Cinema
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Por — Rio de Janeiro

Na abertura desse filme realizado pelo núcleo de cinema do Nós do Morro, a câmera se aproxima lentamente do Vidigal, traça uma panorâmica e entra na casa de uma das moradoras. A dona da casa, Rita (Cintia Rosa), está determinada a comemorar o aniversário de 12 anos do filho, o Léo do título (papel de Arthur Ferreira). Mas ela logo descobre que seu dinheiro foi roubado pelo marido, Dudu (Jonathan Haagensen), em dívida com traficantes.

A partir desse enredo bastante simples, Luciana Bezerra e Gustavo Melo, que dividem a direção, apresentam um retrato caloroso do cotidiano no Vidigal. Mostram, por meio de Rita e de outras personagens, a união entre as mulheres e o protagonismo delas dentro da estrutura familiar. Os homens, em sua maioria, surgem como figuras mais fracas ou equivocadas. Não são, porém, caracterizados como vilões. E existem bons exemplos, como o solidário Dejair (Márcio Vito), dono da barraca de praia onde Rita trabalha. Também responsáveis pelo roteiro, os diretores manejam diversos personagens, mas não perdem o foco da história.

Seja como for, o grande mérito de “A festa de Léo” é o elenco, composto, majoritariamente, por integrantes do grupo Nós do Morro. Todos demonstram pleno domínio de um registro interpretativo espontâneo. Ainda assim, cabe destacar as atuações de Cintia Rosa — que transita com habilidade entre as variações emocionais de Rita —, Mary Sheyla — presença marcante como Andréa, a amiga inseparável — e do menino Arthur Ferreira, que imprime admirável autenticidade.

Bonequinho aplaude.

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