O avião, um A330, decolou do Rio de Janeiro, no Brasil, com destino a Paris, na França, no dia 1º de junho de 2009. Horas depois de levantar voo, as sondas da aeronave congelaram e aconteceu a queda no Oceano Atlântico.

A bordo estavam 216 passageiros e 12 tripulantes, totalizando 228 mortos. As vítimas eram de 33 nacionalidades, entre eles, 61 franceses e 58 brasileiros. O acidente foi o mais letal da história da aviação comercial francesa.

Os primeiros fragmentos do avião, assim como os corpos, foram encontrados nos dias que se seguiram ao acidente. A fuselagem da aeronave foi encontrada apenas dois anos depois da queda, a 3.900 metros de profundidade.

As duas caixas-pretas foram recuperadas e o conteúdo confirmou que o acidente foi motivado pelo congelamento das sondas de velocidade no momento em que o avião estava numa zona com condições meteorológicas adversas

O caso foi arquivado pelos juízes de instrução em 2019. As famílias das vítimas e os sindicatos de pilotos apresentaram recurso. Em maio de 2021, a justiça determinou o julgamento das empresas por homicídio culposo.

Durante o processo, realizado de outubro a dezembro do ano passado, especialistas reconstituíram os últimos 4 minutos e 23 segundos do voo. Foram ouvidos peritos, pilotos, policiais, autoridades de controle aéreo e familiares das vítimas.

A Justiça francesa absolveu, em 17 de abril de 2023, a Air France e a Airbus pela queda. O tribunal considerou que, apesar de cometerem "falhas", não se "pôde demostrar (...) nenhuma relação
de causalidade segura" com
o acidente.

"Esperávamos um julgamento imparcial, não foi o caso. Estamos enojados. O que resta é desespero, consternação e raiva", reagiu Danièle Lamy, presidente da associação Entraide et Solidarité AF447, que representa os parentes das vítimas.