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Brie Larson: 'Capitã Marvel não responde a todas as questões do feminismo'

Atriz, conhecida pelo discurso engajado, afirma que o cinema deve se abrir a novas vozes, mas que o caminho para a diversidade é longo
Capitã Marvel, protagonizado por Brie Larson, é o primeira filme do estúdio com uma super-heroína Foto: Arte de Lari Arantes
Capitã Marvel, protagonizado por Brie Larson, é o primeira filme do estúdio com uma super-heroína Foto: Arte de Lari Arantes

Aos 29 anos, a atriz norte-americana Brie Larson interpreta a personagem-título de “Capitã Marvel”, primeiro filme do estúdio protagonizado por uma super-heroína. Ao lado de "Pantera Negra", o longa é uma resposta da Marvel às demandas de Hollywood por mais diversidade e representatividade no cinema.

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Ganhadora do Oscar por "O quarto de Jack", Brie esteve em São Paulo no fim do ano passado como convidada da Comic Con Experience. Ela contou que demorou a aceitar o convite para interpretar a personagem porque ficaria ligada a ela por muito tempo. Mas a natureza da heroína, empoderada como humana antes mesmo de ganhar superpoderes, a fez encarar a missão.

Brie Larson é conhecida pelo discurso feminista. Suas declarações já renderam uma campanha de homens pelo boicote masculino à "Capitã Marvel".  Em entrevista ao GLOBO ela conta como o cinema é uma oportunidade para remodelar o discurso sobre as mulheres.

Como você descreveria a Capitã Marvel para uma menina que não sabe nada sobre a personagem?

Eu começaria descrevendo-a como Carol, uma piloto de combate que se formou em primeiro lugar em sua turma, numa época na qual havia muitas mulheres trabalhando nos aeroportos e na qual as mulheres não tinham permissão para pilotar caças. Isso é parte do que ela é, e também a razão pela qual ela é poderosa. Alguma coisa acontece e isso lhe dá poderes que, na verdade, já estavam lá.

E qual sua melhor experiência ao interpretar Carol/Capitã Marvel?

Foi ficar forte e fazer as sequências de lutas. Antes, era algo totalmente fora da minha zona de conforto, e agora me sinto bem mais confortável. É como fazer grandes sequências de dança, muito divertido. Percebi que é como adicionar uma nova dimensão às minhas interpretações. Porque antes fazia isso com expressões, olhares e falas. Neste caso, no entanto, o corpo está ajudando a contar uma história. E quero continuar explorando isso.

E o que acha de a Marvel investir em um personagem como a Capitã Marvel para o público feminino mais jovem?

Não sei qual efeito terá, porque a Marvel nunca fez isso antes (um filme inteiro protagonizado por uma heroína). Com “Mulher Maravilha” (da DC), tivemos um aperitivo. É importante que tenhamos novas vozes e a oportunidade de ouvir outras pessoas com outros tipos de experiências. Há outras mulheres que vieram antes de mim e ajudaram a abrir o caminho para chegar aonde estamos agora. E ainda nem começamos. Este filme certamente não é o fim da conversa, porque não resolve todas as questões do feminismo.

Pensa que Hollywood está fazendo um bom trabalho em relação a isso?

Eu acabei de fazer um filme com Michael B. Jordan, “Just mercy”, sobre um advogado defensor dos Direitos Civis, em que a Warner aceitou a inclusão de uma cláusula de representatividade no contrato de produção. A equipe tinha 70% de integrantes negros, e esse foi um passo grande. Mas acho que não podemos festejar nada ainda. Há muito trabalho a fazer. Vai levar tempo.

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