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Por — Rio de Janeiro

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GERADO EM: 16/09/2024 - 04:30

Aumento alarmante de roubos de motos no Rio de Janeiro

Os roubos de motos no Rio aumentaram 76,1% este ano, com média de 39 furtos por dia. A maioria ocorre na Zona Norte e Baixada Fluminense. Casos estão ligados ao crescimento de serviços de entrega e transporte. Ações policiais visam coibir crimes, incluindo a criação de Força Tática em Motopatrulhamento. A região do 41ºBPM teve aumento de 143% nos roubos de motocicletas, ligados a facções criminosas.

Com o crescimento dos serviços de entrega e de transportes de passageiros, motocicletas se multiplicaram pelas ruas do Rio e, junto, aumentou o perigo para pilotos e caronas sobre duas rodas. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), obtidos pelo GLOBO por meio da Lei de Acesso à Informação, revelam que, de janeiro a março deste ano, 1.747 desses veículos foram roubados no estado, contra 992 no mesmo período de 2023 — uma alta de 76,1%. Os casos são mais recorrentes na Zona Norte e na Baixada Fluminense. Já os registros de furtos tiveram variação mais leve: foram de 1.770 a 1.802, na mesma comparação. Isso significa que foram levadas pelos bandidos, em média, 39 motos por dia no estado, no primeiro trimestre.

Os casos de furtos estão mais pulverizados pela Região Metropolitana. A área do 2º BPM (Botafogo), por exemplo, que também engloba Cosme Velho, Flamengo, Glória e Laranjeiras, ocupa o quinto lugar no ranking de regiões mais visadas. Essa parte da cidade viu crescer em 46,6% o número de furtos de motos nos primeiros três meses deste ano: a escalada foi de 58 para 85. Logo atrás, aparece a área do 23º BPM (Leblon), que abrange ainda Ipanema, Lagoa, São Conrado e Jardim Botânico, onde ocorreram 82 furtos. No primeiro trimestre de 2023, tinham sido 76.

Vítimas nas estatísticas

O remador do Vasco da Gama João Pedro Pereira, de 19 anos, vai figurar nas próximas estatísticas: a moto que tinha comprado havia menos de 15 dias foi furtada na Glória, no início de setembro. Imagens de uma câmara de segurança mostram quando um homem com capacete se aproxima e arrebenta o cadeado com uma marreta. Em seguida, o criminoso dá partida e foge. O caso foi registrado na 9ª DP (Catete).

Índices aceleram no estado — Foto: Editoria de Arte
Índices aceleram no estado — Foto: Editoria de Arte

Presidente do Fugitivos Motoclube de Austin, em Nova Iguaçu, o advogado Cassiano José Pereira, de 48 anos, teve a moto furtada quando participava, em abril, de um encontro de motociclistas em Paracambi, cidade a 83 quilômetros da capital. Ele deixou sua Harley Davidson de 1.700 cilindradas estacionada e, ao voltar, não encontrou o veículo avaliado em R$ 60 mil.

Presidente de motoclube também teve a moto furtada no mesmo local. Pode ser que os bandidos estejam furtando e roubando motos para trocar peças. Só sei que, na Baixada, a sensação é que os roubos e furtos de motocicletas cresceram muito — disse.

Mesquita, na Baixada, ficou no topo do ranking de roubos, seguida de Nova Iguaçu e Nilópolis, todas na mesma região. Juntas, registraram 289 casos no primeiro trimestre de 2024 —quase o dobro dos 147 casos do mesmo período do ano anterior. Ainda na Baixada, Duque de Caxias, área do 15º BPM, também enfrentou uma escalada de 41%: saiu de 144 casos para 203, levando em conta o mesmo período.

Áreas com mais roubos de motos — Foto: Editoria de Arte
Áreas com mais roubos de motos — Foto: Editoria de Arte

No último dia 31 de agosto, perto das 14h, o comerciante João Olavo Junior, de 41 anos, pilotava uma motocicleta Triumph 900 cilindradas na rodovia Washington Luís, com a esposa na garupa, quando foi abordado por dois homens armados em uma BMW, entre a Vila São Luís e a Refinaria de Duque de Caxias, em Campos Elíseos. Em meio ao trânsito na pista central de subida no sentido Petrópolis, os criminosos obrigaram os dois a descer e levaram o veículo. Antes de ser desligado, um rastreador apontou que a moto estava no Complexo do Alemão. O modelo é avaliado em R$ 62 mil.

— Eu e minha mulher estávamos a caminho de um encontro de motociclistas em Guapimirim. Quando passei próximo a uma passarela observei dois homens com uma moto, usando jaquetas e capacetes, que estavam parados. Passei por este ponto e segui normalmente. Menos de um minuto depois já percebi eles ao meu lado com uma moto BMW. Estava a mais de 100km/h quando emparelharam e o homem que estava na garupa apontou uma pistola em nossa direção. Mandaram eu encostar ali mesmo. Muita gente viu quando eles levaram dinheiro, meu celular e os nossos capacetes. Depois, um deles montou na moto e mandou a gente correr. Duas semanas antes eu já tinha escapado de outra tentativa de assalto na Rio-Magé — disse o comerciante, que recebeu ajuda de um casal que passava de carro e ofereceu carona até a 60ªDP (Campos Elíseos).

Frota para criminosos

Na área do 41ºBPM (Irajá), também responsável pelos bairros de Anchieta, Pavuna, Guadalupe, Costa Bairros e Barros Filho, ficam os complexos da Pedreira e do Chapadão. Esses territórios são controlados por facções criminosas rivais, que costumam usar motos em deslocamentos, assaltos e tentativas de invasão. Na região, de janeiro a março de 2024, houve registro de 156 roubos de motocicletas, contra 64 no mesmo período, em 2023. O incremento foi de 143%.

No quesito furto, a região do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) ocupa o segundo lugar na lista, mas os números caíram na comparação entre os primeros trimestres de 2024 e 2023: foram 155 este ano e 251 no ano passado. A área enbloba os bairros Itanhangá, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, as Vargens Grande e Pequena e o Joá. No período citado, o primeiro lugar em furtos é ocupado pela área do 20º BPM, que engloba Mesquita, Nova Iguaçu e Nilópolis, com 175 casos.

Em nota, a Polícia Militar informa que “ações voltadas a coibir o roubo e furto de motocicletas” estão sendo adotadas, entre elas a “criação de uma Força Tática em Motopatrulhamento”.

Por determinação do governador Cláudio Castro, a Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Militar, iniciou a 2ª fase da Operação Torniquete na última quarta-feira (11/09). O objetivo é reprimir roubos de veículos —incluindo motocicletas — e de cargas.

As motos são alvo, mas também podem ameaçar: levantamento feito pela PM entre os dias 25 de abril e 25 de julho de 2024 mostram que foram cometidos 6.288 roubos nas ruas da capital com o uso de motocicletas. Em média, foram 70 crimes desse tipo por dia.

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