Rio

Orla da cidade ganha painéis em celebração ao mês do Orgulho LGBTI+

Em outra ação, Rio foi selecionado para projeto especial de resposta ao Covid dentro de público LGBTI+ vulnerável
Posto 8, em Ipanema, caracterizado Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Posto 8, em Ipanema, caracterizado Foto: Ana Branco / Agência O Globo

RIO — A orla da cidade está ganhando uma paisagem especial. Para comemorar o mês do Orgulho LGBTI+, em junho, os 24 postos de salvamento do Leme ao Pontal terão as cores da bandeira do arco-íris e palavras como respeito, liberdade, amor, igualdade, afeto, vida e orgulho. O projeto Rio Diversidade, da Riotur, além de celebrar a data, faz parte de uma estratégia para comunicar uma nova postura da cidade, que nos últimos anos se viu em meio a polêmicas como o recolhimento da Bienal do Livro de HQs com cenas de um beijo gay e falas sobre o turismo LGBTI+ no Rio em tom que movimentos sociais consideraram homofóbico.

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Os painéis têm em média 2 metros de altura por 5 metros de comprimento. Nos postos 2 e 4 (em Copacabana), no 8 (em Ipanema), no 12 (no Leblon), no 13 (em São Conrado) e nos 2 e 8 da Barra da Tijuca, eles têm a bandeira do arco-íris com a palavra "orgulho". Uma placa informativa também será instalada em cada posto com as mensagens traduzidas para inglês, italiano, francês, alemão e mandarim.

— É uma forma de mandar uma mensagem para o mundo todo de que nós estamos abertos e todos serão bem-vindos. Venham para o Rio porque é uma cidade gay friendly e não somos preconceituosos — afirma Daniela Maia, presidente da Riotur.

Bandeira do posto 7, no Arpoador Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Bandeira do posto 7, no Arpoador Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Além da galeria a céu aberto, ela conta que, entre os dias 25 e 28 de junho, das 18h à 1h, os Arcos da Lapa e a Cidade das Artes (sede da Riotur, na Barra da Tijuca) serão iluminados com a cores da bandeira LGBTI+, para lembrar o Dia Mundial do Orgulho LBGTI+, em 28 de junho, em lembrança da Revolta de Stonewall, em 1969, nos Estados Unidos.

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— Somos uma cidade livre. O carioca tem uma liberdade, um charme de receber e não é preconceito. Há muitos anos os turistas LGBTs encontraram na cidade do Rio um lugar perfeito e são bem recebidos. Isso não pode ser esquecido. Tem que ser retomado — afirma Daniela.

Rio é selecionado para projeto de resposta à Covid-19 dentro da comunidade LGBTI+

A partir do segundo semestre, a população carioca LGBTI+ em situação de vulnerabilidade será foco de um programa especial de educação e treinamento para mitigar efeitos da Covid-19. Um comitê formado exclusivamente por pessoas trans e travestis, de diferentes áreas de atuação, será responsável pela comunicação das ações, treinamento das equipes e material de informação a ser distribuído.  O trabalho será elaborado pela Coordenadoria Executiva da Diversidade Sexual, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a Coordenadoria de Relações Internacionais da Prefeitura.

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Ainda não há todos os detalhes sobre o programa, que faz parte do projeto "Partnership for Healthy Cities: Covid-19 Response" (em português: "Parceria para Cidades Saudáveis: Resposta para a Covid-19). A iniciativa é liderada pela Bloomberg Philanthropies e promovida pela OMS em parceria com a Vital Strategies .

Foram selecionadas 18 cidades para o programa, e o Rio foi contemplado com o edital, que garante 50 mil dólares para  serem utilizados em projetos de enfrentamento à pandemia.

Segundo a prefeitura, o objetivo é"desconstruir as barreiras de acesso à saúde e embasar outras iniciativas de mitigação dos impactos da pandemia" na comunidade LGBTI+. Em cada território da cidade, seguindo a divisão programática da SMS, um agente trans ou travesti local será responsável por levar informações sobre a vacinação e questões relacionadas à covid-19 para a população LGBTI+ vulnerável.

— A pandemia agravou a situação das pessoas LGBTI+ em vulnerabilidade social, dificultando (ainda mais) seu acesso à saúde. No caso das pessoas trans e travestis, o cenário é ainda mais grave. Por meio desse projeto, queremos reforçar o vínculo com os cariocas LGBTI+ que precisam de amparo do poder público e inseri-los na rede municipal de saúde, garantindo que eles sejam acompanhados até a vacinação  — explicou Carlos Tufvesson, coordenador executivo da Diversidade Sexual

Além do Rio, foram contemplados projetos em locais como Guadalajara, no México, Cidade do Cabo, na África do Sul, e Medellín, na Colômbia. Fortaleza, no Ceará, é a outra representante brasileira no grupo.