Cinema
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Por — Rio de Janeiro

“Você tem mais chances de condenar um sujeito por chutar um cachorro do que por matar um indígena”, diz um representante da lei lá pelo final do longo e envolvente “Assassinos da lua das flores”, o novo épico de Martin Scorsese. Embora expressa de maneira fria e cínica, a sentença não consegue dar a dimensão da perversidade por trás do chocante caso real que o filme tenta contar: a sistemática eliminação de uma tribo de indígenas na Oklahoma dos anos 1920. Tarefa que o veterano diretor americano, do alto de sua experiência com histórias de ganância e disputa de poder, faz com maestria e senso de oportunidade, ajudando a jogar holofotes sobre um dos capítulos mais obscuros da História americana recente.

A trama tem como ponto de partida o livro homônimo de David Grann, elaborado a partir de registros do FBI, recém-criado à época. A narrativa abre ao estilo dos cinejornais do cinema mudo, mostrando como a nação Osage foi expulsa de suas terras e forçada a se fixar em uma região pouco produtiva do estado de Oklahoma, para logo depois se tornar a população per capita mais rica do país pelas reservas de petróleo descobertas ali. A prosperidade dos nativos é ilusória e dura pouco: logo homens brancos tentam tomar suas posses por meio uma estratégia cruel, envolvendo casamentos inter-raciais, envenenamentos e assassinatos, ignorados pela polícia e tardiamente investigados pelos federais.

Em sua versão, Scorsese tira o protagonismo do FBI do livro e o devolve ao drama indígena, transformando “Assassinos da lua das flores” em uma esperta mistura de faroeste às avessas e saga de gângsteres da aurora da industrialização. Mas o diretor não orquestra isso tudo sozinho. Ele conta com as performances de Robert De Niro, um de seus mais antigos colaboradores, na pele do barão do gado que se passa por benfeitor dos indígenas, mas é o seu maior vilão; e de Leonardo DiCaprio, que encarna a estupidez e o mau-caratismo do sobrinho deste, um peão nas mãos do tio. Há de se ressaltar também a contribuição de Lily Gladstone, que interpreta a herdeira de uma família Osage assombrada por doenças e mortes bizarras, vítima e testemunha de todo o horror.

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