RIO - Um dos alvos dos mandados de prisão desta sexta-feira, na Operação Catarata II, o empresário Bruno Campos Salém afirma que um dos beneficiados por indicações políticas do projeto Qualimóvel da prefeitura estaria o governador em exercício Cláudio Castro. A declaração de Bruno consta em depoimento ao Ministério Público, que embasou a operação, que resultou na prisão do secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, e da ex-vereadora e ex-deputada federal, Cristiane Brasil. Castro, inclusive, teria sido beneficiado por propinas, segundo empresário.
Bruno é procurador da Servlog Rio, que mantinha contratos com a Fundação Leão XIII e a prefeitura. O contrato com a Servlog foi firmado, segundo as investigações, quando Cristiane Brasil comandava a Secretaria municipal de Envelhecimento Saudável e qualidade de Vida.
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Na denúncia, no entanto, o Ministério Público esclarece que, "na presente peça acusatória" Claudio Castro "não figura como denunciado, não lhe sendo imputada a prática de qualquer crime".
Como as investigações começaram quando Castro já era vice-governador, essa parte do depoimento foi encaminhada para análise e avaliação do procurador-geral de Justiça, José Eduardo Gussem. Isso porque investigações que envolvem vice-governadores cabem ao PGJ.
Segundo o depoimento, um assessor de Cláudio Castro orientava Bruno, ''para que o projeto Qualimóvel municipal fosse realizado em determinadas paróquias religiosas a pedido do vereador Cláudio Castro; que Claudio Castro tinha o apelido de gago; recebia propinas e vantagens políticas com o projeto qualimóvel municipal'' diz trecho do depoimento anexado à denúncia do MP.
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O depoimento cita também as datas que o projeto teria sido realizado por indicação de Cláudio Castro, por intermédio do mesmo assessor. O projeto atendeu a igrejas como Nossa Senhora das Graças (10 de março de 2018), Santa Rita (14 de abril de 2018), Nossa Senhora da Conceição e Santo Antônio (10 de março de 2018), entre outras.
O outro lado
O governo do estado em nota informou que "o governador em exercício Cláudio Castro não é objeto desta investigação. A seguir, a nota:
"O governador em exercício Cláudio Castro não é objeto desta investigação. O próprio Ministério Público esclarece, na página 35 da denúncia, que: “na presente peça acusatória, o ex-vereador Cláudio Castro não figura como denunciado, não lhe sendo imputada a prática de qualquer crime"; Sobre a indicação de locais para receber projetos sociais, cabe ressaltar que é papel do vereador fiscalizar atos da prefeitura e reivindicar políticas públicas e serviços para a população, mantendo relação natural com seu segmento."