Alexandra Forbes
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Anteontem, ao pousar em Barcelona, aproveitando minha escala de seis horas rumo a São Paulo, me dei de presente uns prazeres que me transportam às minhas deliciosas e gulosas excursões pela Espanha. Uma lata de anchovas do Cantábrico: gordas, nunca salgadas demais. Meio quilo de jamón ibérico — o melhor presunto curado que existe! — feito dos pernis de porcos criados soltos no Sul do país e que fartam-se de devorar bellotas — castanhas que a cada outono amadurecem e caem dos carvalhos típicos dali antes do abate. A loja, via-se de cara, só vendia do melhor. A cara de Albert Adrià — que, além de amigo, considero o mais genial chef do mundo — estampava uma plaqueta promovendo sua linha de comes e bebes, La Cala. Mariscos em lata, torresmo, vermute e um de meus vinhos favoritos: o fino, a versão mais seca dos vinhos de Jerez, na Andaluzia. Uns passos adiante, avistei Albert de novo, em uma espécie de outdoor em versão indoor e menor, na parede da filial da loja de torrões — doces típicos catalães em forma de barrinha, com amêndoas e mel — da Torrons Vicens, fundada em 1775.

A bordo do avião, comecei a ver um filme. “Esperando Dalí”, chama-se. É a história do excêntrico e explosivo dono do restaurante Surreal, na encosta de um vilarejo praiano da Costa Brava, na Catalunha. Obcecado por Salvador Dalí, seu conterrâneo, seu maior sonho era receber o tinhoso mestre surrealista para jantar. Cada prato que ia surgindo na tela me lembrava algo que comi no extinto El Bulli, dos irmãos Ferran e Albert Adrià. As espumas, os pirulitos salgados, toda aquela loucura no prato eu conhecia bem, de minhas idas ao mítico restaurante que ficava, não por acaso, na Costa Brava. Já ia me indignando com tão descarado plágio quando descobri pelo Google que o diretor David Pujol é fanático pela cozinha dos Adrià. Não era cópia, era homenagem!

No aeroporto, comprei a revista Tapas, com o escandinavo Rasmus Munk na capa. A chamada dizia: “chef do ano” e “a aposta de Ferran”. Na entrevista, conta que não tinha saído da escola quando o El Bulli, que sonhara ter conhecido, fez sua revolução. Tantas coincidências! Tantos pratos que tive a sorte de provar e ele não, na telinha do avião! Só podia ser um recado… Quieta, verti lágrimas de gratidão.

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