quatro casas — o icônico Garage Grindhouse, O Pecado Mora ao Lado, Duck Walk e Heavy Beer —, unidas à produtora Bonde Music, organizaram uma tremenda comemoração do Dia Mundial do Rock, em julho: cem bandas se revezaram em dez palcos, dois deles em plena Rua Ceará, numa maratona de mais de 12 horas de puro roquenrou.

Nos cálculos dos organizadores, seis mil roqueiros bateram cabeça por lá ao longo do dia. O sucesso da empreitada levou o grupo a garantir a realização do próximo “100 bandas”, programado para julho do ano que vem, e outros três eventos em 2025: o Carnarock, com a estreia do Bloco Sabbath, nos dias de folia; o Viradão do Metal, em junho, e o Festival AfroRock, em comemoração ao Dia da Consciência Negra.

— Todos esses eventos serão gratuitos, ao ar livre e os bares irão também abrir suas portas, promovendo a circulação do público. Tudo isso somente foi possível após a mobilização conjunta de produtores, curadores, bares, bandas e principalmente do público que chegou junto — explica André Paumgartten, da Bonde Music.

Quando o assunto é a vibração do rock, tamanho não é documento. Aberto há pouco menos de dois anos na Travessa dos Tamoios, no Flamengo, o pequeno Lado B Rock Bar, nascido da inquietação — e da paixão mútua pela música — do casal Renata Ribeiro e Roberto Horta, tem mesas na calçada e recebe bandas e DJs com regularidade para noites regadas ao gênero cultuado pelos dois.

Paixão comum. Roberto Horta e Renata Ribeiro são o casal fundador do Lado B, no Flamengo — Foto: Guito Moreto
Paixão comum. Roberto Horta e Renata Ribeiro são o casal fundador do Lado B, no Flamengo — Foto: Guito Moreto

— A experiência oferecida aqui é única e se complementa aos demais estabelecimentos da cena no Rio. A receptividade vem sendo cada vez maior pelo público amante do rock, que estava órfão de lugares com boa música, bom ambiente, boa comida e boa bebida — aposta Roberto.

Outro ponto da cidade que está sempre de braços e ouvidos bem abertos é a Audio Rebel, em Botafogo. No ano que vem, a casa completará 20 anos de ótimos serviços prestados à música carioca.

— Eu comecei na cena punk do Rio, tinha uma banda chamada River Raid, e logo a gente percebeu que as casas que existiam não iam abrir espaço para nós. Então começamos naquela onda do “faça você mesmo”. Isso foi o embrião da Rebel. Hoje a gente abre o espaço pra muita gente boa, de vários estilos. No caso do rock tem uma safra boa, surgiu um monte de banda nova, como Texuga, Kliptoria e Trash no Star — diz Pedro Azevedo, sócio fundador da casa.

É na Audio Rebel que Bacalhau — ex-batera de Planet Hemp e Autoramas, atualmente nas baquetas do punk rock legalize da Korja — promove há oito anos o Bacafest, que volta a acontecer dia 21 com as bandas Prese, NDR e Clava.

— Nesses oito anos não repeti bandas. A gente abraça tudo no festival, todas as vertentes. Tem gente bacana fazendo música em todos os estilos: punk rock, hardcore, emo, hardcore melódico, metal, do power ao black, passando pelo heavy metal tradicional, essa cena que nunca parou — atesta Bacalhau.

Surgido durante a pandemia, a partir da inquietação do músico Pedro Serra, o coletivo Rockarioca reúne 25 bandas (24 fixas e uma rotativa) com um objetivo bem claro: fortalecer a cena rock carioca. O grupo divulga uma playlist exclusiva no Spotify e realiza transmissões diárias de pequenos programas temáticos via YouTube.

— Tem muita coisa acontecendo, às vezes até me surpreende. Muitos artistas novos, muita gente com vontade de se expressar e se organizando para isso. E tem um público que quer esse tipo de renovação. O rock é um conceito bem amplo, é a atitude. O que chamo de rock é mais extenso. Elza Soares, por exemplo, pode ser mais rock que muito garoto de camisa preta por aí — observa Pedro Serra.

Palcos na Lapa

Toda segunda quinta-feira do mês, o movimento promove o Rockarioca Convida, com shows no autoproclamado “bar mas fueda da Lapa”: o La Esquina. Na semana passada, foi a vez de Nervoso e os Calmantes e Esquadrão Sonzera Total.

No berço da boemia. La Esquina, na Lapa, abre espaço para shows que reúnem fãs de rock que querem ouvir bandas cover e trabalhos autorais — Foto: Divulgação / Muryhelen Lima
No berço da boemia. La Esquina, na Lapa, abre espaço para shows que reúnem fãs de rock que querem ouvir bandas cover e trabalhos autorais — Foto: Divulgação / Muryhelen Lima

Bem perto dali, o Circo Voador, ninho do Brock, o rock nacional surgido no início dos anos 1980, segue firme:

— Quando o circo surgiu, em 1982, o rock era a tecnologia de ponta em atitude, era o fim da ditadura, o que surgia era um movimento de jovens para jovens, que trazia um enorme potencial de mudanças, não era só um gênero, passou a ter significado mais amplo. Nesse sentido, o Circo continua e nunca deixará de ser um espaço roquenrou — analisa o produtor Alexandre Rossi, o Rolinha, no Circo desde 1989.

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