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Viúva de Marielle, Mônica Benício, e deputado Marcelo Freixo cobram identificação de mandante da morte

Segundo ela, saber quem mandou matar a vereadora é a 'resposta mais urgente e necessária de todas'
A viúva de Marielle, Mônica Benício, posa ao lado de grafite feito em homenagem à vereadora assassinada Foto: Márcio Alves / Agência O Globo
A viúva de Marielle, Mônica Benício, posa ao lado de grafite feito em homenagem à vereadora assassinada Foto: Márcio Alves / Agência O Globo

RIO — Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, parabenizou os envolvidos na prisão de dois suspeitos de envolvimento na morte da vereadora e também de seu motorista, Anderson Gomes . Ela disse que essa é uma etapa importante na investigação dos assassinatos, que completam um ano nesta quinta-feira:

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— Parabéns às promotoras, à DH (Delegacia de Homicídios) e a todos os envolvidos. Um ano é tempo demais para um assassinato como esse. Mas essa é uma etapa importante. Espero poder ter em breve acesso aos detalhes para que sinta segurança nesse resultado.

“Mas ainda falta a resposta mais urgente e necessária de todas: quem mandou matar Marielle. Espero não ter que aguardar mais um ano para saber quem foi o mandante disso tudo”

Mônica Benício
Viúva de Marielle Franco
Mônica Benício: 'Não podemos nos calar' Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Mônica Benício: 'Não podemos nos calar' Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Ela, porém, ressaltou que a questão mais importante ainda não foi esclarecida: quem foi o mandante da morte de Marielle.

— Mas ainda falta a resposta mais urgente e necessária de todas: quem mandou matar Marielle. Espero não ter que aguardar mais um ano para saber quem foi o mandante disso tudo. Essa resposta e a condenação final de todos os envolvidos, o Estado deve a todas e todos que sofrem com a perda de Marielle e à própria  democracia — afirmou Mônica.

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O sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, foram presos nesta terça-feira, por agentes da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Eles são suspeitos de terem cometido o crime.

“Que o Brasil pare de passar essa vergonha”

Anielle Silva
Irmã de Marielle

Marinete Silva, mãe de Marielle, também se manifestou sobre as prisões:

— Eu, enquanto mãe, preciso que eles continuem presos e sejam punidos.

Segundo Marinete Silva, que foi nesta terça-feira à Cinelândia acompanhar um trabalho da Anistia Internacional, uma pergunta ainda está sem resposta: Quem mandou matar Marielle?

— A prisão de quem matou é  um passo importante. Mas para mim, como mãe, e para toda a sociedade é preciso saber quem mandou matar. Saber também o motivo que levou alguém a perseguir minha filha durante meses. Marielle nunca teve envolvimento com milícia, como apontam as investigações.

Irmã de Marielle, Anielle Silva comentou a prisão dos suspeitos dos assassinatos em entrevista à Rádio CBN. Ela disse ter recebido a notícia om esperança, mas também frisou que o mandante do crime tem que ser identificaso e preso.

"Cada prisão, cada movimento é muito importante, mas enquanto família a gente se pergunta por que e quem mandou fazer isso", disse ela. Ela ainda fez um desabafo sobre a demora nas investigações — o crime completa um ano na próxima quinta-feira: "Tomara que, a partir de hoje, a gente consiga respirar e o Brasil pare de passar essa vergonha sem responder durante um ano um crime contra uma mulher que foi democraticamente eleita".

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Já o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) afirmou, em seu perfil no Twitter, que "as prisões dos executores de Marielle e Anderson são importantes e tardias. É inaceitável que se demore um ano para termos alguma resposta. É um passo decisivo, mas o caso não está resolvido. É fundamental saber quem mandou matar e qual a motivação".

“O assassinato de uma vereadora é um crime político. Por isso é fundamental sabermos qual grupo político é capaz de, em pleno século XXI, mandar eliminar uma autoridade pública que tenha cruzado seu caminho”

Marcelo Freixo
Deputado fderal

Segundo Freixo, "o assassinato de uma vereadora é um crime político. Por isso é fundamental sabermos qual grupo político é capaz de, em pleno século XXI, mandar eliminar uma autoridade pública que tenha cruzado seu caminho".

O deputado federal David Miranda (PSOL), que ocupou a vaga de Jean Wyllys, também considerou as prisões um passo tardio: "Quem executou fez isso a mando de alguém. As prisões foram um passo tardio, mas importante. A solução definitiva do caso só ocorrerá quando responderem quem mandou matar. Essa é a nossa luta agora, a justiça para Marielle e Anderson só virá quando tivermos essa resposta”, afirmou em nota.

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